BAD GUY | changki

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Kihyun se levantou, depois de dormir meia hora e ser invadido por seu despertador. Era visível que estava cansado, mas mesmo assim tinha algo diferente em si.
Não reclamou que acordou cedo, bem pelo contrário: rapidamente estava no banho, escovando os dentes e em seguida se vestindo, pegando a maçã na cozinha (sem olhar para o seu pai, que o encarava por cima do jornal), e se dirigindo a escola.

O caminho, vazio como o silêncio, era o que mais acalmava Kihyun, que estava determinado.
Não tirava os olhos de Changkyun de sua cabeça, os seus lábios, a sua voz.

Foi se aproximando da escola que viu, senhor Im, o aguardando na entrada. Droga, isso não fazia parte dos planos.

- Estudante Yoo, me acompanhe - disse, apontando para o escritório executivo, onde normalmente o diretor levava alunos quando ganhavam méritos, ou precisavam repensar sua vida acadêmica - por mais que não seja o local apropriado, esse assunto é pessoal o suficiente para nenhum outro aluno ouvir.

Kihyun tremeu de raiva. Mesmo assim, se dirigiu ao escritório na qual era isolado, haviam grandes semblantes, medalhões e artefatos da escola. 
Senhor Im se sentou, na grande cadeira, feita a madeira de orvalho, que era robusta e alta, fazendo alusão a uma cadeira real. Por sua vez, era rodeada de outras cadeiras mais estofadas, que contrastavam de maneira agradável com todo o ambiente.

Kihyun se sentou, tentando mostrar que não estava ansioso com a situação. O senhor Im, então, relaxou as costas, respirando fundo, e arqueando as sombrancelhas.

- Meu filho causou problemas a família Yoo, que, em menos de uma semana teria seu filho mais novo formado - disse, cutucando as unhas - eu, venho inteiramente a pedir desculpas pelo comportamento de Changkyun, que o atacou quando você, ingênuo, o estendeu a mão.

Kihyun fervia de raiva. Mesmo assim, manteve seu semblante apático. Senhor Im, se levantou, procurando em uma das prateleiras, um papel, que deu em mãos a Kihyun.
O papel era nada mais, nada menos que o boletim final de Kihyun, totalmente gabaritado.

- Fique com ele - continuou, o velho - e esqueça Changkyun. Qualquer universidade vai querer um aluno tão exemplar.

- Por que você está fazendo isso, diretor Im?

- Porque, Kihyun - falou, se sentando novamente - eu te disse desde o começo para não se envolver com aquele imbecil do meu filho. Receba seu diploma com todos os méritos possíveis, ou assista sua família ter o único filho homem dessa linhagem como um sem teto.

Kihyun abaixou a cabeça, rindo baixinho. O senhor apenas o olhava com dúvida. 

- Gravou isso - dizia Kihyun, com o celular na mão - Changkyun?

- Em alto em bom tom - a voz grave dizia - reproduzindo as falas de suborno do velho, que estava sem reação com o conteúdo.

- Agora, senhor Im, vamos conversar como vai ser.