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Não era como se a casa de Kihyun fosse longe, mas cada passo que o garoto dava, sentia um pouco menos de coragem de chegar lá.
Havia saído do colégio em horário de aula, quando devia ter levado sua mochila na diretoria por conta de apostilas erradas, e então viu o garoto correr para fora, chorando, e sentiu uma pontada no peito.

Changkyun estava sério o caminho todo, não havia diálogo, mas não era o silêncio que incomodava.
Era o medo dos dois.
Medo da parte de Changkyun, de ser expulso e não poder ter o direito de todos ali naquele colégio, o direito de estudar.
E Kihyun, com medo do seu pai perder a pouca paciência consigo.

Não aguentavam mais aqueles problemas com os pais que os impediam de viver.
Mas também não podiam mudar nada, afinal, os dois ainda eram menores de idade.

— A gente fica no andar de cima, espero que meu pai não surte — Kihyun disse, quebrando o silêncio.

— Tudo bem, Kihyun — falou, de cabeça baixa — desculpa te colocar nessa situação.

— Você não teve culpa, Chang.

Changkyun parou, e sem um aviso, abraçou o outro, que sentiu o outro necessitar do seu carinho.
Acariciou seus cabelos, e sentiu o uniforme ser molhado pelas lágrimas do moreno.

— Eu vou ser expulso, Kihyun — disse, fazendo Kihyun chorar junto de si — meu pai não quer mais que eu lhe dê trabalho, eu só quero morrer.

— Você não pode morrer, Chang — o outro dizia, com a voz vacilada pelas lágrimas — você vai fazer falta.

— Para quem? Eu sou só um gasto.

Kihyun abraçou o outro com mais força, o apertando um pouco mais, não queria vê-lo sentir aquela dor.
Então, fez o mesmo o olhar nos olhos.

— Se você for embora, eu vou sentir a sua falta, Changkyun — e limpou as lágrimas dos olhos do outro — nos conhecemos faz pouco tempo, mas eu sei que você é um garoto incrível, e que não merece o que está passando. Você já é especial para mim.

Changkyun então, surpreso, saiu do abraço de Kihyun e voltou a caminhar para a casa do mesmo, terminando o percurso em silêncio.
Chegando na porta da casa de Kihyun, o mesmo respirou fundo, antes de destrancar a porta e ver que seu pai não estava, soltando o ar que mal percebeu que segurava.

— Pode subir, vou pegar algo para nós comermos — falou, vendo o moreno subir as escadas.

Passou no armário, pegando uma bolacha qualquer, e subiu para o quarto.
Quando entrou, teve seus lábios atacados pelo moreno.

Não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que podia parar quando quisesse.
Ele só não queria.

BAD GUY | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora