Capítulo 3

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Aperto meu punho o suficiente para que minhas unhas perfurassem a palma da minha mão, deixando um pouco de sangue escorrer.

Eu sabia, meus pais voltando para cá nunca seria uma boa notícia. E agora, meu humor foi de mal a pior.

Hannes está morto, os traidores não foram encontrados e uma base nossa está sobre controle dos Titãs, uma grande máfia rival.

Rosno baixinho quando nem mesmo a máscara conseguiu ocultar meus feromônios descontrolados; Se continuasse assim, ninguém iria conseguir se aproximar de mim por um bom tempo.

"Zeke." falo quando senti o seu cheiro vindo de trás da porta, como sempre, ele estava neutro sobre os acontecimentos.

"Irmãozinho!" provoca ao abrir a porta com força, fazendo-a se chocar contra a parede.

Franzo o cenho pela barulheira, resultando em uma alta risada vindo dele. "Tão novinho, mas tão sem graça."

O encaro entediado, "Que tal irmos se divertir? Há uma balada um pouco perto daqui. Você acha alguém, fode e melhora seu humor." fala

"Não tenho vontade de fazer sexo." murmuro

"Ah, claro. Quando foi a última vez que você teve alguém na cama? Ano passado?"

"Você sabe o que aconteceu."

"Ela se apaixonou e você deu no pé, como um grande filho da puta que é." sorri

Sinto um leve tremor nos lábios antes que um pequeno e quase inexistente sorriso apareceu. Abaixo a minha cabeça, esperando que aquela vontade desaparecesse.

"Eu vi esse sorriso, não adianta esconder mais!" exclama

"Hannes está morto, você sabe o que ele era pra mim. Não há motivos para eu rir agora." falo ao pôr uma mão em minha bochecha, inclinando meu rosto um pouco para o lado.

"Hannes está morto, não você. Pensei que já tivesse aprendido sobre não ficar em luto, não temos tempo para isso. Se está chateado porque ele morreu, não fique triste, se prepare... Arme um plano, e mate o culpado." diz entediado antes de ajeitar seu óculos

O observo durante alguns segundos; Eu sabia daquilo muito bem, mas ainda sim, não conseguia chegar ao nível dele, eu sentia a perda dos meus. E isso nunca vou conseguir mudar.

Suspiro antes de retirar minha máscara e jogá-la na cama, vendo como ele franziu o cenho.

"Não há como eu sair sem essa máscara, e o ocultador dela não está funcionando bem."

"Isso que dá ser um alfa forte demais. Ainda bem que não faço parte dessa linhagem." provoca

Reviro meus olhos, me permitindo sorrir com seu comentário. "Sortudo."

"Eu sei." pisca

Zeke é filho adotivo dos meus pais, porém, faz mais parte da família do que eu mesmo. Ele foi encontrado na rua aos três anos, alguns meses antes de eu nascer; Para ele, ter sido encontrado pelo nosso pai foi uma salvação, por isso, é inquestionável sua fidelidade a nossa máfia.

Mas diferente dele, desde que me entendo como pessoa, fui treinado por obrigação até que eu realmente gostasse. E ao assumir o cargo da máfia, muitas coisas mudaram, principalmente o fato de termos nos distanciado demais pela minha ocupação.

Talvez... Esse seja um bom motivo para conversarmos um pouco e nos reaproximarmos.

Suspiro antes de falar: "Por que não?"

"Finalmente!"

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"Isso que é diversão!" diz ao apontar para multidão dançando.

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