Freurie corria em direção a floresta, algumas mulheres ainda cambaleavam com crianças em seus colos, mal conseguiam segurá-las. O desespero crescia cada vez que olhavam para trás e viam Kattegat tomado pelas chamas. A morena levou essas pessoas para a floresta, o único lugar onde nenhum viking do exército oposto estava indo, o único problema é que a escuridão havia tomado a floresta, apenas uma luz estava clareava um pouco o lugar, a luz do luar, que entrava sobre as folhagens das grandes árvores. Freurie ajudava as crianças que estavam correndo ao lado de suas mães e idosas, quando um barulho se formou entre as folhas secas que estavam caídas no chão, rapidamente, todos correram para trás das árvores e troncos secos que estavam no chão para se esconder. Freurie estava em um tronco caído no chão, ela corre seu olhar para as pessoas que estão escondidas e faz um sinal para que fiquem quietas.
"Se mantenham em silêncio, estou verificando o que pode ser. " Freurie sussurra e olha em um pequeno buraco que havia no troco. Um homem grande e alto passava, com a luz que se formava entre as árvores, ela pode observar que ele estava com um arco e flecha.
"É um viking..." Ela diz baixo para as pessoas e volta a olhar. "do exército oposto."
As crianças soltam um pequeno gemido, fazendo o homem parar de caminhar e olhar para os lados.
"Por favor, não façam barulho." Freurie sussurra novamente, dessa vez, tomada pelo desespero.
O homem que estava caminhando, some de vista, fazendo um pequeno alívio surgir dentro da garota. Logo, ela corre seu olhar para aquelas pessoas e crianças que estavam desesperadas e se lembra o dia em que conheceu a sua amiga Aylla, quando a encontrou, ela era uma criança e Freurie também, mas de alguma forma avistar aquela garotinha molhada na chuva chorando a tocou.*Lembrança*
"Mamãe, tem uma garotinha na chuva, chorando." Diz Freuire, olhando da sua casa, em uma pequena janela de madeira, ela não alcançava muito bem mas usava um banquinho de madeira que o seu pai havia feito, antes de morrer. A mulher de cabelos loiros caminha até a janela aonde estava sua filha e visualiza uma pequena garota, de cabelos laranjas e bochechas rosadas, chorando. Suas lágrimas mal eram vistas por conta da chuva, elas se misturavam muito bem com a chuva.
"Deve ser a filha do Harden e Lanny." A mulher tenta identificar um pouco a garota, mas não conseguia observar muito bem, porque um nevoeiro se formava em torno de Kattegat. "Vou ver o que está acontecendo filha, me espera aqui." A mulher caminha até a porta da pequena casa, pega um pano e passa em torno de seu corpo e cabeça.
"Tá bom, mamãe." Freurie olhava para a garota que se encontrava na chuva, logo em seguida, sua mãe estava acudindo a garota e a levando para casa. Ela pula do banquinho e corre em direção a porta, esperando-as chegar. Não passa nem alguns segundos e as duas entram, cobrindo a garota ruiva com o pano que estava em seu corpo.
"Freurie, esquenta uma água, ela está tremendo. Seja rápida!"
"Tá bom, mamãe, mas quem é ela? o que aconteceu com ela?" A garota se aproxima da ruiva e fica a olhando, com curiosidade.
"Filha, ela esta com frio, precisa se esquentar." A mulher toca no ombro da filha e volta a secar a ruiva. Aylla olhava em direção a Freurie, mas não dizia nenhuma palavra, apenas seus lábios se encontravam roxos e sua boca tremia, isso foi o bastante para a garota, sentir pena e correr para esquentar a água que sua mãe Frija havia pedido.
A pequena garota trás a água quente em uma pequena cuia de madeira e leva em direção a sua mãe. A ruiva ainda continuava encarando Freurie, mas não dizia nenhuma palavra, apenas deixava Frija limpá-la com um pano escuro. A garota morena não entendia o porquê aquela garota estava tão assustada assim, lembrou do dia em que perdeu o seu pai e a sensação, dando entrada a uma ideia em sua cabeça, de que a garotinha talvez havia perdido o seu pai ou a sua mãe. Ela se aproxima.
"Você perdeu seu papai ou mamãe?" Freurie pergunta e se aproxima mais da garota.
A garota apenas a olhou e abaixou seus olhos.
"Ela é muda, mamãe?" A garota faz uma careta.
Frija segura um pequeno sorriso em seus lábios.
"Filha, ela está apenas assustada. Perdeu seus pais na batalha."
Freurie abre os olhos de surpresa e fica em silêncio, ela era pequena mas entendia exatamente o que era sentir dor, a dor da perde de alguém. Ela examina novamente a garota molhada que estava sentada em sua frente.
"Qual o seu nome?" Ela insiste.
"Filha, eu já disse, ela está assustada. Não acha melhor..." Frija falava, mas foi cortada por um voz fina e meiga.
"É Aylla." A garota ruiva sussurra seu nome, ainda com sua voz falhada.
"É um lindo nome, não é mamãe?" Freurie sorri com alegria. Ela finalmente podia escutar a doce voz da garota e a imaginou como sua irmã. Como era filha única, sentia falta de alguém com quem brincar ou conversar, tentava preencher isso com algumas crianças que viviam em Kattegat, mas quase nenhuma gostava de brincar com ela, a achava muito irritante, mas Freurie sabia que não gostava de irritar ninguém, apenas quando gostava de alguém não conseguia mais ficar longe.
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Daqui até Valhalla - (Em Revisão)
Romance- Uma história Viking - "A guerra ainda rodeava os filhos de Ragnar Lothbrok após a morte de Aslaug. Ivar O Desossado, continuava querendo a sua vingança contra a rainha Lagertha, porém, tudo muda quando uma mulher misteriosa e destemida de cabelos...