Ainda pasma com o que havia acontecido com Jughead, resolvi passar o feriado de julho em casa, trancada no meu quarto, relendo meus livros, que aliás, preciso comprar mais... Resolvi passar o tempo pensando em o que aconteceria depois daquilo que houve em meu quarto. Jughead se declarou. Lógico que foi daquela forma sarcástica e fofa dele. Mas eu entendi o que queria dizer. Pensei em me isolar, até que:
- Betty! Jughead! Desçam já aqui! Fp e eu precisamos contar algo a vocês!
- Nós descemos, e quando cheguei na sala, lá estava ele. Sem dúvidas, com sua jaqueta de serpente, sua calça de moletom macia e quase caindo, seu tanquinho sexy que infelizmente estava coberto por sua regata branca. E, a sua icônica, touca. Olhei pra ele e me deu um sorriso, fiz uma cara fechada e virei pra minha mãe:
- Enfim, o que querem nos contar? - falei com uma expressão de insatisfação.
- Eu e seu pai (FP) - espera, "seu pai"? - vamos sair essa noite para reviver os momentos do clube da meia-noite. Fiquem quietos e não saiam de casa, okay?
- Tá bommm - eu e Jughead falamos juntos e nossa voz ecoou sobre aquela sala vazia e fechada.
Eu aceitei a proposta de passar um tempo com Jughead, até porque, aquilo não era uma das piores coisas... Nós nos dávamos bem até ele começar a gostar de mim. Acho que passar a noite do lado dele, deitados no sofá, assistindo filme e comendo pipoca, talvez seria uma forma de me aproximar ainda mais dele.
Finalmente chegou a noite. Nossos pais estavam arrumados. Arrumados até demais pra quem só iria rever os amigos da juventude.
- Se cuidem, ouviram garotos? Cuida bem da Betty, okay Jughead? - FP disse em um tom de superioridade e ordem. Eu sorri e Juggie disse:
- Lógico que vou cuidar pai, eu sempre cuido. - ele olhou pra mim com aquele sorriso maravilhoso de quem iria fazer algo mais durante aquela noite.
Quando nossos pais saíram eu disse:
- Então JJ, o que vamos fazer agora? Podemos ver um filme, o que acha?
- Aaa Cooper. Você e suas idéias sem graça. Podemos até ver o filme, mas me promete que depois vamos brincar? - o que ele queria dizer com "brincar"?
Olho com cara de susto e medo ao ouvi-lo dizer aquilo.
- O que Cooper? É um jogo, na verdade. Se chama "verdade ou pecados".
- Aaaaa - dou um sorriso de canto pra ele - tá bom então. Vou subir pra colocar um pijama. Você espera aqui?
- Claro Betty, pode ir. Eu faço as pipocas.
- Espera, me chamou de Betty? Que milagre! J - o - n - e - s! - sorrio pra ele, provocando.
- Haha, engraçadinha. Vai logo, temos que decidir o filme ainda.
Deixei ele no vácuo e fui correndo trocar de roupa. Assim que cheguei no quarto, me sentei na ponta de minha cama. E apenas fiquei me encarando no espelho, observando cada detalhe de meu rosto. "Quem é você?" Minha garganta ardia, eu já não aguentava mais segurar meu choro. Até que uma lágrima escapou e rolou por minha bochecha.
- Eu não sou a Betty Cooper de antes! E não posso voltar a ser aquela garota boba, que acreditava que poderia ser perfeita em algo e acreditar que o rapazinho vai ficar com ela! - Falei comigo mesma, em um tom frio e grosso enquanto me encarava no espelho.
Peguei minha escova de cabelo, e comecei a me pentear. Eu já não aguentava mais ser fraca, tão... inútil. Lágrimas rolavam pelo meu rosto... E quando percebi, eu havia jogado a escova no espelho, o quebrando e fazendo um tremendo barulho. Jughead correu pra ver o que havia acontecido e lá ele me encontrou chorando.
- Betty?!! O que houve?!
- Ah... Jughead... Eu apenas tirei a raiva de mim.
- Como assim? Que raiva Cooper?!
- Você não entenderia.
- Por isso deve me explicar. Fala, vai.
- Tá... É que eu ando triste Juggie, muito, muito triste. E isso está me consumindo por dentro. Não falei a ninguém para não se preocuparem, mas é difícil.
- Ei, calma linda. Eu vou tentar te ajudar! Qual foi o motivo de você ter ficado assim?
- Minha mãe, Jughead. Minha mãe. É que ela sempre me falou que eu deveria ser a filha perfeita, a aluna perfeita, a jornalista perfeita, a menininha perfeita. E quando eu cresci, me tornei uma pessoa horrível! Uma pessoa horrível!
- Como assim horrível Betty? Eu gosto tanto de você da forma que é. Tão linda, meiga, gentil... Eu amo seu jeitinho de ser! Espero que não mude nunca! Não gosto de ver meu bebê triste - "meu bebê"? - agora vamos descer, temos um filme pra assistir!
- Você Jughead... Você e seus jeitos de tirar um sorriso de mim. - sorrio sem graça pra ele - Sempre arruma uma forma de ficar mais perto de mim né "maninho"?
Ele olhou pra mim com aquele olhar penetrante que vai dentro da alma e toca seu coração. E aquele sorriso... Aquele sorriso que ninguém nunca resistiria. Eu realmente era sortuda de ter Jughead em minha vida.
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Não se apaixone
Teen FictionOie, meu nome é Betty e adivinha só? Meu novo meio-irmão se chama Jughead Jones. Ele mesmo, meu melhor amigo. Estou sem palavras pra descrever minha reação sobre isso, mas tudo bem. Acho que consigo viver com isso. Ele é legal, divertido, engraçado...