Lilith

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Eu invadi o apartamento de Jake, eu estava certa que isso se torna mais fácil quando se tem a habilidade de voar até o terraço.

O apartamento de Jake era simples e organizado, algo meio inusitado para um homem. Às paredes do apartamento eram brancas com cortinas verdes. O sofá de Jake e de couro preto oliva, a mesinha de centro era feita de vidro.

Observei às fotos de duas mulheres ao lado de um garoto que só podia ser Jake, com seus cabelos pretos longos, e os olhos azuis cintilando de felicidade, uma das mulheres tinha cabelo castanho escuro e olhos azuis como os de Jake, ela parece feliz abraçando ele. deduzo que devia se tratar da mãe dele. ser a mãe dele, a outra tem cabelos castanhos arruivados e olhos acinzentados e como à mãe de Jake exibe um grande sorriso.

A porta de Jake foi fácil de abrir com um grampo (claro que eu poderia apenas ter usado a minha força, mas não queria que Jake soubesse o quanto eu era forte). Eu realmente fiquei surpresa quando descobri que ele era meu parceiro de trabalho, quem poderia imaginar?

Escutei o barulho de Jake no chuveiro. Caminhei na direção do barulho

Abri a porta do banheiro lentamente sem fazer nenhum barulho. O boxe estava aberto, Jake tomava banho de costa para mim, ele tinha uma bunda bonitinha.
Jake se virou e teve um baita susto ao me ver ali parada sorrindo encostada na porta do banheiro dele.

- Que diabo você está fazendo aqui?! - exclamou ele escondendo suas partes íntimas com as duas mãos.
- Ele não pôde vir mais manda lembranças. - eu brinquei. - Céus, não sei porque tanto escândalo por isso. Se quer saber o seu não é dos maiores que eu vi.
- Como entrou aqui? - perguntou ele com os olhos azuis apertados e o cabelo preto pingando água.
- Vim assistir você se ensaboando. - eu respondi rindo.
- Que engraçado. - comentou Jake sarcástico. - Responda à minha pergunta sua....pervertida.
- Entrei pela porta cabeção. - respondi. - Como toda pessoa normal.
- Pessoas normais não invadem banheiros. - Jake comentou.
- Você me disse para vir até aqui. - rebati. - Mandou uma mensagem, está lembrado? Ontem a noite.
- Sim. - disse Jake. - Mas não lembro de pedir para você invadir minha casa e me ver tomar banho.
- Sou uma pessoa excêntrica. - eu disse dando de ombros.
Jake revirou os olhos.
- Com isso não posso discutir. - disse Jake irritado. - Agora pode me esperar lá fora, para que eu possa me trocar?
- Eu já vi o seu amiguinho seu idiota. - eu retruquei.
- Só....espere lá fora, tá legal? - disse ele respirando fundo.
- Tudo bem. - eu concordei me virando de costas para sair do banheiro. - Você devia se depilar um pouco!!

Jake bateu a porta atrás de mim. Eu ri comigo mesma.

Ele se trocou bem rápido, colocou uma calça Jeans azul clara, tênis pretos e uma camisa social azul meio aberta. Ele tinha músculos grandes, algo que eu já havia notado em nosso primeiro encontro. Ele estava com uma pasta cheia de documentos.
Jake estendeu os documentos para mim.

- Chamei você aqui para falar de um trabalho que me passaram ontem de noite. - explicou ele. - Parece que temos um assassino em série matando pessoas que traíram seus parceiros.
- Interessante. - eu disse. - Quantos assassinatos até agora?
- Sete. - respondeu Jake. - O assassino deixa algumas coisas na cena do crime. Achamos um rosário envolta do pescoço de uma das vítimas.
- Um devoto até o fim. - zombei.
- Ela foi asfixiada. - continuou Jake como se eu não tivesse interrompido. - O nome dela era Zoe Cury King. Tinha cerca de vinte e nove anos, ela havia traído o marido com um pediatra do filho de cinco anos dela.
- Ela deve ter adorado brincar de médico. - brinquei.
- Lilith isso não têm a mínima graça. - repreendeu Jake. - Essa mulher morreu, isso é muito sério.
- Sim. Acho que devo tomar cuidado com o quê eu digo, não é? - eu disse sarcástica. - Não vou querer que a morta venha puxar o meu pé a noite. Por favor Jake! A mulher traía o marido, quem sabe não foi uma punição divina? E acredite quando eu digo que pessoas irão sempre morrer por aí. Não existe nada que se possa fazer para mudar isso.
- Sim. - disse Jake. - Mas deveríamos ter um pouco de respeito pela mulher não acha? Ela não pediu para morrer, sua vida foi tirada injustamente. E sim ela traiu o marido, mas isso não é motivo para ser morta desse jeito, não acha? O marido dela chorou muito ao ser interrogado, ele só queria que ela estivesse viva para eles terem uma segunda chance de fazer tudo dar certo.
- Isso prova que ele é um fraco. - rebati. - Porque não tem nada pior do que ser traído por alguém que jurou amar apenas você.
Jake me encarou atentamente.
- O quê é? - perguntei irritada. - Tem mais algum sermão a acrescentar?
- Não. - disse Jake mais calmo. - Lilith, me diga uma coisa. Alguém já traiu você?
Senti como se ele tivesse me dado um tapa na cara.
- Não sei do quê está falando. - eu menti. - É óbvio que não. E isso é meio pessoal, não acha?
- Me desculpe. Não quis dar uma de intrometido - disse Jake. - Somos parceiros, pode desabafar comigo se quiser.
- Eu...não quero. - eu sussurrei. - Vamos nos concentrar no nosso trabalho.
- Bem. - disse Jake. - Se quiser desabafar alguma hora, pode contar comigo está bem?
- Sim. - respondi baixinho.
Nesse momento o celular de Jake tocou. Ele se levantou do sofá e atendeu:
- Alô. Sim, entendo. A que horas se depararam com o corpo? Nenhum vizinho viu nada? Bem, eu e Lilith já estamos indo para o lugar. Obrigado O'Connor. O quê? Não vou fazer isso.
Fiquei curiosa com a conversa dos dois, usei minha super audição e escutei uma voz melosa do outro lado, dizendo: " Por favor Jake. O quê custa? Você por acaso está afim dela?"

- Óbvio que não!! - respondeu Jake com acidez. -Você devia se concentrar no seu trabalho invés de me pedir para fazer isso. Até logo O' Connor.

Jake desligou o telefonema.
- Idiota. - xingou Jake.
- Quem era? - perguntei curiosa.
- Herald O' Connor. - respondeu Jake se virando para mim. - Parece que nosso assassino tem aparecido de novo.
- Sério? - perguntei demonstrando interesse. - Aonde foi agora?
Jake me encarou sério:
- Prédio Levasque. - respondeu ele.

Lilith Rainha das trevas. (Livro um) "Em Revisão"Onde histórias criam vida. Descubra agora