Capítulo4

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  12:37am, lá estava eu no meu quarto deitado de costas com as mãos atrás da cabeça sem sopro, sem ânimo, sem sentimentos, resumidamente falando sem vida domado por um vazio pesado. Então levantei-me com o intuito de me perder entre o nada e ao invés de sentir a brisa queria trocar de lugar com ela.  Abri a porta do meu quarto e saí, mal fiz isso ouvi um sussurro "Ryan, porquê não me ouves? "

  -Quem está aí? Já vou avisando que estou sem paciência para joguinhos.
 
  -Vamos, apareça!
  Por mais que eu falasse e replicasse, nenhuma resposta exacta surgia e a voz insistia "Ryan, me ajude, socorro ". Mal foram ditas essa palavras, senti um arrepio na espinha, senti minha mente sendo invadida e dois por três não controlava mais o meu corpo, ele tinha vontade própria e me levava directamente a sala verde, a mesma em que o acesso é proibido.

  -Eles vão fazer contigo o que fizeram comigo, me ajude tu és a minha única esperança- disse a voz um pouquinho mais alto, já era bem audível.

  -Eles quem, quem és tu?

  -Eles Ryan, todos eles, me tire daqui, eu imploro.

   Eu sei que tinha jurado ser diferente, parar de me importar com o mundo e coisas do género, mas a voz era convincente parecia estar a sofrer muito, que mal há em ajudar uma pessoa ou coisa ou seja lá o que isso for?

  -Eu vou tentar, mas me dê um tempo, a porta está muito bem trancada e tentar arrombar essa hora seria burrice.

  -Não faça como eles, não prometa e depois vá embora como se nada tivesses feito- Disse a voz toda trémula.

  -Não, eu não o farei, não sou igual a eles- quando eu disse isso uma sensação nova tomou conta de mim, tive sede de sofrimento alheio, a malícia corria pelas minhas veias e tudo aumentou ao ver a Natasha.

  -O que você faz aqui? É proibida a entrada de alunos nesse corredor - Disse ela como se tivesse alguma autoridade.

  -Hum, olha só quem temos aqui, Natasha Franco, a procura do Storm?

  -Não é da sua conta, mas acho melhor sair daqui antes que eu resolva dizer ao director que sondas a sala verde!

  -Se tu sabes que eu sondo a sala verde então tu também por cá andas, não é?

-Não, eu sigo-te, é  a terceira vez que te alerto e tu não ouves, ainda por cima ameaças-me, que indelicado.- sim,  ela é má, manipuladora, mentirosa e acima se tudo uma boa atriz.

  -Então ok, vá dizer ao director que eu não obedeço as suas regras, ameaço-te e convença-o a me expulsar, faça isso e vocês não terão mais alguém para ensinar a Brincar- disse eu fazendo-a desatar em gargalhadas.

  -Foi hilário né, tu caíste feito pau podre, o que de facto era, mas não perdeu a graça, agora diz-me,  porquê não contou ao  Dusk, o que pretende fazer com essa informação, ameaçar-nos?

  - Claro...que não, eu não pretendo contar e nem pretendo ameaçar alguém, está tudo bem.

  -Ou você é maluco ou é muito burro, você não vai ganhar nada com isso, nós nunca vamos ser seus amigos, nunca.

   -Eu não quero que sejam meus amigos, só quero te proteger, pensei em somente dizer que foram o Storm e o Andros, mas tive medo que te dedurassem então calei.

  Vocês sabem muito bem que não foi Isso que aconteceu, mas como eu disse antes tenho sede de sofrimento alheio e a Natasha será a vítima. Pessoas como ela sofrem de distúrbios, são sozinhas e isso é resultante de algum evento violento que as fez pensarem que tudo na vida é questão de ocasião, Natasha nunca se sentiu amada, ela sabe que tudo que tem é fachada então, eu só tinha que demonstrar preocupação, fazer ela achar que é importante para mim e aí, no auge quando ela achar que é para sempre eu mostrarei que não passou de uma peça, objecto perfeito para uma vingança, o quão nula ela é, nunca mais vai esquecer quem sou eu.

  -Você é patético, não vai conseguir nada comigo, ouviu bem?  NADA.

  -Natasha, acalme-se, eu não quero nada contigo, só preciso ter certeza que nada vai acontecer contigo, agora com licença tenho um quarto por ir- disse eu dando as costas e percebendo o quão sua face se tornava frágil de tanta confusão mental que isso lhe causou.

 

 

  

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