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dar estrelinha sempre é muito bom para a autora saber se vocês estão gostando 😝
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— Te vejo amanhã na aula, Kihyun — Changkyun disse, virando a rua para ir para a casa.

Kihyun, apenas soprou um adeus, e viu o outro caminhar a rua, indo para a sua casa.
Aquilo o deixava tão triste, tão triste em saber que o garoto ia passar boa parte do tempo sozinho depois dali, e que a sua única companhia seria o seu pai, que apenas sabia o tratar feito lixo.

"Não confie em garotos de rua" foi o que o diretor havia dito para Kihyun quando protegeu Changkyun, seu filho.
Aquilo não era um pai, era um monstro, e se Changkyun era daquele jeito, boa parte da culpa era do senhor.

De certa forma, sentia vontade de proteger Changkyun. Ele era uma pessoa doce além de tudo, que fazia Kihyun sair do chão por alguns segundos.
Chegou em casa, e antes de tirar os sapatos, viu o pai de braços cruzados na porta.

— Onde estava, Kihyun? — o mesmo tinha uma cinta enrolada no braço — você está atrasado.

— F-Fui tomar um suco, pai — viu o outro rir, incrédulo — eu não estava me sentindo bem mais cedo.

— Tomasse algum remédio em casa, Kihyun. Vá estudar e compensar o seu tempo perdido.

Kihyun concordou, atravessando o senhor de expressão rígida e cansada.
Entrou no quarto, o trancando, e se sentou na sua mesa lotada de post its.
Não saía dali normalmente e já havia se acostumado com o lugar.

Pegou o livro de sua mochila, estudando o conteúdo que perdeu. Em menos de uma hora, já havia terminado, então se sentou na cama por um segundo apenas para colocar a cabeça no lugar.
Tocaria violão, mas o pai lhe mataria, então apenas respirou fundo, fechou os olhos e adormeceu.

[✨]

Changkyun chegou na frente de casa, respirando fundo antes de entrar. Trancou a casa, e num ato de raiva, jogou a pilha de livros que seu pai havia lhe deixado.
Gritaria se pudesse, mas acordar a vizinhança com seus problemas não era uma alternativa saudável, então pegou seus fones de ouvido, deu play no celular, e se jogou em sua cama, pedindo para deixar de existir.

Começou a pensar em como sua vida seria muito mais fácil se sua mãe estivesse ali, ou se apenas cedesse e fosse morar com a sua tia.
Mas tinha medo de perder a liberdade que conquistou, a casa que comprou e seus pequenos momentos de paz.

Se lembrou de como foi gratificante a conversa na loja junto de Kihyun, que o ouviu contar sobre a sua vida inteira quieto, sem o julgar ou dizer que era errado o seu estilo de vida. Sabia que Kihyun seria um ótimo amigo, se o pai também não fosse outro cuzão que trataria o moreno como um renegado.

Conhecia a família Yoo, e sabia do respeito que seu pai tinha pelo pai de Kihyun, o proibindo de tirar o garoto da linha.
Mesmo com Changkyun sendo um dos rapazes mais inteligentes daquele colégio, perdendo para o garoto menor que ele, e um tal de Hyungwon, que sai todos os dias da classe com o professor de matemática, coisa que não tinha nada a ver consigo.

Por mais que quisesse um amigo, não poderia ter nenhum afeto naquele colégio, porque uma metade sentia ódio de si, e a outra um nojo inexplicável.

Changkyun estava quase caindo no sono, quando ouviu a porta ser destrancada e o pai entrar na casa.

— Por que não está estudando?

— Não estou me sentindo bem, vou tirar um cochilo e usar o horário da noite pra estudar, senhor-

— Changkyun — o outro falou, cortando a fala do filho — só não falte amanhã, se passar muito mal, vá ao hospital.

— Pode deixar.

O senhor virou, de saída. Se virou, uma última vez, vendo o outro já de olhos fechados, e então desistiu de tentar indagar mais um diálogo.

Só achava que não valia o seu tempo.

BAD GUY | changkiOnde histórias criam vida. Descubra agora