Capítulo1

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            27/01/2027
   
Mais um ano inicia e como eu estou? -em pulgas....mentira estou entediado, são sempre as mesmas coisas, tarefas, gente falsa com quem tenho de fazer amizades. A mesma rotina fastídiciosa e....
quer saber, vamos começar do início. Prazer eu sou Ryan Lewis tenho 17 anos completos a três dias , sou uma pessoa normal.
Gosto de ficar em casa vendo anime, conversando no WhatsApp com um monte de gente que finge gostar de mim só porque sou filho de Williams Lewis um dos maiores e melhores advogados do mundo.

Sei que agora você deve estar se perguntando: "porquê essa criatura gosta de falar com gente assim, que finge ser o que não é, O Ryan é falso ?

-Bem.... Não, eu não sou falso eu estudo gente falsa, se não fosse minha paixão por fotografias eu seria psicólogo. Eu acho a falsidade e a falta de identidade uma das maiores psicopatologias do mundo, quer dizer como...
Não pessoal, esquece, isso eu conto depois.
Agora vamos para aquilo que eu chamo de _Ryan dramashow_, é onde eu conto-vos da minha enfadonha e "emocionante" vida.

Eu fui o garoto mais feliz da galáxia até aos meus 10 anos de idade, ou pelo menos, até meu pai descobrir o que fizera minha mãe.

Parece, ou melhor, foi na época em que minha mãe estava grávida de mim e ainda não sabia, ela envolveu-se com outro homem um tal de Aldir Haid, ex sócio do meu pai no escritório de advocacia, e como já notaram ele é descendente de asiáticos, indoneses para ser mais preciso.

Graças a minha mãe e a esse homem o quadro da família perfeita que meu pai pintou, perdeu cores ele ficou extremamente decepcionado, mais com ela do que comigo "mas Ryan, porquê não fazem um exame de ADN"? - Meu pai não quer, imagina o escândalo que seria se desse negativo! A carreira dele nunca mais seria a mesma ele poderia até perder o respeito da parte dos seus admiradores e esse risco ele não quer correr. A verdade é que esse é o ápice do meu drama, olhar para os olhos de um homem que muito me amou mas agora é frívolo, distante, vive na sombra da incerteza não sabe se é meu pai e eu não sei se sou o filho dele. Minha mãe, Shania Lewis, repeti incansavelmente que ele é meu pai mas ela também repetia incansavelmente que o amava e nunca teria olhos para outro então, dada seja a razão ao meu pai de estar na corda bamba quanto ao facto de acreditar ou não.

Nessa história eu pude ver que de facto os homens são fracos, meu pai não deixou de falar com a minha mãe um dia sequer, é como se a alma dele dependesse dá satisfação da minha mãe que loucura, a mulher te traiu e você dá flores?!

Eu amo a minha mãe mas ela errou, onde estão as consequências, os desastres, a ordem natural das coisas? Onde?

Falando em ordem, esse é o lema da minha nova escola , _Silver Bridge_ ," *ordem e disciplina"* quanto clichê meu pai do céu. Quero realçar o meu profundo desgosto de estar aqui, claro que se eu fosse um psicólogo isso seria um paraíso porque o que não falta aqui é gente doente de alma e mente... Pessoas cheias de sí que acabaram por se tornar ocas, trocaram o seu interior por fama, popularidade e uma falsa sensação de satisfação, eu quero ir para casa TAXXXIIII SOS Ryan, as vezes creio que tenho talento para ser esquizofrênico, mas isso eu sou vou descobrir depois de saber aonde e com quem eu irei dormir.

-Primeiro corredor vire a esquerda, primeiro corredor vire a esquerda, primeiro...
-Oi, tudo bem com você? Me parece atordoado.
-Um pouco, disseram-me que para chegar a sala do director Dusk eu teria que ir pelo primeiro corredor e virar a esquerda, como eu tenho uma memória invejável repito para não esquecer -Disse eu todo catatónico, viajando naqueles lindos e formosos seios, não dava para crer que eram naturais, eram tão redondos e empinados (diz-se empinados né?)
- Meu nome é Amanda, sou bibliotecária da escola e você é o...?
- Amanda da escola, quer dizer Lewis, Ryan Lewis que está apressado para falar com o diretor tchau.

Eu estava rocho de vergonha, poxa é a bibliotecária, ela fica na biblioteca e na biblioteca tem livros e nós lemos os livros então a partir de agora vou ser o Camões da leitura. Mal termino o raciocínio e bato com a cara no pilar do corredor, que escola tem um pilar no corredor?

Enfim o mais importante é falar com o director Dusk, a propósito, vocês sabem o que quer dizer " _dusk"_ em português? -Crepúsculo, o que o pai dele tinha em mente meu DEUS!

Primeiro corredor, feito, virar a esquerda, feito, dei as três mais suaves batidas que eu alguma vez tinha dado em uma porta, como sinal de respeito, quando um homem de aproximadamente 2 metros, olhos cor de mel e negrão como eu a abre e diz: "entra ", me tremi todo não é assim nas novelas e filmes. Normalmente o diretor costuma ser um homem de meia idade, cabelos grisalhos com uma altura média, mas o senhor crepúsculo não, parecia mais novo que eu!

-Então, Ryan Lewis, sê bem vindo a silver brigde e espero que esteja apto a estar aqui, mas antes diga-me o que espera encontrar aqui que não tenha em outras escolas?
Naquele momento pensei em usar o sarcasmo mas estava muito assustado para isso.
-Senhor Dusk, como pode ver eu sou somente um adolescente a procura de quem é e o que foi feito para ser, então eu não perco tempo observando e fazendo comparações, estou aqui porque acredito que será melhor - falei incrédulo de mim mesmo.

-Muito bem então que assim seja -disse o crepúsculo entregando-me uma das cópias da chave do meu quarto, ele era de facto um homem de poucas palavras.

Não demorou muito e eu já estava em frente a porta do meu quarto, mal a abri e um bafo de meia agoniante tocou a minha alma.
- Man, morreu alguém aqui? - perguntei quase desmaiando.
-oh desculpe, estava a separar as roupas para lavar, você deve ser o Bryan Lewis, não é?
- Não, é Ryan Lewis, Ryan e sinceramente você deveria levar essas roupas para queimar santo amor, eu sou sensível. Já agora como eu devo te chamar?
- Maxwell Hugo, ou só Max mesmo e eu já volto - saiu ele todo carregado e encurvado rumo a lavandaria.
Das duas uma, ou aquele jovem é aprendiz de macumbeiro ou tem sérios problemas com a loja das recordações, tinha até pena de pombo, pessoa estranha.

Como eu não tinha escolha o melhor a fazer era usar a máxima " *mi casa es su casa"*, embora fosse um quarto, sem TV, sem anime.

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