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" 𝓝𝓪̃𝓸 𝓼𝓸𝓾 𝓷𝓮𝓶 𝓫𝓸𝓶, 𝓷𝓮𝓶 𝓶𝓪𝓾. 𝓔𝓾 𝓼𝓸𝓾 𝓪 𝓪𝓾𝓼𝓮̂𝓷𝓬𝓲𝓪 𝓭𝓮 𝓽𝓾𝓭𝓸." - Hades

    Hoje Perséfone estava mais bela do que nunca. Ela à muito não era desejada por seu marido, Hades, que vinha mantendo-se distante. O máximo que limitava-se a fazer, era um casto selar de lábios frente a corte subterrânea. Apenas para manter as aparências do casal perfeito. Perséfone desesperada, tomou "sérias" medidas e decidiu-se por tentar seduzi-lo. A rainha do submundo não era má, contudo, a sede por poder acabou levando-a a tornar o pecado parte de sua alma que antes foi pura.

    Ela adentrou o grande salão, trajada com a túnica mais fina que seus servos puderam proporcionar a deusa. A platéia estacou. Apenas cochichos e olhares admirados lhe eram atribuídos. Satisfeita, a deidade desfilou pelo salão, tomando lugar ao lado do marido, para dar início aos julgamentos.

    Uma alma penosa adentrou o recinto. Seus olhos carregados de medo, as vestes aos trapos e o semblante melancólico, finalizava a obra pesarosa. Perséfone apiedou-se do pobre miserável, porém não deixou transparecer.

    O julgamento iniciara-se e logo a condenação seria dada. A pobre alma encolheu-se ao ver o grande deus e rei do submundo. Os olhos profundos, pareciam enxergar através de seu ser. Ele sabia o destino, afinal, suicidara-se após tentar ceifar a vida do irmão mais velho.

—Como pena pelos seus pecados, será condenado a sofrer no Tártaro. - Proclamou o júri em uníssono.

    A alma parecia horrorizada. Todos sabiam que o Tártaro era o berço da tortura, dor e sofrimento. Perséfone apercebendo-se de uma nova oportunidade para cativar o marido, resolveu interferir. A deusa ergueu-se recebendo a atenção de todos. Caminhou até a pobre alma e gentilmente tocou-lhe a testa. Ela pode ver o bem e o mau unidos em um só corpo, lutando ferozmente para obter um vencedor.

—Meu Marido, reconsidere. - Disse, virando-se na direção de Hades que se mantinha inerte.

—Por que, vossa majestade? - Questionou Radamanto, um dos juízes.

—Este homem cometeu erros em sua vida, mas também semeou o bem. Creio que o Tártaro não é seu lugar. Mande-o para os campos de Asfódelos ou jogue-o no rio Lete. É o melhor para tal alma.

    Os três juízes entreolharam-se entre si e logo encararam o deus do submundo. Hades que a tudo ouvia, limitou-se a acenar positivamente, dando-lhes permissão.

—Sua sentença será vagar pelos campos de Asfódelos por toda a eternidade. - Minos deu a palavra final.

    Enquanto o julgamento ocorria no mundo inferior, outro acontecia na superfície, terra.

    A população da cidade de Pilos esbanjava revolta. O motivo disso tudo era o medo de perderem suas terras para a fúria divina. O caso é que uma mulher roubou as pedras preciosas dedicadas ao deus Hades. Sim, além de governante do submundo, ele era considerado deus das riquezas. Desde então, catástrofes ocorriam constantemente nas minas e a cidade estava entrando em processo de ruína.

—Está rameira roubou o nosso ouro e nossos diamantes, ela provocou a ira de Άͅδης! Eu sugiro que a queimem! - Amaldiçoava um jovem diplomata de elite, Méricles.

    A mulher mantia-se cabisbaixa perante aos insultos pronunciados pelos cidadãos.

—Ela queimará! Sua alma não terá salvação no reino inferior! - Méricles gritava a todos pulmões para os presentes.

Hades: The SacrificeOnde histórias criam vida. Descubra agora