Lilith

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  Alexis e eu voltamos para o departamento e trabalhamos em silêncio. Após acabar o meu turno me despedi dela e fui embora para casa em minha velha Harley Davidson. Abri à porta do apartamento e caminhei até a cozinha, passando pela parede aonde ficava a minha guitarra autografada pelo Elvis em pessoa. Meu apartamento era realmente à minha cara.

  Às paredes são vermelhas como sangue seco (minha cor favorita), a TV e de cinquenta polegadas, o sofá em "L" e de couro branco à adega fica logo do lado da guitarra, repleta das minhas bebidas favoritas (o vinho principalmente, é claro.

  À cozinha e bem equipada, mesmo eu não cozinhado nada (porquê eu sou um desastre nela). Abri a geladeira ao passar pelo balcão. Peguei um suco de laranja e me virei, quase me assustei ao ver ela ali.
- Mas que merda!! - eu exclamei colocando à mão esquerda contra meu peito.
- Você quase me matou de susto!!
- Há. - disse Meggan sorrindo. - Muito engraçado Lilith.
- Obrigada. - eu disse piscando para ela. - Estou pensando em criar um show de stand up. Poderia se chamar: "Rindo com o demônio." Almas condenadas não pagam nada. Mas diga uma coisa. O quê trás você ao meu pedacinho do inferno?
  Servi um copo de suco para ela.
- Achei que seria bom te visitar. - respondeu Meggan, ela tomou um pouco do suco.
- Isso está muito ruim! - resmungou ela.
- A por favor. - eu disse. - A morte têm problemas falta de açúcar?
- Sou à morte. - disse Meggan fazendo uma careta e colocando o copo de suco na mesa. - Não uma diabética.
  Revirei os olhos.
- Quer mesmo que eu acredite, quê você sentiu minha falta? - eu perguntei. - Fala aí. O chefe lá em cima disse para você me matar?
- Eu adoraria isso. - disse Meggan sorrindo. - Mas não. Eu disse a você. Quero acompanhar de perto o seu romance com o humano....
  Eu fiz um gesto com à mão para interromper ela.
- Ei, ei. - eu disse. - Não existe nada de romântico rolando entre eu e Jake.
  Meggan riu.
- Demônios são tão mentirosos. - ela zombou. - Você nunca irá me enganar Lyly. Nem em um século.
- Pense o que quiser. - eu disse. - Mas saiba que eu estou dizendo a verdade.
  Meggan levantou uma sobrancelha.
- E Lucifer tem rabo e chifres. - ela brincou. - Soube que você foi à uma igreja hoje. Foi confessar seus pecados? Porque eles são muitos, querida.
- Você andou me seguindo? - perguntei. - Ou seu irmãozinho te contou.
  Meggan sorriu.
- Tem que ser mais específica, fofa. - disse ela. - Eu tenho vários irmãos.
- Estou me referindo ao irritante e orgulhoso Gabriel. - informei ela.
  Meggan pareceu curiosa.
- Gabriel está em Manhattan? - perguntou ela. - O quê ele faz aqui?
  Eu ri.
- Bem enquanto eu e ele plantavamos árvores e tomávamos um chazinho.... - eu disse. - Ah, sim. Porque Gabriel e eu somos super amigos. Temos tanto em comum.
- Eu achei que ele estava ajudando o Miguel. - disse Meggan parecendo confusa.
  Olhei curiosa para ela.
- O quê quer dizer com isso? - perguntei.
- Parece que o velho e bom Luci, está atrás das Chaves do Apocalipse*. - respondeu Meggan com indiferença. - Assim ele libertara mal sobre à terra e blá, blá, blá.
- Ah. - eu disse revirando os olhos. - Isso é bem a cara dele.
- Sim. - concordou ela. - Miguel andou pedindo ajuda para alguns de nós.
- Por quê não foi ajudar ele? - perguntei.
  Meggan deu de ombros.
- Sou à morte. - respondeu ela com simplicidade. - Não posso me envolver. Não luto pelos anjos ou demônios, sou a neutra na história. Faço meu trabalho e foda-se o resto.
- Ótima explicação. - eu elogiei.
- Obrigada. - agradeceu Meggan sorrindo maldosamente. - E você? Não vai lutar com os seus velhos amigos demônios?
  Eu ri com amargura.
- Tá falando sério? - perguntei. - Eu sou uma meio demônio livre agora. Não quero me envolver em brigas de irmãos, muito obrigada.
  Meggan riu.
- Assim como Abel e Caim? - perguntou ela.
  Trinquei o maxilar.
- Sabe que não gosto de falar sobre esses dois. - eu disse tentando me controlar para não bater nela de novo.
- Claro, claro. - disse Meggan. - Sei disso.
- Você não vai me deixar em paz. Não é? - perguntei.
- Não. - disse Meggan dando de ombros. - Como eu disse quero avaliar o seu caso com o humano de perto.
- Ele não gosta de mim desse jeito. - eu disse. - Nem eu dele. É só amizade.
  Meggan sorriu.
- Desde quando é amiga de alguém? - perguntou ela. - Sua perversidade não é mais que suficiente?
- Rá. - eu disse. - Muito engraçado, querida.
- Obrigada. - disse Meggan. - Bem. Se não se importar, eu quero dar um teste drive no humano. Quero que ele apague certo fogo entre às minhas pernas. Mas eu acho que você me entende, considerando de onde você vem.
  Fiz cara de enojada.
- Isso é tudo que eu precisava. - eu disse. - A imagem de você e ele trepando.
- Tenho que ir. - disse Meggan olhando em seu relógio de ouro. - Tem um cara vai se suicidar daqui a pouco. Pulando de uma ponte, acredita? Eles são tão idiotas, que nem para se matar eles têm originalidade.
- Realmente. - concordei rindo. - Os suicidas não são mais os mesmos.
- Antes de ir. - disse Meggan sorrindo. - Quero ajudar você um pouquinho.
  Olhei intrigada para ela.
- Do quê está falando? - perguntei.
- Pessoas que foram traidas. - disse Meggan. - São às mais difíceis de perdoar. Até mesmo às que se consideram...santas. Eu te vejo por aí Lyly.
  Meggan se foi com sua névoa negra, me deixando mais perdida do que eu estava.
  Bebi um pouco do meu suco de laranja em meu copo. Pensando no quê ela disse.
- Céus!! - eu exclamei fazendo uma careta. - Isso está horrível mesmo!!!

*Essa história ainda será contada, em Angel's!!Não percam!!

Lilith Rainha das trevas. (Livro um) "Em Revisão"Onde histórias criam vida. Descubra agora