Capítulo 3

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Duas semanas depois

O presente do Ashton deixou-me a pensar imenso durante estes dias.
Talvez não devesse deixar a música de lado. Os meus pais irião querer que eu continuasse afinal foram eles que me apresentaram a esse mundo.
A minha mãe cantava para mim desde que me lembro e o meu pai ensinou-me a tocar todos os instrumentos possíveis, desde os mais clássicos aos mais "Rock n'Roll".

Aos meus 6 anos o meu pai levou-me a mim e ao Ash ao nosso primeiro concerto. Green Day. Meu Deus, foi o melhor dia da minha vida.

Quando houve o acidente eu estava na casa da tia Anne (como sempre) e ela recebeu um telefonema do hospital. A minha tia apenas pegou em mim e deixou o Ash sozinho em casa por conta dele com a porta trancada. Eu não fazia a mínima ideia do porque daquela correria toda. Quando cheguei ao Hospital, uns médicos disseram para eu me sentar durante um bocadinho e levaram a minha tia com eles. Ela voltou com os olhos vidrados e vermelhos, ajoalhou-se a minha frente, segurou me na cara com as palmas da mão e disse num sussurro "Tu vais ficar bem." E chorou no meu ombro até os médicos me chamarem para dar a "grande" notícia. Tinha oito anos.

Durante três anos não sai do meu quarto. Apenas para comer e ir a casa de banho. Passei a morar com a minha tia e primos. Não dirigi a palavra a ninguém nem mesmo á psicóloga em que fui posta ou ao Ash mas mesmo assim este vinha todos os dias deitar-se na minha cama e encostado a mim para me contar o seu dia de escola e fazer-me perguntas sobre o meu dia. Sempre que ele acabava dava-me um abraço, onde normalmente eu desabava e começava a chorar.

Larguei a música, já nem sabia o que isso era. Para mim eram só pessoas sem nada de interessante para fazer na vida,tanto que quando o Ashton recebeu a sua primeira bateria eu rasguei-lhe as peles dos tambores. Ups. Recusava-me a sentar-me ao piano e um dia ainda tentei atira-lo da janela mas desisti da ideia quando vi que não tinha força suficiente nem para o arrastar do quarto.

Os meus primos e a minha tia sempre me ajudaram muito depois do acidente e estou grata por isso.

Aos doze anos conheci a Naomi num dia em que tinha finalmente decidido sair de casa. Ela tinha-se mudado para a nossa rua á dois dias. A Naomi estava a correr atrás do seu cão salsicha que tinha fugido de casa e quando eu vi a sua aflição corri a trás do cão e consegui apanha-lo. Ela agradeceu-me e disse que estava sozinha em casa e que e tinha pensado em ir dar uma volta pelo bairro e quando estava a sair de casa o "Elmo" (sim, ela chamou Elmo ao cão) saiu de casa a correr e ela entrou em desespero. Ela apresentou-se e eu apresentei-me. Algo nos totós de cabelo negro com madeixas rosas me chamou a atenção. Ela parecia ser boa pessoa. Como ela estava sozinha em casa perguntei-lhe se ela queria vir a minha casa conhecer a minha família e ela sorriu-me e disse que sim. Então lá fomos nós para a minha casa. O Ash ficou um pouco confuso mas logo fez amizade com a Naomi. Desde então não nos separamos nunca.

Sou interrompida dos meus pensamentos pelo Ashton a entrar no meu quarto com uma pressa descomunal.

- O Michael tem uma notícia para nós. Disse para nos reunirmos todos na casa dele. Anda.

- Fazes alguma ideia do que será?

- Nope não faço a mínima.

Pegamos nas nossas bicicletas e metemo-nos a caminho. Chegamos, batemos à porta e quem abriu foi o Luke que revirou os olhos ou ver-me.

- O que é que ela faz aqui? É uma reunião de banda e que eu saiba ela não faz parte dela.

- O Mike disse para a Emily vir também. Já sabes o que se passa?

- Não, ele recusa-se a dizer enquanto não estiverem cá todos. Só faltavas tu portanto estamos prestes a descobrir.

- Ok então vamos já- o meu primo diz. Ele parece curioso. Dirige-se para a sala seguindo o som do riso do Calum deixando-me para trás com o Lúcifer.

End Up Here - 5SOSOnde histórias criam vida. Descubra agora