Mi Santa

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Ei tu! É minha primeira fic, espero que gostem do meu bebê. A história será contada por meio de flashbacks (a maior parte). É importante que ouçam as músicas indicadas, quando escrevi estava as ouvindo. 


Lauren POV

Ouço o zumbido em meus ouvidos novamente e abaixo a cabeça na tentativa de dissipá-lo. Tem quase 48 horas que estou debruçada nessa mesa com um dos vários José Cuervos que consumi, totalmente acabada. É um bar de estrada, daqueles que você vai quando 1) está duro demais pra pagar por algum num lugar decente ou 2) ou quando está fodidamente perdido em seus sentimentos e que se afastar de tudo. As mesas de madeira, a baixa iluminação e o cheiro forte dos mais variados tipos de bebida alcóolicas formam a decoração despretensiosa e suja. Os garçons já se acostumaram com minha presença aqui no último mês e mais em específico, na última semana, quando tudo se perdeu de vez.


O dono do bar me olhava com um misto de pena e preocupação, com medo de que eu não lhe pagasse o que devo. Eu o olhei e mostrei o dedo com vontade e ele revirou os olhos, vindo em minha direção.- Hija, sabe que não me importo que afogue suas mágoas, mas você bebeu quase todo meu estoque de tequila... tem alguém que posso te chamar pra te levar pra casa? - questiona, delicado.

Juan era um homem baixo, com uma barba que não era feita desde 1995 e um chapéu encardido na cabeça. Ninguém sabia se ele tinha cabelo ou não mas isso pouco importava, por motivos de que ele sempre foi um pai pros bêbados mal acabados como eu.

- Ay Juanito você sabe que não tenho ninguém. Quando eu não abrir mais os olhos me jogue no quartinho dos fundos, eu me ajeito por lá mesmo. Aliás, o dinheiro que te devo está no bolso.Suspirou cansado e se retirou, me deixando sozinha com meus pensamentos. Pensamentos, no plural não, pensamento. Um único, insolente e sensual pensamento, aquela mulher dos infernos. Me tirou a paz desde o momento em que pude tocar àquele corpo magro e maldoso. Não era imaginei ser possível que aquela desgraçada ia arruinar a minha vida quando eu estava por cima dela.


[Mi Santa - Romeo Santos]


A maldita música começou a tocar quando as memórias me invadiram com rapidez; o sorriso inocente e ao mesmo tempo malicioso, os lábios cheios e convidativos, o cheiro doce, os cabelos castanhos e os olhos... Dios, os olhos daquela mulher!


Sem me preocupar com o constrangimento, comecei a chorar e soluçar enquanto a música reverberava pelo salão. Havia o casal dançando no meio da pista aos amassos. Outro maldito também chorava num canto à minha esquerda, e levantou o copo, como que me saudando por estarmos no mesmo barco.


Peguei o telefone, disquei o número que jamais deixaria minha memória e deixei um recado entre lágrimas "Mi cielo temos que conversar... preciso te ver e... e tocar você, te a-abraçar e beijar sua boca linda... por favor Camila".


Não que ela não tivesse motivos pra não falar comigo mas eu precisava vê-la, me desculpar e tentar tê-la de volta. Suspirei e bebi três goles inteiros direto da garrafa enquanto me lembra do sorriso que ela tinha quando a conheci. Sorri com a lembrança e debrucei-me novamente sobre a mesa.


Flashback on


Estava na frente do clube de strip emputecida com Normani que não chegava nunca com as bebidas. Era minha despedida de solteira e decidi divertir-me apropriadamente com minha melhor amiga, já que dali a dois dias iria me amarrar de vez. Não vou dizer que amava minha futura esposa mas tinha um afeto por ela e um sexo razoável, acredito que já bastava pra casar. A negra chegou cantando pneu porque sabia como eu odiava atrasos. Sorriu culpada e encaminhou-se até a mim que a olhava com um semblante fechado, prestes à pular em sua garganta.

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