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Alexander P.O.V

Passaram-se três dias até que finalmente me decidi a voltar para casa. Vi-me obrigado a inventar à pressa uma desculpa idiota para a minha ausência. Apesar de ter estado sozinho durante tanto tempo, nem sequer me lembrei de pensar em algo melhor. 

Há dois anos que vivíamos naquela casa. Eu, os rapazes e a Caroline, a rapariga por quem me apaixonei há seis anos atrás, no momento em que a vi pela primeira vez na graduação do pré-secundário. Tínhamos apenas catorze anos e, mesmo após o passar dos anos, continuamos a querer o mesmo que desejávamos antes. Ficar juntos.

Agora, todos com vinte anos, estamos no terceiro ano do curso de Medicina da melhor universidade de Massachusetts, com exceção do Ryan que continua no primeiro ano por ser a pessoa mais desligada dos estudos que alguma vez caminhou à face da terra. 

Tudo se manteve igual desde o momento em que voltei a casa. Os rapazes nem por um minuto desconfiaram de que algo se passava comigo, o que me magoou um pouco. No entanto era melhor que eles não sofressem por antecedência por minha causa. No entanto, Caroline sabia que algo estava diferente em mim, ainda que não soubesse exatamente o que era. Afinal, como poderia saber? 

- Estou bem - era a resposta que dava sempre que alguém me perguntava como eu me sentia ou estava naquele momento. Todos sabiam que não valia a pena insistir e que só ia falar quando estivesse realmente pronto.

Durante os meus últimos dias dei sempre o meu melhor sorriso, aquele que me fosse possível no momento, tendo em conta as dores e o sofrimento psicológico de se estar a morrer e ter consciência disso. Mas eu não podia demonstrar como me sentia pois a última coisa que queria era deixar qualquer um deles triste.

- Alexander, lamento muito - começa o Dr. Clutch, o médico que me acompanhou durante os últimos tempos. - Tem um mês de vida, no máximo.





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