5. Explicações

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A/N: Bem, eu sei que demorei séculos (quase literalmente) a voltar a esta história, mas isso vai mudar. O último ano foi uma verdadeira confusão, mas agora que já está tudo composto está na hora de voltar. Espero que ainda se lembrem da história, porque agora vou começar a postar o máximo de vezes possiveis.

Fiz umas pequenas alterações (especialmente corrigir os erros mesmo estúpidos que tinha no texto) e mudei o nome da personagem principal para Catherine. Não sei explicar, mas Zoey não me andava a soar bem. De resto, está tudo praticamente igual. Espero que gostem :)

Capítulo 5

Explicações

- Tens a certeza? – perguntou pela que eu achei ser a décima terceira vez na última meia hora.

- Eu quero mesmo compreender o que se passa, Luke. Não vou mentir. Assusta-me e não é pouco. Ainda estou à espera de acordar de um sonho completamente louco. Mas enquanto estou aqui, acho que é meu dever tentar compreender tudo o que se está a passar à minha volta – acabei por admitir.

Na verdade, não estava a ser completamente honesta. Embora não estivesse a mentir na totalidade, queria evitar falar no beijo que tínhamos, de algum modo, deixado inacabado e por explicar. Não podia decidir se sentia realmente algo por ele até ter compreendido, em toda a extensão, o que significaria ficar com alguém como ele, alguém cuja vida é surreal e cujo mundo gira ao contrário. Se admitisse ter sentimentos por ele a mim própria, estava perdida, nunca mais poderia regressar a este ponto. Então, era melhor esperar.

Quando ele me falou na Terra das Almas Perdidas, achei que estava a inventar, a aproveitar-se da minha ignorância para me fazer acreditar que podia realmente existir uma terra encantada onde habitavam dragões, duendes e criaturas que eu só via nos episódios de Sobrenatural. Cheguei mesmo a perguntar-me se estaria a implicar comigo devido às dezenas de livros que ainda descansavam nas poucas prateleiras do meu apartamento, em Melbourne; aqueles livros em que uma série de espécies mitológicas, ou seja, completamente irreais – bem, agora nem assim tanto – viviam em terras distantes que não existiam na realidade.

- A Terra das Almas Perdidas não é um lugar encantado! – exclamou, bastante mais incomodado do que eu esperava. – Nem tão pouco é habitado por dragões, duendes, fadas e parvoíces do género. Não fica numa outra dimensão nem numa realidade alternativa, muito menos do outro lado do universo. – Estava realmente chateado. Tinha abusado e ele, agora, trataria de me fazer sentir culpada pelos meus atos. – Foda-se, Cath! Pensei que compreenderias. De onde raio veio esta atitude?

Queria explicar, queria dizer-lhe que este sentido de humor estúpido era a minha única maneira de lidar com a situação, era a única coisa a impedir-me de me sentir assustada. Mas isso implicaria admitir-lhe que sentia medo e eu não queria, de todo, vê-lo com os mesmos olhos tristes que tinha de manha.

- Desculpa – disse em tom de voz baixo, enquanto os meus olhos fitavam as minhas sapatilhas.

- Não tem mal, Cath – acabou por responder, após um segundo, bastante mais calmo. – Eu percebo que é muito para absorver, mas eu estou aqui. Ainda sou o teu melhor amigo

- Obrigada, Luke.

- Se tens a certeza, então, vou-te levar lá – afirmou. – Agora mesmo, se quiseres.

- Já?! – perguntei, um pouco surpreendida. O seu rosto espelhava preocupação e medo. Tinha receio que eu estivesse a mentir-lhe, a dizer-lhe apenas aquilo que ele queria ouvir. Recompus-me. – Sim, tens razão. Não há qualquer motivo para adiar. – Até porque, se o fizesse, poderia perder a coragem.

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