Capítulo 03

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Um crime misterioso e sem suspeitos, isso está me fazendo ficar impaciente, já estamos à uma semana nesse caso sem pista alguma, ja reviramos a casa da vítima e não encontramos nada. O celular da vítima não foi encontrado e não conseguimos localizá-lo, provavelmente quem matou Nádia deu um fim em seu telefone também. 
    Ouço a campainha e vou em direção a porta, abro-a e vejo Ayla parada com um pote em uma das mãos.
—Trouxe comida! — Ayla fala e entra na casa.
— Mas eu ia cozinhar. — Falo arqueando a sobrancelha.
— Sabe... A sua comida é horrível, Nikolai. — Ela fala e sorri.
— A sua também não é essas coisas.
   Ayla entra e vai em direção a cozinha, ele coloca o pote sob a mesa e vai em direção ao armário, abre-o e tira de lá pratos e talheres, vou em direção a geladeira e pego duas kvas e coloco sobre a mesa, Ayla serve os pratos com frango à kiev e nós comemos, enquanto falavamos de assuntos alheios.
— Você leu a autópsia da Nádia? — Ayla pergunta.— Acho que o nosso assassino é um homem, e você? — Ayla pergunta novamente.
— Bom... é possível que seja um homem, bem possível, aliás. Nossa vítima teve relação sexual e foi agredida, acho improvável que uma mulher tenha feito isso, e além do mais, o corpo de Nádia foi carregado para o carro após a morte, se tiver sido uma mulher, concerteza ela não estava sozinha. — Falo e tomo um gole da minha kvas.
— Sim, exato, talvez não tenha sido apenas uma pessoa, estou bastante curiosa com esse caso, eles foram tão cautelosos e não deixaram nenhuma pista. — Ela fala e coloca uma garfada de comida na boca.
— Vou pedir uma nova busca pela arma do crime, na casa da vítima e na casa de todos os nossos suspeitos, incrível, Ayla, que nesse caso todos são suspeitos. — Falo e levanto para levar minha louça suja até a pia.
Lavo a louça enquanto Ayla arruma a bagunça que fizemos na cozinha. Termino e vou em direção a sala, e sento na frente da pequena mesa, na qual está meu computador. Ayla pega uma cadeira e coloca ao lado da minha e começa a anotar tudo que eu peço.
— Vamos? — Pergunto me referindo a irmos na casa da Vânia Chistyakova.
— Espere, deixe-me só ligar para ela e confirmar que estará a nossa espera. — Ela fala e pega seu celular.

                                (***)

Estamos no meu carro indo em direção ao centro da cidade, onde Vânia mora. Ayla está tentando acompanhar a música que está tocando no rádio, mas isso se torna bem engraçado pelo fato que ela não sabe cantar a tal música, acabo rindo e ela para de cantar e me olha rapidamente.
— Você está mesmo rindo de mim, Nikolai? — Ela pergunta e arqueia a sobrancelha me encarando.
— Jamais, eu estou rindo de uma coisa que vi na televisão mais cedo. — Falo e mantenho meus olhos fixos na estrada.
— Não devia rir depois que o vi bêbado cantando "serebro" aquele dia que fomos aquela festa com os nossos colegas da убийствo, lembra? Esse dia foi épico! — Ela fala relembrado do dia que eu bebi e fiquei um tanto animado e cheguei a cantarolar enquanto voltávamos para casa.
   Chegamos a casa de Vânia, Ayla toca a campainha e vejo a moça vir abrir a porta, sua cara de cansaço e suas olheiras estão bem visíveis, sinal que ela não anda dormindo bem nos últimos dias. Ela nos convida para entrar e a nos sentar em um sofá grande em sua sala.
— Querem alguma coisa? — Ela pergunta e noto que suas mãos estão um pouco trêmulas.
— Não obrigado, você está bem? Parece um pouco nervosa, senhorita Vânia. — Ayla pergunta, e vejo que ela percebeu o mesmo que eu.

Brutamente AssassinadaOnde histórias criam vida. Descubra agora