Capítulo 12 - Recomeço

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Havia se passado muito tempo após a invasão de Ivar em Kattegat.  A vila estava novamente recomeçando a se reconstruir depois de sua repleta queda. Lagertha caminhava sobre os corredores, observava cada coisa sendo posta em seu devido lugar e um aperto no peito a consumiu. As lembranças de Ragnar a cercava todos os dias, a sua voz e o calor de seu corpo ainda a consumia. Cada  parte daquele lugar tinha um pouco dele e ela sabia que sentiria esse sentimento até ao seu encontro com ele em Valhalla junto aos deuses.

"Lagertha?" Uma voz feminina conhecida a tira de seus pensamentos. 

"Torvi." Ela se vira e encara a loira, que estava ofegante. 

"Tenho ótimas noticias." Torvi caminha, se aproximando da rainha. "É sobre como vamos vencer essa luta. Estávamos conversando sobre isso, e conseguimos um novo plano." 

Lagertha sorri sem mostrar os dentes. 

"Eu quero muio saber sobre isso, mas agora não é um bom momento."

"Bjorn disse que a comunicaria sobre tudo." 

"Como está o treino da nossa futura dama do escudo?" 

"Bjorn também está encarregado disso." Torvi abaixa a cabeça e olha em direção ao chão. 

"Posso perguntar algo a você? Uma pergunta de amiga." Seu olhar se direciona ao horizonte do mar. 

"Claro!" 

"Ainda sente algo pelo meu filho?" 

Torvi respira fundo e fecha os olhos. 

"Ele sempre será o pai dos meus filhos, eu nunca poderei apagar a história que tive com o seu filho. Talvez eu sinta um carinho imenso por ele mas nunca será mais que isso, porque meu coração esta preenchido com Ubbe."

"Ubbe? Ele me lembra muito Ragnar." 

Um silencio compreendido toma conta do local e Torvi admirava o quanto Lagertha guardava a memória de Ragnar com um grande amor, algo que ela não poderia fazer com Bjorn, a única coisa que deveria sentir a respeito do homem que a havia salvado, era carinho por cuidar de seus filhos com amor, mesmo após a separação. 

*****

O luto ainda dominava a vida de Aylla. Ao se lembrar de sua fiel amiga, que a acompanhou em todo o momento e esteve ao seu lado quando a vida de escrava tomava conta de suas vidas. A culpa a consumia todas as noites quando ela tentava pegar no sono, a imagem do dia da guerra e a invasão do homem cujo tirou a unica pessoa que importava para ela,  a rodeava. A escolha ainda perseguia os seus sonhos, que ultimamente haviam sido tomados por pesadelos. Os instintos a levaram fugir dos braços de Ivar, não se imaginava sendo dominada por um homem que a machucou e de alguma forma algo tocava o seu coração dizendo que ele nunca encostaria em Fleurie, porém, nada a convencia de que aquele instante, ela estava morta. 

"Você vai se machucar!" 

Um grito toma conta dos ouvidos da ruiva que em instantes se posiciona para atacar a arvore um o seu machado. Ela sabia que não poderia passar os seus problemas adiante, se culpava por não ter ido no mesmo momento atrás de Fleurie e nao poderia falar com ninguém sobre isso, porque a lembrança daquela noite a consumiria e a lembrança de Ivar a beijando o seu pescoço estava a torturando, um toque que apenas ele tinha. O arrepio a consome novamente, como aquela noite, sabia que esse arrepio não era de frio. 

"Sabe, você não deveria dizer isso." Aylla se aproxima do homem grande e loiro que a encarava sem nenhuma expressão. "Deveria acreditar mais em mim e saber que se machucar faz parte de qualquer luta." 

Daqui até Valhalla - (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora