O rapaz beijou levemente os lábios da garota, queria ganhar seu coração e não apenas seu corpo.
- Olhe apenas para mim, mi amor - pediu com a voz rouca e sedutora, a pele da garota arrepiou-se.
Os olhos escuros fitaram os azuis, com muito cuidado, Ramon colou o corpo ao dela, provocando um estremecimento na garota.
Ele buscou seus lábios com delicadeza, ao ser correspondido, investiu com um pouco mais de paixão.
Nazira sentia toda a virilidade do marido entre suas pernas e apesar de ser observada pelas mulheres, pode sentir o desejo tomando o próprio corpo.
Ramon lhe acariciava o rosto e depositava beijos em seu pescoço, quando estava mais relaxada, ele a penetrou.
Nazira soltou um gemido, seus lábios foram tomados em um beijo apaixonado, as mãos dele deslizavam sobre o corpo dela provocando reações agradáveis, ele tentava controlar os movimentos para não ser agressivo. Mas estava incendiado pela volúpia e estava difícil de raciocinar.
Nazira também sentia o corpo arder ao toque do marido, precisava dos beijos dele, via o desejo em seu olhar e queria corresponder a altura.
Os beijos foram ficando mais ardentes, os movimentos dele sobre ela também, apesar do desconforto que sentia, Nazira queria que ele continuasse.
Ramon estava ofegante, Nazira fechou os olhos enquanto gemidos lhe escapavam da boca, os movimentos dele eram fortes e provocavam sensações estranhas em seu corpo: ao mesmo tempo em que queria afastá-lo buscava prendê-lo a si, precisava daquele toque, daqueles beijos ardentes.
Ramon aproximou-se de seu ouvido e murmurou:
- Lançarei em ti minhas sementes!
Nazira arrepiou-se e sentiu que seu marido se derramava em seu ventre, deixando o corpo pender sobre o dela, aninhando-se em seus seios.
Ela sorriu, também tinha a respiração irregular, fechou os olhos e inspirou o perfume de ervas defumadas que desprendia dele.
A juntaora observou que Ramon tinha completado o coito e fez sinal para as mulheres que lançaram folhas secas e amêndoas sobre o casal, deixando-os a sós.
- Nazira é uma cigana de sorte, Ramon é um homem bom e será um bom marido - Comentou Ayla quando saíram da tenda.
- Que seja uma boa parideira também - falou Zoraide, a sogra.
- Eu dúvido, tem ainda ares de criança - disse Tarah que ao receber um olhar de reprovação da sogra, ergueu as mãos e mostrando as palmas, completou: - Erto ( perdão ).
Tarah era de longe a melhor dançarina do acampamento e mulher de Manolo, irmão mais velho de Ramon.
Ayla era a esposa do segundo irmão: Igor.
A partir do casamento a cigana passava a fazer parte da família do marido e tinha por dever cuidar dele e dos sogros.
Tarah duvidava que aquela criança desengonçada fosse dar conta de seus deveres.
O que mais a incomodava era o fato de Nazira ter sido tratada com tanto cuidado por Ramon, ela quando fora se deitar com Manolo, tivera de ser segura pelas mulheres e ele a tomara como um animal, mostrando a virilidade.
Manolo, assim como os irmãos, domava cavalos selvagens para vendê-los nas vilas, mas diferente de Ramon vivia com cheiro forte dos animais.
Ramon ao contrário, havia aprendido a se cuidar e buscava estar sempre agradável a então noiva: Nazira.
Tarah sempre o via buscando a garota sem graça com o olhar, deixando sorrisos para os passos mal dados dela na dança e a ofertando músicas tocadas por ele na viola.
Ao amanhecer o panuelo manchado de sangue foi apresentado aos convidados que bateram palmas e festejaram a honra da ciganinha.
O jovem casal acordou com o alvoroço, Nazira ao perceber que estava nua, puxou a manta sobre si.
Ramon sorriu, pegou um pouco de mel deixado junto à frutas, pães e doces, provavelmente pela mãe dele, e passou nós próprios lábios e nos dela.- Que minha boca te seja sempre doce, mi amor.
Nazira sorriu e beijaram-se.
Se alimentaram e Ramon a ajudou a lavar-se e vestir-se, depositando um beijo em sua testa, ele cobriu sua cabeça com o véu, símbolo de que era uma mulher casada.
Saíram da tenda sob aplausos e gritos.
Nazira aproximou-se das mulheres e Ramon dos homens, as despedidas seriam longas, a festa se encerrava.