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— Anda mais rápido! — disse o mais novo para garoto de cabelos moreno, sendo arrastado por sí até o banheiro do colégio.

— A maldita dessa professora nunca deixa os alunos saírem da sala pra ir mijar, mas se fingir estar com mal estar, tá tudo bem! — repercutiu irônico pela situação a qual estavam passando.

— Para de reclamar! Me espere aí. — deixou o garoto alto e entrou no local desacompanhado.

— Arrombada mal comida... — murmurou frustrado com a mulher. Ele não exitou em esperar, claro.

Jeno mexia em seu celular, brincava com os filtros do Snow. Amava passar o tempo naquele aplicativo quando estava no tédio. Mesmo que odiasse grande parcela dos filtros por lhe deixar igual um defunto de tão branco, era divertido.

Enquanto estivesse distraído, Jaemin no banheiro pensava em uma fração de segundos se a sua escolha era certa.

Porque ele estava destinado a se abrir, a falar tudo o que sentia. Mesmo que tenha sido uma escolha difícil, de semanas, entendia que era melhor confessar tudo o que guardava dentro de seu peito, do que ver o tempo se passar, as coisas acontecerem e se culpar por não ter dito enquanto era tempo tudo aquilo que necessitava expressar.

Quando Jaemin saiu do banheiro, se deparou com o coreano brincando com o famoso filtro de raposinha em seu celular. Ele riu descontraído, analisando o rosto dele frente a tela.

— Temos um webnamorado aqui. — sorriu largo, animado. Jaemin continuou olhando para o garoto, soltando sutilmente um riso do meio de seus lábios. Até que o filtro focou em seu rosto também, e gerou outro motivo de risos e sorrisos descontraídos e momentâneos. 

— Dois webnamorados agora. — riu daquilo, vendo Jeno registrar a foto. Quando o garoto estava mais distante com seu celular, o de cabelos rosados abraçou Jeno, sem permissão ou coisa qualquer. Envolveu o corpo do garoto entre seus braços, mantendo-o seguro em seu meio, sem dizer nada.

Estava assustado pra caralho sobre o que tentaria fazer a seguir. Seu corpo pequeno esquentava, suas mãos suavam e em sua barriga aquela mesma sensação esquisita, agonizante.

— Que abraço repentino... Você está bem? — ele abraçou o garoto de volta, acariciando suas costas e nunca, simultaneamente.

— O que quis dizer com "quero que descubra sozinho algumas coisas"? — fechou seus olhos afundando o rosto no meio do pescoço do mais velho, sentindo seu cheiro, se aconchegando com mais cuidado e melhor conforto.

Seu coração bombardeou rápido, gerando dificuldade de respirar no momento em que terminasse a pergunta. Era difícil de detalhar, seus sentimentos eram uma bagunça, tudo o que sentia quando estivesse perto de Jeno era um verdadeiro e desconexo turbilhão de emoções sem sentido, mas sempre repentinas.

Ele se sentia idiota e vergonhoso. Se sentia incapaz de cumprir com o que prometeu anteriormente para si mesmo. O seu medo de perder Lee Jeno era maior que o mundo.

— Eu imagino que não seja fácil de maneira alguma lidar comigo. — riu sem jeito, desanimado e curto — Existem coisas muito difíceis de dizer em voz alta. Muitas vezes só faz sentido na minha cabeça... — Jaemin olhou em seu rosto, com aquelas suas sobrancelhas pouco curvadas diante a atenção. Jeno desviou a rota de seus olhos daquele semblante, envergonhado — Por isso ainda imagino que seja um desafio viver conviver ao meu lado.

Eles ainda eram dois adolescentes descobrindo o mundo e todos os sentimentos e sensações possíveis. Ele queria ali mesmo, naquele instante falar logo o que planejou, o que formulou em sua cabeça. Mas tudo parecia estar tão difícil.

O clima que se formava diante ao silencioso agonizante era estranho. Eles tinham muito o que dizer um pro outro, tudo apontava que estavam preenchidos de palavras e acusações extremamente imediatas, mas intensas.

Algo prendia os dois no silêncio de suas vozes. Algo impedia Na Jaemin e Lee Jeno, sobre qualquer coisa. Existia muito mais naquele silêncio do que se podia imaginar.

Jaemin cansado daquilo tudo formado entre os dois, enquanto se observavam com atenção, fomou os lábios de Jeno, de um modo desajeitado, mas significante. Jeno colocou sua mão sobre o rosto do mais novo e correspondeu com outros dois, quentes e encaixados.

Aquilo ainda era a melhor coisa que Jaemin pudesse ter sentido em toda a sua vida. Aquilo era muito melhor que qualquer outra palavra a mais.

Quando se afastaram, uma corrente de calor humano, como gostaria Jaemin de imaginar, foi impedida por um pouco. Jeno tirou sua mão daquele rosto e se afastou envergonhado.

— Me desculpe... — Jeno franziu as sobrancelhas, não direcionando os olhos para o mais novo.

— Nunca mais faça isso.

blue diary | nominOnde histórias criam vida. Descubra agora