Vânia senta em uma poltrona em nossa frente, estamos esperando ela nos responder.
— Sim, eu estou bem. É que... é muito difícil para mim. — Ela fala e vejo seus olhos marejarem, em seguida vejo lágrimas escorrerem pelo seu rosto.
— Nós só queremos fazer algumas perguntas para ajudar nas investigações, fique tranquila.
— Tudo bem! — Ela e enxuga as lágrimas com as costas das mãos.
— Sabemos que Nádia e você eram grandes amigas, notou algum comportamento diferente nela nos últimos dias em que se viram? — Pergunto.
— Pra falar a verdade,sim. Três dias antes de sua morte fui a casa dela. Notei que ela estava um pouco diferente e preocupada com algo e, bom... ela estava, mas ela não quis me contar o que estava acontecendo, e o estranho é que ela nunca me escondeu nada, pelo menos eu acho.
— Conhecia os rapazes que ela se relacionou durante os últimos anos?
— Sim. Ela teve apenas dois namorados. O Primero foi Mikhail, ele era um tanto possessivo e ele chegou a agredí-la algumas vezes, por isso ela terminou com ele, mas isso foi a um pouco mais de um ano. — Vânia fala.
— E o último, Alik, a mãe dela nos contou que eles ficaram juntos durante cinco meses, eles terminaram apenas um mês antes dela ser morta. Você o conhecia? Sabe o real motivo do fim do relacionamento? — Pergunto e enquanto isso , enquanto Ayla nota de tudo em seu pequeno bloco.
— Ele também era possessivo e controlador, algumas vezes a Nádia chegou aqui chorando falando das brigas.
— Em algum momento ela disse que ele a agrediu? — pergunto.
— Não, ela apenas falava das brigas.
— Você acha que ele seria capaz de matá-la? Ou agredi-la. — pergunto novamente.
— Eles brigavam as vezes, mas sempre percebi que ele a amava e que sofreu muito com o término, assim como Nádia.
— Nádia tinha inimigos, pessoas que conspiravam contra ela? — Ayla pergunta dessa vez.
— Não que eu saiba, ela era uma pessoa incrível, nunca foi de brigas e fazia amizade com todo mundo.
— Você tem em mente alguém que possa ter feito isso com ela? — Ayla pergunta.
— Não! Eu juro que se eu soubesse falaria, quero muito que o assassino pague pelo o que fez. — Vânia fala cuspindo as palavras.
— Bom... por hora é só isso, obrigado por nos receber, e se lembrar de algo, ou quiser nos falar algo, basta ligar. — Falo e a entrego meu cartão para ela. — Vamos, Ayla. — Minha parceira levanta do sofá e vamos em direção a porta da casa, descemos a pequena escada da varanda e fomos até o carro, entramos e eu saí dali cantando pneus.
Ayla está com o celular na mão e parece trocar mensagems com alguém, mantenho os olhos fixos na estrada.
— Nikolai! Acharam a arma do crime! — Ayla fala e eu estaciono o carro no acostamento.
— Onde encontraram? — Pergunto enquanto a curiosidade me consome.
— Encontraram na casa dela, dentro de uma caixa embaixo de um piso falso no quarto dela, junto com outras coisas... estão levando tudo para a delegacia para fazerem a autópsia da arma do crime.
— Vamos lá, então. — Falo e ligo o carro novamente e vamos rumo a delegacia.{...}
Chegamos na delegacia e estamos na sala onde Raul está fazendo a autópsia da arma do crime. Me aproximo da mesa e vejo uma pequena caixa de madeira com alguns objeto, papéis e dinheiro.
— Raul, posso dar uma olhada? — Pergunto me referindo a caixa.
— Não toque em nada, Nikolai! — Ele fala com os olhos fixos na adaga.
— Achou alguma digital? — Ayla pergunta, e percebo Raul ficar irritado.
— Quando eu terminar eu entregarei a autópsia para vocês, se quiserem ficar na sala não toquem em nada e fiquem quietos. — Ele coloca a faca sob a mesa e vem em nossa direção, se aproxima da minha orelha e fala. — O meu supervisor está aqui, tenho que parecer mais profissional, daqui a pouco deixo vocês darem uma olhada nas provas. — Ele fala baixo para que ninguém além de mim escute.
— Entendi, já ia perguntar se brigou com o seu namorado e está descontando em nós. — Falo.
— Nik, o que ele te falou? — Ayla pergunta franzindo a sobrancelha.
— Vamos tomar um café gatinha, lá eu te conto. — Falo e ela sorri, vamos em direção a porta e saimos da sala, deixando Raul sozinho.
Chegamos no café e eu peço dois expressos e algumas rosquinhas para acompanhar. Ayla e eu comemos tudo. Sinto meu celular vibrar, pego o mesmo e vejo uma mensagem de Raul, descido abrir.*mensagem on*
Raul- venham aqui, agora! Tenho novidades.
Nikolai- Estamos a caminho.*mensagem off*
Mostro a mensagem para Ayla e vamos rapidamentede volta para a delegacia.
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Brutamente Assassinada
Mystery / ThrillerEm uma cidade tão pequena e tão calma, quem poderia assassinar tão brutamente uma jovem, aparentemente adorável e de boa familia? A polícia local, e o jovem detetive Nikolai Ivanoff e sua parceira Ayla Duskin, tentarão desvendar os mistérios por trá...