Capítulo 11 - Por Sebastian

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No instante em que Johnie aparece ofegante na porta da sala de descanso dos funcionários, eu não sei o porquê, mas sinto o meu coração disparar. Aquela expressão de felicidade já não está mais estampada em seu rosto. Há um misto de nervosismo e apreensão em seus olhos. O que me leva a pensar que, ou a conversa com a Clara não foi boa ou alguma coisa aconteceu.

E, da mesma forma que não sei explicar a minha inquietação repentina, não sei explicar o motivo da segunda opção me parecer a mais óbvia.

Levanto depressa, sem sair do lugar, enquanto ele recupera o fôlego e me encara. As palmas das minhas mãos começam a suar, porém, continuam igualmente geladas. Meus batimentos cada vez mais acelerados. Talvez nem dois minutos tenham se passado, mas até os minutos parecem longos demais para a súbita angústia que estou sentindo. Tenho a impressão de que estamos nessa à uma era.

– O que foi? Aconteceu alguma coisa? – alguém, que não sou eu, pergunta.

John se endireita, solta o ar pela boca e olhando diretamente para mim, responde:

– Seb, se acalme e escute o que eu tenho a dizer. – se aproxima – O bebê está vindo!

Paraliso. Simplesmente estagno.

O bebê está vindo?! Como assim ele está vindo? Agora?!

Ai, caralho... Acho que minha visão está embaçando.

Tropeço nos meus próprios pés enquanto tento sentar e antes que eu perceba, John e Carls, nosso colega de trabalho, se plantam ao meu lado e prontos para acudir o que for. Ambos me observam atentamente, preocupados.

Eu não posso desmaiar de novo.

Pelo amor de Deus! Isso não é hora para desmaiar.

Recomponha-se, homem!

Sem dizer qualquer palavra, puxo o máximo que posso de ar e levanto, começando a tirar apressadamente o uniforme e socá-lo dentro do armário. Se eu correr, talvez chegue antes de irem para o hospital. Embora não haja certeza de que a gerente me deixará sair mais cedo, principalmente por ser sábado e um dos dias mais corridos.

Estou vestindo a camiseta, não dando a mínima para o fato de estar ao avesso, quando Johnie toca o meu ombro, chamando a atenção. Olho-o por cima do ombro.

– Cara, fique calmo. – diz.

Calmo? Calmo?

Meu filho ou minha filha está prestes a nascer e ele quer que eu fique calmo? Porra!

– Eu preciso ir para casa. Agora! – praticamente grito.

– Tudo bem, eu entendo e vou te cobrir para que possa ir. Mas você precisa ligar para a Clara e perguntar para qual hospital estão indo, porque elas não estavam em casa.

– Como assim?

– Elas foram fazer as compras de Natal, lembra?! E a Manu começou a ter contrações e a bolsa estourou no banheiro de um McDonalds.

– No banheiro de um McDonalds? – Carlos e eu soltamos juntos, surpresos.

Porém, diferente de mim, Carlos dá uma gargalhada.

– Essa criança vai gostar muito de hambúrguer. – ele comenta, risonho.

John reprime um sorriso e eu apenas balanço a cabeça, voltando a trocar de roupas; meu amigo some porta à fora enquanto amarro os cadarços dos tênis e enfio celular e carteira nos bolsos. Minutos depois, ele reaparece juntamente com a nossa gerente. Essa que se aproxima de mim e indaga, ansiosa:

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