Whatever the hell we want

2.7K 235 7
                                    

Mesmo com o pedido de Lissa, John não conseguiu se impedir de provocar o garoto prodígio da arca, sentindo raiva do mesmo pelas coisas mais simples, como respirar ou parecer feliz demais.

- Já encontrou água? – Ele questionou, desviando a atenção de Wells da madeira que ele carregava para a frase que havia sido crava de forma desleixada na parede do módulo.

"First son, first to dye"

A ameaça implícita fez Wells engolir em seco, mas ele tentou ao máximo não demonstrar, sabendo que era exatamente isso que Murphy procurava

- Sabe, meu pai implorou por misericórdia na câmara de ar quando o seu pai o fez flutuar – Contou John, irritando Wells pela menção ao Chanceler

- Escreveram morrer errado, gênios – Provocou o adolescente, saindo de lá. Nisso, Bellamy, que assistia à interação aproveitou o momento para falar com Murphy.

- Se vão matar alguém, é melhor não anunciar – Ele começou

- Não é realmente um membro da guarda, é? – John foi rápido em identificar a farsa, para a surpresa de Bellamy, mas ele a disfarçou bem

- Não. O verdadeiro guarda virá logo, a não ser que impeçamos. Vocês não acham que vão realmente perdoar seus crimes, certo? Mesmo que perdoe, e daí? Gente como nós vai se tornar cidadãos modelo? Ter empregos? Com sorte, vamos acabar recolhendo o lixo deles. – Bellamy argumentou, sendo interrompido por John Mbege

- Você tem um ponto?

- Tenho uma pergunta. Eles prenderam vocês, e os jogaram aqui como cobaias, para morrer. Por que vamos ajuda-los? – Indagou Bellamy

- O inferno que vamos! – Respondeu Mbege

- Estão usando as pulseiras, não estão? No momento, essas coisas informam se é seguro ou não vir para cá atrás de nós. – Informou Bellamy

- Ok, então podemos impedi-los. Como? – Questionou Murphy, falando pela primeira vez desde que toda aquela conversa havia começado

- Tirem as pulseiras. A Arca pensará que morreram, que não é seguro vir para cá. Estão acompanhando? – Bellamy explicou o que eles deviam fazer, ganhando um meio sorriso de Murphy

- Certo, e se fizermos isso, o que ganhamos? – Perguntou Murphy

- Alguém precisa me ajudar a controlar as coisas por aqui – Esta foi a cartada final, e o que fez Murphy embarcar na empreitada louca de Bellamy. Era óbvia a tentativa de manipulação que o Blake mais velho estava usando, até uma criança poderia ver, e Murphy sabia disso, mas o que o convenceu foi a promessa de poder, afinal, não há nada mais atraente que o poder de controlar para uma pessoa que nunca teve o controle da própria vida.

Enquanto isso, nos bosques, o grupo de seis indivíduos caminhava em direção aos suprimentos prometidos pelo Chanceler.

- Sabe o que eu gostaria de saber? – Começou Finn – Por que nos mandaram hoje, depois de noventa e sete anos? O que mudou?

- E daí? Ainda bem que mandaram, acordei apodrecendo em uma cela, e agora estou passeando em uma floresta – Apontou Octavia

- Talvez tenham encontrado algo em um satélite – Supôs Monty – Sabe? Aqueles antigos satélites meteorológicos...

- Não foi um satélite – Cortou Clarke

- A Arca está morrendo – Completou Vasilisa, fazendo a loira olhar para ela com confusão estampada em seu rosto

- Como você sabia? – Ela indagou, fazendo Lissa dar de ombros

- Era a única suposição lógica que justificaria arriscar a vida de cem adolescentes. Sabe, o desespero nos leva a tomar decisões horríveis pelo chamado "bem maior" – A morena respondeu, levando todo o grupo a encará-la – O que foi?

The Girl who Played with FireOnde histórias criam vida. Descubra agora