Apanhando da vida.

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Apollo estava confuso sobre tudo, ainda que surpreso com o tamanho do quartel. Ele era muito tímido e introvertido.

— Apollo, falei com o Sargento Jonah. Ele garantiu seu lugar no quadrante B, na supervisão do Coronel Smith.

Ao falar "Smith" algumas crianças que estavam esperando, ficaram com medo.

— Por que elas ficaram assim, Clide? — Temeu o pequeno Apollo, assustado com as reações.

—  Não se preocupe, ele pode ser um pouquinho exigente, mas os melhores homens saem de lá!

— Não sei se quero... — O garoto hesitou, passando a mão em seu braço, demonstrando nervosismo.

— Apollo... É só assim que verá seu papai. — O policial dizia, acalmando o garoto

Apollo: Okay...

Clide: Acompanhe o sargento, ele vai junto com essas crianças te mostrar o lugar.

— Ouçam! Aqui virarão homens! Serão os melhores dos melhores e nada abaixo disso. Quero força, garra, determinação! Quero suas inspirações, quero suas almas, pois seus corpos já são nossos! — Um dos sargentos chamado Jonah dizia em voz alta, preparando os garotos.

Apollo se assustava a cada grito.

— Vamos lá!!! — Continuou o militar.

Sargento começa mostrando o banheiro, um lugar com aparência meio esverdeada, com ladrilhos da mesma cor. Muitos chuveiros, com apenas uma cortina fina tampando a entrada, alguns nem ao menos tinham essas cortinas.

Em seguida, o sargento passa pelo pátio do quadrante B. Era um prédio para cada os cinco quadrantes. A, B, C, D e E.

O prédio do quadrante B era razoavelmente limpo, os soldados uma hora ou outra limpavam suas sujeiras, o pátio era bem grande, com uma fina camada de areia e muitos equipamentos de exercício. Esteiras, pesos, barras, etc.

— Olha só! Carne nova! — Um dos adolescentes gritavam ao verem as crianças, novatas.

— Se você dar um pio, vai ter que pagar 50 flexões SEGUIDAS! — Gritou o militar, impondo autoridade.

— Perdão, senhor!

Ao fundos havia um espaço bem maior, com grama. Tinha percursos para correr, para escalar, para se rastejar. Provas físicas eram feitas nesse espaço. Também era possível ver nesse lugar, estandes de tiro, das mais variadas armas.

— E por fim, esses são seus quartos. —Mostrou o Sargento enquanto apontava para as portas dos garotos, nos dormitórios do quadrante B. —Escolham sua dupla, é um quarto para dois!

Apollo não conhecia ninguém, então por pressão, escolheu a primeira pessoa que viu na sua frente.

— Eu? — Disse o garoto ao ver Apollo apontando o dedo para ele.

— Sim! É meu colega de quarto agora, qual é seu nome?

— Sou Dante. — O garotinho dizia, ainda assustado e ajustando seus óculos.

— Apollo, prazer. — Os dois apertaram as mãos.

Dante era um menino franzino e baixo, bem menor que Apollo, usava óculos com uma lente pesada e grossa, distorciam seus castanhos olhos.

Apollo ao adentrar, escuta o Sargento falar

— E vão dormir! Amanhã vamos cortar esses cabelos!

Assim feito, o dia mal amanhece e um alarme estrondoso toma conta do quarto de Apollo, ele acorda assustado e sem saber o que fazer, seu companheiro continua a dormir.

— Ele tá morto, é?

— LEVANTANDO, SEUS PIRRALHOS! — O militar aparecia na porta, interrompendo qualquer tipo de sono que Dante tinha.

Dante acorda no susto também, se levanta rapidamente e esquece o óculos no pé da cama.

— Primeira coisa! Vamos raspar esses cabelos de moça, venham. — Jonah continuava, sempre hostil.

Apollo o acompanha, Dante pega seu óculos e faz o mesmo.

