Boy With Luv -JJK&PJM

Sorry, Dad.

Eu poderia imaginar perfeitamente a expressão furiosa de meu pai ao receber a ligação do delegado, e poderia imaginar também a surra que ele provavelmente me daria. Deitei minha cabeça sobre a mesa do homem que estava sentado a minha frente, olhando-me como se a minha pessoa fosse o pior criminoso da Coréia.

Orava para que se houvesse um ser superior, que ele me protegesse do arranca couro que iria ganhar de papai. 

Choraminguei baixinho ao ouvir uma batida na porta, meu corpo todo gelou, fazendo-me ficar imóvel sobre a cadeira; sorri em puro desespero ao ver meu pai entrar na sala, cumprimentando delegado Choi apenas com aceno.

- O que foi que meu querido filho aprontou?-aproximou-se de mim, beliscando meu pescoço em seguida.

- Sr. Park, seu filho foi pego pichando uma estátua muito importante na praça central.

- De novo, Jimin, você não aprende mesmo.-beliscou meu pescoço novamente.

- Não foi eu, pai.-realmente não foi, eu apenas estava no lugar errado e na hora errada.

- Em casa a gente vai conversar.-cruzou os braços, olhando-me com uma carranca de dar medo.

 . . .

 Dentro do  carro o silêncio mortal se fazia presente, deixando o clima ainda mais desconfortável; meu pai batucava os dedos no volante olhando para a rua ignorando completamente minha existência. Não era a primeira vez que essa situação acontecia, e eu sabia o quão chateado e envergonhado que meu pai estava. Eu havia prometido que não voltaria a vandalizar muros alheios por ai, mas fiz algo pior, pichei uma estátua importante. Tá, não era tão importante assim, era só a estátua de um velho que ajudou a fundar o bairro. Não era tão importante.

Suspirei em puro arrependimento.

- Pai, eu...-fui cortado por sua voz.

- Só cala a boca, Jimin.-ao menos olhou em minha direção.-quando chegarmos em casa, iremos ter uma conversa séria.

- Me desculpa...-sussurrei.

O carro parou em frente a uma lojinha de conveniência, meu pai abriu o porta-luvas em minha frente, tirando de lá sua carteira, pegando algumas notas. Estendeu o dinheiro em minha direção, fazendo-me encarar o dinheiro em sua mão.

- Vá comprar cigarros para mim.-encarei seu rosto, me recusando a pega o dinheiro.

- Eu não gosto quando o senhor fuma.-murmurei.

- Eu detesto quando você sai para agir feito um marginal, e mesmo assim você o faz.-sua voz saiu de maneira áspera, fazendo meus olhos lacrimejarem.-vá logo.-tomei o dinheiro de sua mão, saindo de maneira apressada pela calçada de paralelepípedos. 

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