Último Capítulo

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X

Gio

O dia raiou. Aliás o terceiro dia que raio depois daquela noite. Meus olhos doíam , eu havia bebido demais quando cheguei, mas ainda queria mais.
Sem dúvidas ela era diferente, de todas as mulheres que conheci durante todos esses anos.
Me deitei no sofá com uma taça de vinho.
Eu já era adulta a muito tempo afinal quarenta e três não dava mas pra ser uma garotinha. Olhei pro lado e uma única foto da Marina ainda estava ali sob um móvel, olhei e me levantei e fui até o retrato. Peguei o pequeno bilhete que ficava sobre ele, abri. -
" Gio me perdoa mas eu nunca fui boa pra essa vida, e nunca consegui ser forte como você, eu te amo, mas não consigo mais ficar." - pela primeira vez eu tive força pra amassar e jogar fora, a foto levei até o lixo também, não era como se eu não tivesse amado ela, mas eu tinha que colocar um ponto final, afinal foram tantos anos me culpando, eu não tinha culpa, eu tentei ajudar ela. Eu tentei tirar ela daquele fundo do poço de quando conheci ela, ela tinha uma depressão profunda, seus pulsos eram os olhos da alma dela que viviam chorando sangue.
Deitei novamente, e meu telefone tocou, eu não sabia nem se me mexia para alcançar ele.
Logo ele se silenciou, mas voltou a tocar bufuei e o peguei, o número era desconhecido, atendi.

- Alô.

- Oi, eu estava preocupada. - Eu já havia conseguido identificar que era Mary, mas eu não ia ser amigável, não agora.

- Quem é ? - Deu pra ouvir ela bufar.

- É a Mary. - fiquei quieta. - A Swan.

- Ah sim. - Olhei pro relógio. - Já é meio dia. Logo passo aí pra combinar as coisas da festa.

- Não liguei por isso. Liguei pra saber se você estava bem, por ontem sei que fui...

- Rude ? Não se preocupe, eu estava um pouco bêbada, então não leve nada em consideração.

- Sério que vai falar que foi bebida?

- Você quer que eu fale o que ? Que sou uma sapatão que tentou te comer e você percebeu?

- Giovanna acho que você não precisa ser ignorante assim. - bufei nervosa.

- Mary, acho melhor procurar outra fotógrafa acredito que não vou conseguir te ajudar como você precisa. E não se preocupe que não vou perturbar você. - falei e encerrei a ligação afinal nada daquilo havia sentido. Eu era uma idiota que se apaixonava fácil. Fácil demais. Me afundei mais em meu sofá, era como se ele me abraçasse e eu me afogasse ali.

- Parabéns pra mim. Tanta gente pra eu resolver baixar a guarde eu precisava Sava abaixar a guarda pra uma louca que mora no meio do nada e que é hétero ?

- Isso é sua cara mãe, acho que está no nosso sangue. - Me assustei, pulei, e era meu filho.

- O que faz aqui? - perguntei levantando e abraçando ele.

- Eu precisava de você mas pela musica que está ouvindo você também precisa de mim. - ele falou se referindo a música no rádio" a música mais triste do ano " jamais me imaginei ouvindo nada assim, mas sim eu estava, em três dias de sofrimento. Como era possível e adulto se apaixonar a primeira vista, como era possível aos toques daquele música imaginar nossos corpos juntos, imaginar meus dedos dedilhando cada centímetro dela.

- Ah filho sabe como sou ne?

- É como eu né mãe, somos daqueles que quase não existem mais, que sofrem demais, amam demais, e caímos com força.

- Filho mas eu podia ser mais como você, olha como você é lindo e forte.

- Mãe, quem é ela?

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