I'm sorry for being a terrible son.

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  Apertei o dinheiro em minha mão, fazendo com que as pontas de meus dedos ficassem esbranquiçadas. A conveniência estava quase totalmente vazia, a não ser pelo garoto de cabelos cor-cereija escolhendo algum salgadinho em uma das prateleiras frontais que havia ali.

Parei em frente ao caixa, com as mãos no bolso do moletom quentinho que estava vestido; estranhando o fato de não ter sequer um atentede ali.

O rapaz que antes estava concentrado em encontrar o salgadinho perfeito para comer, pulou para trás do caixa, como se aquilo fosse a coisa mais normal de se fazer. Abriu o pacote do produto em suas mãos, logo me direcionado a seguinte pergunta:

– Em que posso ajuda-lo? –com um sorriso simpático, encarou-me esperando por minha resposta.

– Hum, quero cigarros. –murmurei quase impercetível, não alegre por estar comprado algo cancerígeno para meu pai.

– Preciso de sua documentação, por favor.

– Oh, não são para mim. –balancei minha cabeça em negação, sorrindo envergonhado. –são para meu pai.

– Me desculpe, mas não irei poder vende-lo para você. É contra a lei, sinto muito.

– Sem problemas, obrigado.

Aliviado por não comprar aquela porcaria, caminhei em direção ao carro novamente; meu pai estava lá, com o rosto encostado contra o vidro, enquanto lágrimas caíam lentamente por seu rosto.

Senti meu peito apertar em culpa.

De repente, tudo o que eu já fiz não me parecia mais tão divertido. Ver meu pai naquela maneira, chorando por desgosto, por ter um filho arruaceiro, me fez me sentir extremamente culpado.

– Papai. –deu um pulo sobre o estofado em tamanho susto, limpando as lágrimas em seu rosto de maneira desajeitada. –não pude comprar os cigarros por ser menor de idade. Me desculpe. –tirei o dinheiro do bolso, entregando em sua mão.

. . .

Já de banho tomado, desci para a sala, onde eu teria minha conversa com meu pai. Estava muito nervoso, com medo do que poderia acontecer durante aquele diálogo que teríamos.

Senhor Park me esperava sentado elegantemente no sofá, fazendo desenhos imagináveis sobre o braço-do-sofá. Seu olhar fixou em mim ao perceber minha presença, fazendo sua expressão ficar cada vez mais séria; dando batidinhas no estofado, convidou-me para sentar.

– Eu não quero ouvir um "piu", até eu terminar de falar, estamos entendidos? –apenas movi minha cabeça positivamente. –eu não sei mais o que fazer com você, Jimin, sinceramente, eu não sei. –esfregou suas mãos em seu rosto. –o que foi que te faltou? Faltou amor? –neguei. –faltou compreensão? –neguei. –então o que foi que faltou? Por que você é assim? –abaixei minha cabeça, totalmente envergonhado. –eu sei o quão difícil é ser criando sem alguém que é base da família, eu sei o quão ruim é ser abandonado por alguém; mas... Eu te dei tudo, filho. –ambos já chorávamos. –te dei amor, carinho, compreensão, educação. Te dei tudo; e olha como você me retribui, filho. –senti um tapa forte e estalado em minha perna. –dói mais em mim esse tapa, do que dói em você. Me desculpa se fui um péssimo pai, por ter deixado sua mãe ir.

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Boy With Luv -JJK&PJMWhere stories live. Discover now