Segunda feira de manhã
Acordei no mesmo horário de sempre para me preparar para ir ao trabalho. A primeira coisa que fiz foi arrumar meu uniforme para mais um dia e depois disso, fui preparar algo para comer — que pelo horário, já seria o almoço ao invés de ser o café da manhã.
Trabalho em uma lanchonete simples, a caminho do centro da cidade e não tão longe de minha casa. Era um emprego básico em que eu tinha que cumprir meu horário da tarde. Minha função era deixar tudo bem arrumado e pronto para os clientes, limpar as mesas, trocar as toalhas e até varrer o chão e lavar a louça quando preciso.
Não era o meu emprego dos sonhos, é claro. Mas foi o que consegui até o momento e isso pra mim já tinha um grande valor. Era com os frutos deste trabalho que eu conseguia levemente me sustentar em alguns momentos quando não queria contar com meus pais, então não era de se negar sua importância pra mim.
Confesso que às vezes eu morria de preguiça de ir para o expediente. A lanchonete abria pela manhã e fechava quando já era bem tarde. Vez ou outra, meu pai conseguia — e insistia — para ir me buscar, porém muitas vezes ele não podia fazer isso — e em outras, eu mesma pedia que ele não fosse para poupá-lo de mais transtornos depois de um dia cheio.
É, mas com preguiça ou não, eu tinha que ir.
Almocei cedo como fazia todos os dias pela manhã. Fui ao banho, cantarolei enquanto ouvia umas músicas pop e enfim, fui secar o cabelo enquanto já estava vestida com o meu uniforme — que consistia numa blusa com o nome da lanchonete bordado, um jeans, tênis e um avental simples que eu só usava ao chegar ao estabelecimento.
Antigamente eu não era tão fã de maquiagem — ou ao menos de usá-la todos os dias — mas depois de minha mudança radical em minha aparência e ainda mais quando comecei a trabalhar, resolvi me produzir mais para estar mais apresentável. Desta forma, escolhi uma sombra simples, um rímel e um batom rosado.
E foi bem nesse momento, que Camila Cabello parou de cantar quando meu celular parou de reproduzir a música para dar lugar ao meu toque. Eu estava diante do espelho enquanto passava o batom, mas ao ouvir a troca das músicas, resolvi olhar para o celular.
Notei que era uma ligação feita por um número desconhecido. O número insistiu enquanto eu olhei e decidi não atender por não ter este costume. Voltei ao espelho e continuei minha produção, até que a pessoa desistiu da ligação e Camila voltou a cantar.
Por pouco tempo...
Novamente a música foi interrompida e por ver que se tratava do mesmo número, não dei atenção. Continuei com minha produção e ali eu fiquei, até que a insistência começou a me parecer algo suspeito — ou então, algo que poderia me preocupar.
Resolvi então atender já que tudo foi muito insistente. Parei de limpar com os dedos o excesso de batom no canto da boca e fui até o meu celular que estava no carregador. O desconectei, atendi, o segurei perto de meu ouvido usando meu ombro e enfim, descobri quem era.
— Alô? — Falei novamente diante do espelho.
— Avery?
— Sou eu.
— Aqui é o Jin.
— Oi! Como está?
— Estou bem, e você, como está?
— Tudo bem, estou me arrumando para ir ao trabalho. — Terminei de usar o batom. — Como conseguiu meu número?
— Stella me passou quando eu pedi.
— Pediu a ela?
— Eu precisava falar contigo o quanto antes.
— O que houve?

VOCÊ ESTÁ LENDO
No more friends
FanficAvery sempre teve sentimentos por um de seus amigos na época do ensino médio. Porém, ele era bem comprometido e ela nunca teve chances. Até que em um reencontro da antiga turma três anos após a formatura, quando ela viu Jin novamente, as coisas come...