Me recosto na cabeceira da cama assim que ouço a maçaneta girar. Até acho estranho ter acordado tão facilmente, apenas com esse barulho baixo, mas me recordo que não estou na minha casa e acabo por me convencer que , de certa forma, isso me deixa mais alerta. Remexo no colchão até estar de frente para a brecha que se abre na porta,atenta ao que quer que esteja prestes a acontecer.
A primeira coisa que vejo é seu pé descalço. Depois, o seu corpo inteiro vai adentrando o espaço bem devagar, evitando fazer barulho, até que ela me vê acordada. Estou quase perguntando o que ela faz no meu quarto uma hora dessas, mas fico calada quando Ana termina de entrar e fecha a porta atrás de si.
Algo no modo como ela me olha me faz perder as palavras.
Ana Clara caminha devagar até estar bem de frente para a minha cama. Ainda está um pouco escuro, mas posso ver claramente o que o brilho das suas orbes negras revelam. Sinto meu corpo todo estremecer com o
jeito como ela morde lentamente os lábios, depois de seu olhar me percorrer feito uma chama.-Não estou conseguindo dormir Vitória.
A maneira como ela diz essa frase, aumentando o tom de voz ao pronunciar o meu nome_ como se degustasse cada palavra dita_me faz perder o foco por alguns poucos segundos. Sinto todo meu corpo se enrijecer diante daquele simples ato, e até me esqueço por um momento que ela simplesmente apareceu do nada no meu quarto e passo a reparar o estado da morena.
Ela ainda está com o pijama amarelo, a alça da blusa um pouco caída, revelando apenas uns centímetros a mais de sua pele, mas me dando uma vontade quase que incontrolável de descobrir todo o resto.
Seu cabelo está solto e bagunçado, lhe dando um certo ar selvagem que só serve para me aquecer ainda mais. Vejo que seu peito sobe e desce devagar, ao contrário do meu que se movimenta tão rápido quanto as batidas do meu coração.
-Por.. Por que você veio aqui? - consegui perguntar depois de um tempo, forçando as palavras a saírem da minha boca, ainda que trêmulas.
-Porque é por sua causa que não consigo dormir - ela diz, sorrindo e levando as mãos até a barra da blusa - Só consigo pensar em você tirando a minha roupa...
Ela tira lentamente a blusa, revelando um sutiã azul-escuro que me deixa completamente hipnotizada. Meus olhos simplesmente não conseguem desviar-se da sua pele morena, e tudo o que consigo pensar é em qual será a sensação de tocá-la.
Afasto o cobertor que ainda está nas minhas pernas o mais rápido que posso e, sem quebrar o nosso contato visual, engatinho em sua direção. Até Ana fazer um sinal com a mão para que eu parasse. Me sento sobre as pernas no meio da cama, enquanto observo a mais baixa retirar o sutiã e atirá-lo ao chão. Respiro fundo com a visão daquela mulher seminua em minha frente.
Mas não adianta de nada, porque o ar me escapa completamente quando o shorts, juntamente da calcinha, receberem o mesmo destino.
- Ana...- suplico. A essa altura, não faço mais ideia do que eu realmente quero.
Só quero que ela faça logo.
-Foi tão frustrante tu não estar lá Vivi - ela disse, apertando os seios e jogando a cabeça para trás,balançando o seua fios negros de maneira tão sensual que acabei por arfar diante daquela cena. Eu já não conseguia conter a minha excitação. Mordi os lábios e apertei forte o lençol, entendendo que isso seria do jeito dela. Cheio de provocações e joguinhos.
-Então tu veio pra cá? - minha voz saiu ainda mais rouca do que o normal.
-Não. - ela subiu na cama, juntando seu corpo ao meu,sua boca tocando a minha de leve - Eu brinquei sozinha primeiro.
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Encurraladas
FanfictionO que parecia ser o pior pesadelo de Vitória pode se tornar um grande amor.