GT DO AMIGO IMAGINÁRIO (5 PARTES, TUDO AQUI)
/CC/ - Minha autoria.
>todos nós temos amigos imaginários
>mas todos nós crescemos e percebemos que eles não existem
>nossa infância é muito mais feliz quando temos um
>mas o que eu tinha não era feliz, e muito menos do bem
>1935
>moro em São Petersburgo na Rússia e meu nome é Evgene Pluschenko
>tenho 14 anos e estudo na melhor escola da Rússia
>todo o tempo a cobrança era muito por parte de pais e professores
>eu não tinha esse problema
>prometi para os meus pais que eu nunca ficaria desleixado na escola
>e eles não me cobram desde então
>meu pai é programador e trabalha em uma das maiores empresas de tecnologia da Rússia
>minha mãe é arquiteta e tem uma empresa muito grande
>eles trabalham muito então precisam confiar que eu vou tirar notas boas e ficar quieto em casa
>afinal pagar 19mil reais(convertido para reais)em escola tem que ter retorno
>e o retorno era o aluno excelente que eu era
>chegando mais um dia na escola
>fui derrubado no chão por um dos valentões da escola
>eu não entendi a necessidade daquilo
>ele mexeu na minha bolsa e pegou meu dinheiro e mais um monte de coisas
>e depois me deu um soco no estômago e fiquei no chão da quadra com muita dor
>eu estava chorando pois não aguentava mais aquilo
>aquilo estava me deixando cada vez mais nervoso
>pois acontecia quase todos os dias
>uma garota veio para me ajudar
>o nome dela era Yulia
>ela era um amorzinho de pessoa mas andava com os valentões
>"vem aqui Evgene deixa eu te ajudar"
>dei um safanão nela e afastei o braço dela
>ela não entendeu então eu levantei e olhei com uma cara de ódio extremo para ela e disse
>"vocês . . . irão pagar caro . . . vocês irão me pagar muito caro"
>ela ficou assustada e correu para a turma dela
>eu tinha que dar um fim aquilo
>no caminho para casa, eu andava cerca de 10 minutos numa estrada nevada
>no meio do caminho escutei coisas
>"Evgene, eu sei o que você quer fazer e eu posso lhe ajudar"
>eu olhei em volta e tudo estava vazio, apenas a neve caia no meu rosto e minha mochila pesava um pouco
>"essa voz vem da sua mente, se você quer se vingar deles, apenas faça que 'sim' com a cabeça e seus problemas serão resolvidos 1 POR 1"
>apesar de eu não confiar naquela voz
>parecia uma proposta tentadora
>eu não tinha força para bater naquelas pessoas
>mas será que essa voz tinha?
>fiz que sim o cabeça
>"me chame apenas de Boo e siga minhas instruções que tudo irá ocorrer certo, não vou te cobrar nada e será um prazer lhe ajudar"
>a voz parou de falar então segui o meu caminho
>eu estava contando com aquilo
>aquela voz precisava me ajudar
>cheguei em casa e conversei bastante com meus pais
>apesar de eles trabalharem muito eles sempre me davam a atenção necessária que eu precisava
>era reconfortante conversar com eles
>então fui dormir, pois o próximo dia seria. . . sangrento
>acordei cedo e fui tomar meu café da manhã
>eu tinha um mordomo que me levava na escola
>mas eu pedia para minha mãe me deixar ir andando as vezes
>cheguei na escola e o mesmo valentão veio para cima de mim
>mas dessa vez não aconteceu como ele queria
>quando ele veio para me dar um soco
>a voz na minha cabeça sorriu
>"apenas esquive para a direita e deixe a mágica acontecer"
>segui a instrução dele e esquivei para a direita
>o soco dele foi tão pesado que ele foi com o corpo junto
>ele tropeçou no chão e caiu com o rosto em um rastelo que estava no chão
>as pontas do rastelo tinham cerca de 15CM
>quando deu o impacto voou sangue para todo lado
>ele ficou parado, imóvel como uma estátua
>ele era o chefe do bando, ele estava morto
>a voz deu um sorriso de satisfação e disse que a primeira parte de 4 tinha sido feita
>chegou ambulância e tudo mais na escola e todos estavam em choque
>nunca tinha morrido um aluno naquela escola
>o faxineiro é quem foi preso por deixar ferramentas soltas na quadra
>alguém tinha que pagar o pato
>mas ainda tinha mais gente para morrer . . .
>segui o dia normalmente e no dia seguinte me preparei novamente para a escola
>eu chegava cedo na escola, portanto eu sempre ficava na quadra esperando dar o tempo da aula
>mais um dos valentões veio falar comigo
>"cara, desculpe a gente, o nosso líder apenas mandava e a gente fazia, não queríamos te fazer mal"
>eles estavam com medo de mim
>a voz na minha cabeça apenas riu em aprovação
>"não quero saber, cada um de vocês pagará pelo que fizeram, não tem conversa"
>eles saíram e seguimos para a aula
>ela se passou muito rápido, fui o primeiro a descer para o intervalo e fiquei no pátio
>a voz veio novamente e me disse
>"chame a Yulia, apenas de um grito nela, ela esta na ponta da escada lá em cima"
>eu apenas precisava seguir as instruções
>dei um grito nela e ela olhou para baixo
>quando ela olhou o valentão que estava do lado dela também olhou
>e ele deu um passo errado no degrau
>ele caiu e rolou escada abaixo
>quando ele chegou na ponta da escada, ele caiu com a cabeça no chão
>o corpo dele projetou todo o peso pro lado direito
>e a cabeça foi pro esquerdo
>ai o resultado você já sabe
>foi morte instantânea
>o pescoço dele quebrou e todos ficaram assustados
>inclusive a Yulia e outro valentão mais tímido que estava junto com ela
>foi mais uma confusão na escola
>ambulância pra um lado, choro de pais do outro
>e aquela baboseira toda
>e eu estava indiferente, eu me sentia bem com aquilo
>eles estavam pagando por serem péssimas pessoas
>mas sera que eu estava sendo também?
