Lilith

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  A Oxigenada e eu entramos no galpão escuro e deplorável. Eu estava irritada.
  O maldito galpão era repleto de caixas grandes de madeira. Alexis parecia alerta para tudo, pelo menos até onde suas capacidades humanas iam.

  Minha audição era tão boa que eu podia escutar parte dos batimentos cardíacos do assassino. Quando passamos por uma fileira de caixas enormes nós vimos o Escorpião Vermelho.
  Era um cara com cerca de trinta e quatro anos, músculoso de pele bronzeada. Seu rosto era lívido de qualquer emoção ao que parecia, ele tinha um metro e setenta e dois.
  O assassino usava uma camisa branca colada em seu abdômen definido, jeans escuros, um sobretudo Preto e botas de combate pretas.
- Vejo que tiveram coragem de vir aqui. - comentou ele.
- Bem...- disse Alexis. - Foi aqui que combinamos não é?
  Escorpião Vermelho me encarou brevemente.
- Você não disse que traria uma amiga. - disse ele com desaprovação.
- Ela não vai contar a ninguém. - garantiu Alexis. - Ela é de confiança.
- Espero que sim. - disse Escorpião Vermelho com a voz calma.
  Percebi que Alexis engolir seco.
- Então vamos aos negócios? - perguntou Escorpião Vermelho com um sorriso frio.
- C-claro. - gaguejou Alexis agressiva. - Mas antes poderia falar de suas referências. Não acha?
- Precisamos saber de referências para avaliar sua qualidade. - eu disse sorrindo. - Nada pessoal.
- Claro. - concordou Escorpião Vermelho com uma risada fria. - Já matei um coreano que devia para uns traficantes. Um mafioso que estava traindo sua própria facção. Um agente da INTERPOL.
  Ele sorriu.
- E três agentes do FBI. - ele disse.
  Percebi que Alexis se enrijecer ao meu lado.
- São...ótima referências. - comentou Alexis.
- Obrigado. - agradeceu o assassino.
- Qual foi a última pessoa que você matou recentemente? - perguntei.
- Não custumo lembrar de todos os que matei. - respondeu ele. - Só faço o que é pedido. Mato minhas vítimas sem fazer perguntas. Afinal porquê devo me importar com os infelizes? Quê me importa se tinham uma família, filhos, sonhos ou planos?
- Sim. - eu disse. - Porquê, não é. Eles são somente uns pobres coitados que encontraram com você.
- Exatamente. - disse Escorpião Vermelho.
  Fechei minha mão direita em um punho. Quem ele pensava que era?
- Sua amiga me entende. - disse o assassíno satisfeito.
- É. - concordou Alexis olhando de canto de olho para minha mão
- Infelizmente para vocês. Eu não poderei satisfazer o desejo de sangue, senhoritas. - disse o assassino.
  Ele puxou uma .38 do sobretudo e apontou para Alexis.
- Me contrataram para matar uns agentes do FBI xeretas. - disse ele puxando a trava de segurança. - Não é nada pessoal meninas. Mas eu tenho que fazer o meu trabalho. Vocês entendem, não é?
- Não vai matar a gente. - eu disse com a voz calma e fria.
 
Às luzes do galpão começaram a piscar por conta do meu poder. Entrei na frente de Alexis, pois ela não era imortal como eu.
- Quer morrer primeiro? - perguntou Escorpião Vermelho rindo.
- Não. - eu disse. - Pois você não vai matar ninguém.
- Lilith você endoidou? - perguntou Alexis pasma. - Ele têm uma arma.
- Que não vai usar. - eu disse com um sorriso.
  De repente a luz do galpão apagou e um barulho de tiro cortou a noite.

 

Lilith Rainha das trevas. (Livro um) "Em Revisão"Onde histórias criam vida. Descubra agora