Capítulo 8.

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Eu já conseguia visualizar um pequeno buraco se formando bem no meio da minha sala por conta de todas as vezes que andei em círculos durante os últimos minutos. Depois de mandar uma mensagem para Harry, pedindo para que ele viesse me encontrar no meu apartamento, eu me arrependi quase que no mesmo instante.

O motivo desse arrependimento era simples: eu ainda não sabia exatamente o que eu iria falar para ele. Vários questionamentos se passavam pela minha cabeça, mas eu ainda não tinha chegado a uma decisão final.

Eu queria mesmo acabar com o que quer que seja que estávamos tendo?

Porém, apesar das minhas inúmeras dúvidas, eu tinha uma certeza concreta: quando Amy viesse me visitar, bastaria apenas um simples olhar para que ela descobrisse o que se passava entre mim e Harry.

Ouvi o som irritante da campainha reverberar por todo o cômodo e me assustei, voltando para a realidade. Deixei todos os meus pensamentos de lado por um segundo e andei em direção a porta. Assim que a abri, me deparei com Harry parado bem na minha frente. Seu humor com certeza estava bem melhor do que da última vez que o vi. Ele parecia mais relaxado, mais leve.

- Trouxe vinho - ele ergueu uma garrafa de vinho na altura dos olhos e eu sorri nervosa, dando espaço para que ele adentrasse o meu apartamento logo em seguida.

- Pode colocar em cima do balcão - sugeri, logo atrás dele.

Harry fez o que eu pedi e colocou a garrafa no balcão de mármore. Apesar de não ter prestado muita atenção, parecia ser um vinho bem caro. Meu professor virou-se na minha direção com um sorriso sugestivo nos lábios e me agarrou pela cintura, me beijando logo em seguida. Precisei interrompê-lo segundos depois para não deixar que ele se aprofundasse muito e descolei nossos lábios.

Ele abriu os olhos e franziu o cenho, confuso.

- O que aconteceu? - perguntou, preocupado.

- Nada - respondi, apoiando as minhas mãos em seu peito para criar uma certa distância entre nós, o que era algo praticamente impossível, visto a proximidade dos nossos corpos.

- Você parece tensa - ele disse, com as suas íris verdes me encarando atentamente, como se ele quisesse penetrar a minha alma e explorá-la apenas com aquele olhar.

- Você não é o primeiro a dizer isso - soltei um riso seco, quebrando o contato visual entre nós.

Será que eu era tão transparente assim?

Harry suspirou e me analisou por mais um breve momento.

- Você vai me dizer o que está se passando nessa sua cabecinha ou eu vou ter que usar a minha bola de cristal?

- Você tem uma bola de cristal?! - perguntei, fingindo certa animação.

- Alex.. - Harry me repreendeu, claramente notando a minha falha tentativa de mudar de assunto.

Ele parecia mesmo estar preocupado comigo. Fechei os olhos e suspirei, tentando criar coragem para despejar de uma só vez todos os pensamentos que estavam me atormentando.

Era melhor jogar a bomba o mais rápido possível e, só depois, lidar com os estragos.

- Se lembra da Amy? Uma amiga minha do ensino médio.. - comecei, obtendo sua total atenção.

- Amy Wood?

Assenti, mordendo o lábio inferior. Ainda não conseguia encará-lo totalmente, por isso, meus olhos alternavam entre o seus olhos e a sua camisa.

- O que tem ela?

- Ela vem me visitar daqui a alguns dias.

Esperei qualquer reação vinda da sua parte, mas Harry continuou calmo e sem nenhum traço de irritação ou raiva no rosto.

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