>acabou o dia e eu voltei para casa
>aconteceu a rotina normalmente como todo dia
>acordei cedo e fui para a escola
>e dessa vez a Yulia me encontrou no meu do caminho
>ela estava com uma expressão sombria
>talvez chocada com todas essas mortes
>"Evgene, o que você queria comigo ontem? porque você me chamou justo aquela hora?"
>eu não podia contar
>e ela não sabia que eu estava envolvido indiretamente com todas aquelas mortes
>"não era nada, chamei por que queria falar contigo e nada mais, vou te dar um aviso, a vida cobra. E ela está cobrando vocês pelo que me fizeram"
>seguimos em silêncio por todo o caminho
>chegando na escola a primeira aula era a de biologia
>e nós tínhamos um pequeno zoológico dentro da escola
>aonde podíamos ter aulas práticas
>o outro Valentão que era o mais tímido tinha muito medo de jacarés
>de alguma forma ele não gostava de ficar olhando para eles e eu percebi isso
>todos os animais ficavam em uma espécie de jaula com o teto aberto e tinha um aquecedor no ambiente inteiro
>nós passávamos por uma ponte suspensa e sobre as jaulas e qualquer um podia cair ali
>você deve estar se perguntando como brotaram jacarés em plena Rússia
>a resposta era simples, nossa escola por ser uma das mais conceituadas do planeta
>eles permitiam que nós pudêssemos ter esse tipo de animal para ser estudado
>mas isso não vem ao caso
>enquanto passávamos pela ponte eu podia ver a cara de medo dele ao olhar para os jacarés
>nos fomos até o final e depois voltamos
>não tinham cercas na ponte
>até eu achei estranho isso
>ela estava sendo reparada e por isso não estava la
>a voz veio e me disse
>"pise no cadarço da pessoa na sua frente, faça apenas isso"
>o cadarço do sapato dela estava desamarrado
>pisei nele sem ninguém perceber e ela tropeçou para frente
>e empurrou o outro valentão lá para baixo
>ele caiu na jaula do jacaré com um baque surdo
>ele entrou em choque na hora
>todos nós ficamos olhando
>os jacaré devorou ele por partes
>arrancou as pernas dele e depois os braços
>e engoliu a cabeça e quebrou o ossos do crânio dele com uma mordida só
>antes de ele morrer dava pra ver a cara do medo nele
>ai você já sabe como acaba o dia
>ambulância e pânico para todo o lado
>e as aulas foram suspensas por 1 semana
>ja tava na hora de ter um luto não?
>fiquei uma semana em casa seguindo todas as minhas rotinas
>meu amiguinho imaginário só vinha falar comigo se necessário
>então eu não conversei com ele durante esse período
>só faltava uma pessoa morrer . . .
>e ELA tinha que morrer
>no dia seguinte eu tinha aula
>chegando na quadra a Yulia também chegou cedo e veio falar comigo
>"seja lá o que esteja acontecendo, me perdoe, eu não tive a intenção de te magoar, meus amigos já morreram e eu já aprendi a lição"
>sera que ela sabia que eu estava por trás disso?
>eu não podia dar nenhuma pista
>mas a história de que a vida cobra parece que colou
>a aula seguiu normalmente e o intervalo também
>quando acabou o período eu estava seguindo para casa
>e a voz veio e me disse
>"diga para a Yulia que você ama ela, e que deixou um presente para ela na loja da esquina"
>fiz o que a voz falou
>"Yulia, deixei uma coisa especial para você lá naquela loja, é para provar que não tenho nada contra você, vá até lá pegar me diga o que achou dele"
>ela não entendeu muito mas foi lá
>eu fiquei da outra esquina só observando
>quando ela entrou lá bastou apenas 2 minutos
>a loja explodiu e ficou pegando fogo
>eu fui até lá para garantir que ela morreria
>ela estava no chão e olhava para mim pedindo ajuda
>"socorro Evgene, me ajuda por favor"
>eu apenas olhei para ela e esperei
>não me movi, não fiz nada, apenas observei o corpo dela ser carbonizado
>ela estava com uma cara de horror e morreu ali mesmo
>queimada
>a voz veio e me disse
>"foi um prazer ajuda-lo Evgene, se precisar de mim novamente, não precisará chamar"
>minha vingança estava completa
>essa voz foi simplesmente magnífica em todas as mortes
>mas finalmente aquilo acabou
>e não me deu um pingo de remorso
>e com o tempo eu esqueci tudo aquilo . . .
>1939
>entrei na faculdade em primeiro lugar
>passei em Engenharia Química
>era a melhor faculdade da Rússia
>minha fisionomia não tinha mudado tanto
>eu cresci apenas alguns centímetros
>porem nada mudou
>quando cheguei no primeiro dia de aula
>vieram 5 pessoas na minha direção
>me abordaram e me bateram bastante
>e disseram que iam pegar meu dinheiro todos os dias
>disseram que era assim que funcionava com os calouros
>tava com o rosto todo sangrando e com a barriga queimando de tanta dor
>uma sensação estranha tomou conta de mim
>já senti ela antes
>uma voz familiar começou a falar na minha mente
>"lembra de mim Evgene? acho que você precisa da minha ajuda novamente. . . e será um prazer ajuda-lo"