Shawn Mendes | The Tour #1

1 - Shawn Mendes : The Tour

Eu preciso de uma voz que ecoe, preciso de uma luz para me levar para casa, eu meio que preciso de um herói. (Demi Lovato — Nightingale.)

Kiara Wright's Point Of View.

17 de Abril de 2019.

13:24 p.m.

Londres, Reino Unido - Inglaterra.

Quando chego ao saguão de desembarque, sinto que é um erro. Quero dar meia volta e poder retroceder no tempo, onde simplesmente estou em casa outra vez. Sendo honesta, voltaria o máximo que pudesse só para evitar o inevitável e todo o motivo que me trouxe até aqui.

Um suspiro longo escapa por entre meus lábios e pego a minha mala ao passo em que  vasculho minuciosamente o lugar com os olhos, a procura do meu pai. Não sei como encará-lo e, mesmo depois de tanto quebrar a cabeça tentando chegar a uma conclusão, ainda sinto o receio me corroer por dentro, como uma maldita lembrança de que o fato de o Andrew possuir um título que o liga a mim, ainda não significa nada.

Merda. Eu só quero ir embora.

— Kiara, certo? — um rapaz de cabelo claro liso se aproxima em passos lentos e cautelosos, me perscrutando a cada vez que se aproxima mais. Eu tento identificá-lo, porém, claramente não o conheço.

— Certo. — respondo neutra, fazendo ele esboçar um sorriso simpático e estender a sua mão em cumprimento.

— Sou Connor Brashier, fotógrafo da turnê. — se apresenta, e eu aperto a sua mão. Ele mesmo trata de segurar a minha mala, arrastando-a ao meu lado enquanto seguimos para fora do aeroporto, com o meu silêncio desconfortável, que ele parece não notar. — O Andrew teve um imprevisto antes de vir e se atrasaria para buscá-la, então pediu que eu fizesse isso.

— Já imaginava. — murmuro, nenhum pouco surpresa por ele não se dar ao trabalho de vir até aqui.

— Vamos encontrar ele e os outros no restaurante do hotel. — avisa, e sei que o mesmo se refere aos que estão aqui trabalhando na turnê.

Um táxi está nos aguardando do outro lado da movimentada rua, portanto, o motorista abre o porta-malas e Connor guarda a minha bagagem enquanto eu entro no automóvel, sentando no banco de trás.

— Está animada? Estamos a trabalho, mas sempre sobra algum tempo e sempre acabamos nos divertindo! E você pode se divertir bem mais que a gente. — o garoto pergunta assim que entra no banco do carona, me olhando por cima dos ombros enquanto mantém o mesmo sorriso.

— Legal. — esboço um sorriso, tentando parecer ao menos um pouco entusiasmada.

Não é a minha intenção parecer antipática, a verdade é que não estou aqui por vontade própria, estou aqui porque fiz uma promessa a minha tia Eva: se algo acontecesse, iria passar um tempo com ele e não ficaria sozinha. E, aconteceu. Ela se foi. Me planejei e me adaptei sozinha, mas sabia que uma hora ou outra precisaria cumprir com a minha palavra, então cá estou eu.

Respiro fundo quando o carro acelera e observo toda a trajetória, até pararmos em frente ao enorme edifício do hotel. Eu desço primeiro e o motorista retira a minha bagagem antes que eu siga o rapaz, que faz questão de pegar a minha mala novamente.

— Eu não sei onde fica o seu quarto, então vamos direto encontrar eles e depois levamos isso, ok?

— Ok. — olho a movimentação enquanto caminhamos em direção ao restaurante e paro por alguns instantes quando já estamos perto de uma mesa “lotada”, vendo o Andrew.