Capítulo 22

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- Nos episódios anteriores -

  - Eu estou... - Dw deu um sorriso debochado para mim.

- Continuação -

   O quarto com a luz apagada e a cortina branca entreaberta, deixando que a luz da lua entrasse pela sacada.

Ao me deitar na cama, senti meu corpo relaxar cada músculo. Minha cabeça estava a mil, e minha feição condenava todos os meus pensamentos.

  - Tá pensando na Amanda? - falou ele tirando a camisa em frente ao espelho.

  - Talvez...

  - Por que você não me escutou? Porra! Eu te avisei tanto! - ele falava indignado - Agora tá aí! Uma mina que você confiou, dando em cima do teu macho e do macho da tua irmã.

  - Ah Diego! Me poupe! Como eu ia saber o que ela ia fazer caralho?! - exclamei rolando na cama.

  - Eu falei! Falei pra não emprestar dinheiro, e você DEU o dinheiro pra ela! Falei pra abrir teu olho e, mesmo assim você levou ela em festa, levou em baile, deu funcionário pra ela! Você é trouxa! Tem mais é que se foder! - continuou.

  - "Eu" o que?! - questionei me sentando na cama.

  - Tem mais é que tomar no cu, pra parar de acreditar em quem não deve e começar á me ouvir!

  - Por que tá todo bravinho? Nem foi você que se fodeu!

  - Mas você não me escuta man! Só faz o que quer! Não aceita ajuda de ninguém!

  - Geralmente, quem tem a razão sou eu! - exclamei.

  - Ah! Cala a boca!

  - Vai tomar no cu Diego! Eu ainda tenho a capacidade de acreditar na mina, quebro a cara e ao invés de me ajudar você tá brigando comigo?! - me levantei parando a frente dele e encarando seus olhos verdes que refletiam a luz da lua.

  - Eu tentei ajudar, mas você não escuta ninguém porra! Só assim pra aprender! - gritou com sua voz grossa - Agora que se fodeu vem choramingar? Vai pra casa do caralho!

   Sem conseguir me segurar, desabei em lágrimas. A raiva de Dw se misturava com o rancor de Amanda e a decepção por ter confiado nela. Levantei minha mão direita e a depositei com força na cara de Dw, que virou sua cabeça para o lado com uma feição de raiva.

   Ao me encarar, eu tive medo pois seus olhos alarmavam de ódio. Levantei minha outra mão para empurra-lo mas o mesmo pegou em meu pulso.

  - Nunca-mais-faça-isso! - ordenou ele pausadamente; soltando meu pulso e entrando no banheiro. Bateu a porta e trancou-a. Em seguida, fui até a porta do banheiro e bati minhas mãos cerradas na porta.

  - Filho da puta! Desgraçado! - gritava com ódio ao mesmo tempo que chorava - Arrombado! - continuei.

   Aos poucos me cansei e dei as costas a porta, me sentando no chão e chorando ainda mais. O que me chateava já não era só Amanda, era o ódio com que Dw falara as coisas para mim.

{•••} - Uma hora depois -

   Ouve-se a porta se abrindo e quebrando o total silêncio. Olho para Dw com mil lágrimas secas no rosto. Meus olhos inchados e vermelhos. Na mesma hora, ele se agacha a minha frente e me envolve em seus braços.

  - Desculpa, desculpa. - pediu.

  - Me solta! Você ouviu o que falou?! - gritei.

  - Sim... Eu sei que eu falei merda pra caralho mas eu fiquei puto man, eu tinha te avisado, eu só não queria te ver assim. Perdoa man.

A Dona Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora