Capítulo 6

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Samantha

Ontem recebi um convite da Cris para jantar na casa dela. Como adoro a sua comida, eu aceitei sem pensar duas vezes.

Nós saímos juntas e passamos na minha casa para verificar como Nap estava. Eu ajeitei as coisas dele e em seguida partimos para comprar alguns itens para o nosso jantar.

Cristina mora na Rocinha, uma comunidade do Rio. A casa dela tem um vista incrível, o único problema é a violência que parece explodir em todo lugar.

Tudo estava indo bem no nosso jantar, as filhas da Cris estavam empolgadas com a minha presença e a mãe dela mais falante que nunca. Mas assim que terminamos de lavar a louça do jantar, uma intensa troca de tiros impediu a minha partida.

O confronto durou algumas horas e a Cris sugeriu que eu passasse a noite na casa dela. Obviamente eu aceitei ficar, só que não consegui dormir nem por um minuto.

Apenas nas primeiras horas da manhã que o cansaço me venceu e tirei um rápido cochilo, mas assim que a Cris acordou e começou a se arrumar, tive que despertar.

Como eu não podia ir para o trabalho com a mesma roupa de ontem, pedi para ela ir na minha frente. A pobrezinha começou a tremer com medo da reação do Zander, ela definitivamente não sabe como conter os chiliques do chefe.

Agora estou mais que atrasada e terei que aturar o mau humor do ditador o dia todo. Espero que ele não me irrite muito, porque com o sono que eu estou, sou capaz de voltar para casa e deixá-lo falando sozinho.

Que Deus me ajude a ter paciência, ou hoje será o dia que peço demissão!

Zander

A minha cabeça está fervendo, essa falta de posição da equipe administrativa do sul está me matando. Se eu tiver que sair do Rio para resolver os problemas de lá, certamente terei que montar uma nova equipe, porque vou demitir quem passar pela minha frente.

Não admito incompetência, principalmente entre os meus executivos. Se eles não são capazes de resolver um problema simples nas faturas, não posso confiar neles.

No exato instante que piso na entrada do edifício do escritório, o toque de mensagem que dei para Samantha me faz parar e ler o que ela deseja logo cedo.

Samantha - Zander, eu tive um contratempo e não dormi em casa. Vou trocar de roupa e chegarei no escritório um pouco atrasada, mas a Cris já chegou. Depois te explico o que aconteceu.

Releio a mensagem sem acreditar na afronta dela de me dizer que dormiu fora de casa e que vai se atrasar. Vou descontar cada segundo do seu atrasado, é inadmissível ela perder a hora por causa dos seus amantes.

- Bom dia, senhor. - O porteiro me cumprimenta sorridente.

- Péssimo dia, Valdir, péssimo dia. - Digo irritado e entro no elevador sem me importar os olhares curiosos na minha direção.

Ignoro todos e respondo a mensagem de Sam avisando que quero que ela vá direto a minha sala quando chegar. Estou fervilhando de raiva dela, espero estar calmo até ela chegar, caso contrário, sou capaz de suspendê-la por uma semana.

- Bom dia, senhor Saramago. - Com receio, Cristina me cumprimenta.

- Como posso ter um bom dia quando a minha secretária não está aqui? Prepare o meu café e traga até a minha sala, mas quero fresco, nada de me enrolar.

- Jamais faria isso senhor.

Pior que eu sei que ela não faria, Cristina é uma ótima pessoa, bem diferente da maldita Samantha. O que me desagrada nela é sua passividade, ela se borra de medo de mim, não consegue sequer manter a calma quando estou na sua frente.

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