So Cold.

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Quando acordo, percebo que estou em um quarto totalmente branco, uma mesa de metal encostada na parede da direita de baixo de uma janela, que por sinal, havia grades.

 -Oi! Bem vindo ao meu quarto! - disse uma garota de cabelo rosa sentada na cama da frente.

-Seu quarto? - pergunto confuso - desculpe, mas quem é você?

-Sim meu quarto! Agora seu também! - diz ela animada - me chamo Lumina e você?

-Me chamo Lucas... prazer - ela começa a se aproximar de mim rapidamente.

-Bem vindo ao Radcliffer, esse agora é o seu quarto também, o que é meu é seu, o que é seu é meu e é tudo nosso! - disse ela ainda animada.

Lumina era um pouco mais alta que eu, ela deveria ter um metro e sessenta e cinco centímetros, enquanto eu, tenho só um metro e sessenta.

Começo a chorar quando me lembrei de como eu havia parado aqui, não acredito no que o Rafael fez dessa vez, ele havia me jogado aqui contra a minha vontade... Eu ja nem sei.. se o que temos juntos.... Irá continuar depois dessa...

-O que foi? Por que está chorando? - disse Lumina sentando ao meu lado na cama - eu te assustei?

-Não é isso - falei enxugando minhas lágrimas - o meu namorado, ou ex não sei mais, me colocou aqui a força...

-Mas que coisa horrível, porque ele fez isso?

-Eu não sei... Sinceramente eu não sei...

-Más não fica assim não, você vai gostar daqui - disse ela tentando me animar - e outra, eu ouvi dizer, que você só vai ficar aqui até as férias acabarem.

-Q-quem te disse isso? Aonde você ouviu isso? - falei me virando para ela.

-Um garoto loiro bem alto, estava falando com a psicóloga daqui, ele disse que você vai ficar aqui só até as férias acabarem.

Eu não estava acreditando, Rafael queria me deixar trancado aqui até a volta as aulas, com certeza o Ricardo tem algo a ver com isso.

-Lumina.. aqui tem telefone? - falei me virando para ela.

-Sim, quer que eu te leve lá?

-Por favor.

Lumina se levantou e abriu a porta branca que tinha uma janelinha. A gente foi percorrendo pelo corredor também branco, esse branco não me agrada, nós chegamos a uma ala onde havia algumas pessoas e três guardas nos monitorando. Lumina foi até ele aparentemente foi pedir algo. Quando Lumina voltou, ela vinha com um cartão em mãos.

-Aqui, sempre que você quiser telefonar para alguém, é só falar com os guardas que eles te iram dar isso - disse ela me dando o cartão.

Sorri para ela e fui para um telefone que estava mais perto de mim.

Eu não sabia para quem ligar, não sei se ligava para a Gaby ou as meninas, todos menos aquelas duas pessoas. Más já sei para quem vou ligar, minha mãe, acho que ela deve saber o que está acontecendo.

Disco o número do telefone de casa, torcendo para que ela atendesse.

-Alo mãe - falei assim que alguém atendeu.

-Não é a mamãe não - falou um homem.

-Eric é você?

-Pode ser que sim pode ser que não.

-Para de ser besta! Estou com pressa - falei rapidamente.

-Nossa, oi para você também maninho - disse ele.

-Oi, agora passa para a nossa mãe se ela estiver aí!

-Obrigado por perguntar se estou bem, por perguntar se eu tinha novidades, você gosta muito de mim - disse ele fingindo indignação - vou passar para ela, espera.

Eric está demorando para passar o telefone.

-Oi filho, tudo bem? - disse minha mãe.

-Não está nada bem! Mãe a senhora não acredita - falei ficando com raiva.

-O que houve meu filho, porque não está tudo bem? - perguntou ela preocupada.

-Mãe eu estou em um hospício - falei falho. Quase voltando a chorar.

-Você não está preso! Ricardo me contou que você aceitou minha ideia de ir para o Radcliffer, então você entrou aí bem - diz ela calmamente.

-Sua ideia mãe? - falo seco.

-Sim, Rafael me contou o que houve na lagoa, então pensei que isso te deixou mentalmente afetado, eu pensei junto com o seu irmão que essa seria a melhor ideia caso você estivesse ainda abalado - disse ela como se tudo fosse simples - eles não te cotaram?

-Não... já que eu não aceitei a ideia - falei frio - e também fui colocado a força por eles, sendo dopado na entrada e jogado nesse lugar contra a minha vontade. Já que eu estava bem até demais para ficar uma semana preso dentro do apartamento do Ricardo - falei mais frio ainda e um pouco com raiva.

-Como assim a força? Eles te colocaram aí mesmo você rejeitando ir? - disse minha mãe supresa, más com raiva.

-Sim más agora isso não interessa mais, eu estou aqui não estou? Agora tenho que me acostumar...

-Meu deus filho, me perdoa, eu não sabia que...

-Não precisa mãe, estou bem -falo a interrompendo - agora tenho que ir porque deve ter limite. Tchau mãe.

Assim que minha mãe disse tchau, eu desliguei o telefone imediatamente, meu coração se partiu novamente, por que minha mãe teve essa ideia idiota? O que está acontecendo? Todos contra mim é isso?

Fico um tempo encarando o telefone, pensando no Rafael, pensei em chorar, mas ele não merecia minhas lágrimas.

-Lumina, quais são as atividades daqui, eu quero fazer algumas - falo me virando para ela.

-Tem a yôga, a aula de artes e artesanato e...

-Quero fazer essas duas só, yôga e artes - a interrompendo.

-Então venha, vou te levar a sala de yôga que logo começa - disse ela me puxando.

Quando chegamos na sala de yôga, ela é grande, sua cor era um azul harmonia, havia alguns tapetes verdes de yôga e tocava uma música relaxante. 

-Cheguei gente! - gritou Lumina - e tem alguém novo entre nós!

Fiquei meio corando, mas todos da sala falaram um Oi.

-Bem vindo a aula de yôga! - disse uma mulher de cabelos castanhos.

Essa mulher era alta, pele morena e um sorriso encantador e amigável.

-Muito obrigado - foi só o que consegui falar. Ainda estava corado.

-Lucas essa é a professora Sheila, ela é voluntária aqui no Radcliffer a dois anos! - disse Lumina.

-Nossa, muito tempo.

-Sim, foram anos muitos bons aqui! Agora escolham seus lugares, a aula já vai começar -

disse a professora.

A aula foi incrível, me senti leve, também senti uma energia percorrer o meu corpo e junto com a magia que rodiava-me. Uma sensação incrível. As posições que mais me recordo foi a cobra e a balanceamento de mesa, duas posições difíceis mas com resultados excelentes.

Fui para o quarto sem o acompanhamento de Lumina, já que ela foi falar com a psicóloga, e logo depois dela sou eu.

Quando abri a porta do quarto, me deparei com o Rafael sentado na minha cama... Uma surpresa que não sei como reagir. Depois disso ele teve a cara de pau de vir aqui... Acho que depois desse golpe, devo acabar logo com isso e terminar nosso relacionamento de uma so vez...

Love & Chaos.Onde histórias criam vida. Descubra agora