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Regina

Mais um dia começando e eu ao feitas uma louca obecada por não deixar minha bunda cair, eu pedalava freneticamente olhando a paisagem pela minha janela.

Aquele era o único momento do meu dia em que eu não ficava totalmente elegante. Eu devorava avidamente as páginas daquele livro, daquela resenha aliás que Emma me perturbara semanas para que lesse, confesso que era muito bom afinal me prendi a ele de tal maneira que não conseguia deixar de ler as linhas existentes ali.

Olhei pro relógio e ainda era cedo, eu pedalava encarando a mata na televisão como se fosse real. Bom. Pelo menos o suor era real. Aquele certamente era um texto que qualquer brigaria para publicar, e eu me questionava em como ele era uma surpresa, como ainda era segredo e desconhecido.

Eu ainda mantinha o ritmo tentava não parar os exercícios, mas senhor era difícil correr, e a cada dia ficava mais difícil. Li mais algumas páginas e parei quando me senti exausta, minha cabeça rodou um pouco, normal de paradas bruscas em exercícios. Foram apenas o que ? - olho meu cronômetro no punho. - 30 minutos. Fui pro banheiro, e tomei um banho rápido, me olhei no espelho, aquele era meu ritual diário, conferir o quanto meus quarenta anos estavam.comecando a ficar marcados em minhas linhas de expressão. As vez a eu queria ser um personagem daquele de filmes infantis onde as metas sempre são lindas e gostosas pro resto da vida. Sim eu sabia que eu era uma megera. Sorri encarando o espelho, e olhando todo meu corpo.

- Uma megera quente. - afirmei satisfeita com meu corpo. Pelo menos ele não havia mudado muito nos últimos anos, aliás minto, os últimos anos foram os melhores, nunca estive tão gostosa, só minhas pequenas rugas que não podiam se ausentar.

Me troquei sem cerimônias, o terninho básico e meu salto alto, ajeitei meu cabelo rapidamente, e apanhei meu café, continuei folheando algumas páginas, aquele livro realmente era incrível, o que me fez lembrar que eu precisava ligar para Senhorita Prado. Desci e logo meu porteiro me deu um sorriso. Acompanhado de um animado bom dia e eu apenas ignorei. Isso me lembrava do porque eu estou sozinha, eu não podia evitar ser arrogante as vezes ou quase sempre.

Assim que fui sair do prédio uma vizinha entrava com seu cachorro que começou a me encarar e latir, me assustei e dei um pulo para trás.

- Maldição. - Revirei os olhos, eu odiava animais, nem sempre foi assim, mas agora era.  Sai apressada, Nova York era um caos, fui de metrô afinal era o meio mais rápido de chegar onde eu precisava, se eu fosse de táxi ou carro chegaria na hora de ir embora. A cidade que nunca dorme. Em algum momento eu fui apaixonada por tudo isso, mas acho que perdi esse sentimento junto com muitos outros. Respirei fundo, afinal era difícil evitar alguns pensamentos que as vezes eram recorrentes. Apanhei meu celular na bolsa e disquei o telefone dela, seu próximo livro bem havia sido lançado e já estava totalmente esgotado na pré venda, liguei e esperei alguns minutos, estava quase desistindo enquanto subia as escadas do metro, em direção a rua.

– Bom dia senhorita Mills. - Ela falou lançando em seguida sua risada já costumeiramente simpática.

– Olá querida. - Fui simpática igual.

– Regina, querida quanto tempo... - Sua simpatia beirava quase há um flerte toda vez que nos falávamos.

– Muito tempo mesmo, desde seu último livro não me respondeu mais emails, WhatsApp... Nada, afinal você sabe muito bem como desaparecer. - Eu queria saber desaparecer as vezes, pensei comigo mesma, deixando meus pensamentos vagarem em um passado que eu tentava esconder todos os dias.

– Logo você ?

– Logo eu ? - retruquei a pergunta.

– Não esperava que você também fosse insistir em uma entrevista. - Dei risada, afinal o que eu diria ? Preciso que de essa entrevista ou perco meu emprego e credibilidade ? Ou eu digo a verdade, que já me vangloriei por conseguir que ela apareça no maior programa de entrevistas do país? Respirei fundo.

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