Eternidade - Volume 2

Capítulo 2

– Começou. Há algo a mais que a visão não mostrou. Aconteceu. Uma garota inocente morreu. Mas seu coração ainda bate, na transformação morrer faz parte. É certo que em todas as vezes é intenso o drama. Contudo, ela ainda se lembrará como humana.

Alesso ajudou Alana a se levantar. Ela estava atordoada. O rapaz viu a mordida se curar em seu pescoço onde havia algumas manchas de sangue coagulado.

– Quem fez isso com você?

– E... eu não sei. – Ela gaguejou ofegante. – Eu não sei!

– Olhe para mim. Relaxe. Respira de vagar. – Alesso tentava acalmá-la. – Tudo o que você está sentindo só tende a piorar...

Alesso permaneceu falando enquanto Alana parecia muito confusa, a voz dele foi ficando cada vez mais distante na cabeça dela. A garota passou a focar seu olhar vermelho como sangue em um aluno que devia ter 16 anos. Ela o olhou por trás do vampiro. O jovem passava pelo corredor deserto do qual Alesso havia vindo, a uns dez metros deles. A garota o observava incontrolavelmente. Ela não se conteve. Rapidamente se tornou um vulto em frente ao rapaz e já estava com suas presas cravadas no pescoço do jovem. 

Alesso se voltou para eles, instantaneamente os alcançou, pegou no ombro de Alana e a empurrou para trás. O jovem caiu ao chão. Alesso pegou o jovem em seu colo e em frações de segundos estava no início da floresta escura depois do campo. Seus olhos se tornaram vermelhos, suas presas cresceram e ele as cravou no mesmo lugar em que Alana havia o mordido. Em seguida o vampiro rasgou a pele do pescoço do jovem para que pensassem que foi apenas um ataque animal. E feita aquilo, Alesso o abandonou ali e voltou velozmente ao encontro de Alana. O vampiro com seus olhos novamente castanhos e sem as enormes presas só pensou em tirá-la de lá. Seu vestido branco de seda e estava sujo de sangue assim como sua boca além de ela estar ainda mais confusa e assustada.

Eles voltaram para dentro do colégio, seguiram um corredor e pararam ao centro onde dava caminho em quatro sentidos. Gaya os encontrou ali.

– O que aconteceu? – Perguntou em tom baixo.

– A transformaram. Não sabemos quem foi! – Respondeu seu irmão.

Nesse instante, Gaya olhou para trás, para as portas do colégio se lembrando da pessoa apressada que havia visto.

– Ela não pode voltar para casa. Não hoje! – Completou.

– Vamos levá-la para o Saint Andrews! – Falou a garota de vestido preto.

Não hesitaram em sair dali. O caminho para casa não era tão longo. 2 km depois da cidade os três adentravam o grande casarão bem iluminado. E já na escadaria principal de cor branca junto a parede eles se depararam com Abraham.

– Quem é a garota?

– A encontramos confusa na mata! – Respondeu Gaya olhando para Alesso. – ela precisa descansar!

– E esse sangue? – Abraham questionou novamente.

– Ela atacou um animal! – Disse Alesso.

– Tudo bem, a levem para um quarto!

Agora era subir as escadas e deixá-la digerir toda a sua madrugada.

*** 

"Nova York. 12 de agosto de 1918. Em um galpão fechado e escuro Gaya caminhava sobre seus pequenos saltos e usava um vestido verde militar da época que terminava um pouco acima de suas canelas. Ela parou em frente a uma mesa posta rente a parede final. Passou a mão em seu cabelo bem penteado e começou a mexer em alguns fios elétricos.