— Antes de fazerem isso, temos aqui seus uniformes, foram medidos de acordo com suas roupas.

Após eles trocarem de roupa, eles se sentam no salão do quartel, o barbeiro coloca uma venta primeiro em Apollo, a primeira vítima. Apollo não gosta da ideia de ficar quase careca, mas de nada podia falar. Dante foi o próximo, mesma coisa ocorre.

— Vão treinar no pátio, magricelas. Quando for horário de almoço, venham me encontrar. Estou na recepção.

Eles então foram malhar, pela primeira vez. Não sabiam como faziam flexão, um soldado teve que os ajudar. Apollo ia relativamente bem para uma criança de nove anos. Dante quase não conseguia fazer 2 flexões.

Horário de almoço chega, ambos estão suados pelo dia de exercício. Eles partem para a recepção como o mandado.

— Vocês por aqui! Venham, tomem suas rotinas. — O militar entregava alguns papéis que ditava a rotina horário por horário.

— Acordar 5:00??? — Reclamou Apollo. Já aceitando que nunca mais veria seus desenhos, e nem suas espadas.

— Se acostume, garoto.

Apollo resmunga — Ai que droga...

Dia vem, dia vai. Eles estavam se acostumando de pouco em pouco com a rotina, mas estavam odiando.

— Corte novinho? Adorei a careca. — Outro adolescente aparecia, com um tom arrogante.

O rapaz dá uma tapa forte na cabeça de Apollo.

— Bate em alguém do seu tamanho! — Ele enfrenta o garoto. — Eu nunca vou me render para alguém maior que eu!

— Olha só...

O garoto retribui dando um soco na barriga de Apollo, que cai no chão sem ar, de repente uma forte, grave e alta voz ecoa por todo o pátio.

— CHEGA!

Era o coronel Smith, todos ficaram quietos e mal ousavam se mexer.

— ISSO NÃO É TOLERADO AQUI NO MEU BATALHÃO, QUERO VOCÊ PRESO POR 8 DIAS. — O coronel dizia com as mãos atrás das costas, ele era a autoridade maior daquele lugar

— Mas senhor...

— 10 DIAS POR CONTRARIAR MINHA ORDEM. — Ele continuou.

O adolescente se retira, frustado e nervoso.

— E você se levante, a vida vai te bater muito mais forte que aquele moleque. — O coronel para em frente de Apollo, esperando o garoto levantar sem o ajudar.

Apollo com bastante força e alguns resquícios de fôlego, consegue se levantar.

— O restante! Quero uma corrida de 5 km PARA AQUECER.

O dia acabou com Apollo com sua barriga dolorida, e Dante se cansando nos primeiros 10 minutos.

Os dias se passaram assim, Cel. Smith os exercitava fortemente, os colocavam moral, e os puniam por erros.

As dores vieram nos primeiros dias, desapareceram nas primeiras semanas. Deram lugar a um costume, afinal, Apollo iria ficar lá até sua maioridade penal, poderia sair apenas nesse dia, se quisesse.

Abaixo de chuva, abaixo de um sol escaldante eles treinavam, se rastejavam na lama se possível.

Além disso, MUITO treino de combate corpo-a-corpo militar, Jiu Jutsu, Muay Thay, Boxing e Krav Maga eram as principais lutas que aprendiam, mas existiam outras opcionais. As armas já entraram na vida de Apollo, depois de alguns anos treinando...

Apollo agora tinha 15 anos, mas já era um homem formado, criado com militares, obteve uma expressão dura, fria e séria. Era bonito, pele branca e um cabelo bem negro, como ônix. Sua barba começava a se formar na cara. Tinha 1,83 de altura e era muito forte. Sua genética o agraciou com músculos fortes, densos, voluptuosos e bem formados. Era um atleta quase que ideal.

Apollo talvez havia descoberto um dom, o sonho que ele não queria, mas que precisava.

O Peregrino.Onde histórias criam vida. Descubra agora