Samantha
Chegar atrasada terá um preço alto, sei o quanto meu chefe é um maníaco controlador. Ele tem um código interno na empresa, onde a hora de entrar e sair ganhou destaque especial. Sem contar a parte de contato pessoal, ele não gosta que os funcionários se toquem, isso se estende, é claro, a relacionamentos pessoais, se ele imaginar que existe algo romântico entre os funcionários, uma guerra está declarada.
Zander é absurdamente chato. O intolerante acha que todos nós devemos seguir seu estilo de vida controlador. É irritante o quanto ele pode ser implicante ao longo do dia quando eu me atraso.
Eu sei que ele conseguiu transformar as duas pequenas lojas de utilidades domésticas do pai, que ficava na zona oeste do Rio, em um império. Hoje, as lojas Kariokas, estão espalhadas pelo Brasil e oferecem uma diversidade de produtos por um preço extremamente popular.
Todo esse sucesso foi a custo de muito trabalho, Zander faz questão de falar em suas palestras para empresários, o quanto teve que trabalhar incansavelmente para conseguir em tempo recorde, assumir a dianteira das lojas e transformá-las em um fenômeno de vendas no setor de departamento, ao redor do Brasil.
Uma das coisas que ele faz questão de salientar é a questão dos horários. Um empresário de sucesso deve ter o seu dia pautado nas horas, não se pode perder sequer um segundo, cada minuto desperdiçado, pode representar até milhões de reais.
Por isso, se ele já estiver no escritório, certamente irá fazer uma das suas tradicionais cenas, reclamando do meu atraso de cinco minutos. Isso, inevitavelmente, causará uma discussão acalorada entre nós logo pela manhã.
Que saco!
— Deus, Sam, por onde andou? Está atrasada. O senhor Saramago está uma fera. — Cristina, a secretária assistente, sequer me deixa colocar os pés no escritório.
— Não sei o motivo de ele estar uma fera, só estou cinco minutos atrasada.
— E você fala isso com tanta tranquilidade?
— Cris, o senhor Saramago terá que lidar com o meu atraso gostando ou não. — Respondo tentando não aparentar todo o meu estresse.
— Eu ouvi isso, senhorita Diniz. — Para o desespero da minha pobre amiga, Zander aparece na porta do escritório, exibindo o cabelo ainda molhado e um olhar mortal. — Venha até a minha sala e traga uma xícara de café fresco.
— Já fiz o café, senhor Saramago, vou pegar. — Cristina se mete no assunto tentando agradar a fera.
— Eu disse café fresco, isso significa que quero o café feito neste exato momento. E o quero vindo diretamente das mãos da senhorita Diniz. — Zander sorri provocativamente e fecha a porta.
— Idiota! — Praguejo irritada por ter que aturar os devaneios dele logo cedo.
Se eu não estivesse pagando a droga do meu apartamento e meu MBA, já estaria longe daqui. Mas com o mercado de trabalho tão em baixa, não posso me dar ao luxo de perder o salário exorbitante que esse déspota me paga.
— Também ouvi isso. — Ele abre apenas uma fresta da porta e parece se divertir da minha cara de indignação.
Sem dar mais margens a discussões, sigo para a copa e me sirvo com um pouco de café.
Como sempre, o café está delicioso, por isso aproveito para sentar um pouco e degustar a bebida sem pressa. Quando dá o tempo exato para se preparar um novo café, saio da copa, com uma xícara fumegante e sigo para a sala do tirano.
— Com licença. — Finjo docilidade ao entrar na sala dele. — Seu café, senhor Saramago.
Mantenho um sorriso falso no rosto e observo Zander experimentar a bebida enquanto aperta sensualmente seus lindos olhos azuis. Sei que ele tem plena consciência que o café não foi feito agora, mas não admitirei esse fato nem sob tortura.
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Degustação - Na Estrada com o Ceo - Livro Físico no site da Albook Editora
ChickLitTer que aturar um chefe exigente todos os dias não é uma tarefa fácil para Samantha, agora aturá-lo na sua cola em uma viagem de negócios, certamente seria um verdadeiro inferno. Mas quando um bem-humorado flerte durante um drink foge do controle...