“Se alguém olha nos seus olhos e você consegue sentir cada palavra que ela diz, você é capaz de interpretar seus sentimentos. É possível sentir no tom de voz, na força do olhar e nas expressões que ele passa. Entre nós começa a nascer uma conexão, você é capaz de me dizer qual? Mesmo que sem olhar nos meus olhos? Consegue sentir minhas palavras?”
Serginho continua segurando a mão de Guga e mesmo diante das armas não se detém.
—Sorte sua que eu tenho uma dívida pendente com você, porque do contrário você sabe o que aconteceria, não é Serginho? Nunca mais se meta a besta de falar assim comigo na frente de ninguém, tá ligado? —Esbrabeja.
—Me desculpa Grego, você sabe que eu te respeito como um irmão mais velho, quase um pai. O que você faz por essas pessoas, só aumenta o meu respeito por você. Eu realmente não quis passar dos limites, mas você estava prestes a machucar um inocente sendo que isso não faz parte do seu caráter. Eu fiz isso por você também. —Serginho se mostra triste realmente pela forma que teve que se portar com Greco.
—Sem neura. Só não volta a querer rebaixar minha moral, valeu? De resto, tá tudo certo. Passa... —Fala já tranquilo.
Greco faz um sinal e seus homens baixam as armas.
Serginho segura firme a mão de Guga e eles passam juntos por Greco e seus homens, sem olhar pra trás.
Eles caminham em direção onde as crianças brincam.
Serginho continua segurando a mão de Guga.
Guga olha para Serginho e Serginho lhe retribui, porém, tudo rapidamente.
—Nem nos apresentamos e já é o segundo encontro... —Sorri. —Meu nome é Gustavo, mas me chamam de Guga.
—Eu sou Sérgio, mas me chamam de Serginho.
—Desculpe, eu acabei esquecendo de soltar sua mão. —Constrangido.
—Não se preocupe. E olha, muito obrigado por não deixar nada de ruim me acontecer e me ajudar a conseguir realizar o que eu havia me proposto a fazer aqui.
—Não precisa me agradecer. Eu faria exatamente o mesmo por qualquer um que tentasse ajudar minha comunidade. Esse povo aqui é minha família, esse é o lugar que eu cresci. Essa é minha gente e enquanto eu respirar eu vou lutar pelo melhor para eles.
—O jeito que você defende o que você acredita, a forma que você me ajudou e protegeu, a empatia que você demonstra ter pelos outros é algo que eu nunca vi em mais ninguém. —Emociona-se enquanto anda conversando com Serginho.
—Você é do bem, eu sinto nos seus olhos. E tem mais, você me salvou uma vez de algo que poderia ter me matado. Como eu poderia deixar você sozinho agora?
—Muito obrigado. Você é muito especial!
—Quem é do bem sabe reconhecer o bem nos outros, meu pai me dizia isso.
Serginho e Guga se olham novamente por uns segundos.
—Enfim, vou começar aqui. Infelizmente como estou sozinho, tenho que me adiantar e me virar em mil pra fazer tudo.
—Eles te abandonaram, mas eu tô aqui e eu vou ajudar. “Vamo” lá?
—Sério?
—Tenho cara de mentiroso? —Brinca.
—Não, não tem.
—Então vamos!
Sem ter podido entrar com os materiais maiores e sem os estudantes da área (Beleza e estética) qualificada, o que resta para os meninos é divertir e se dedicar apenas as crianças.
Serginho arruma o local e pede que as crianças sentem formando um circulo.
—Então crianças, se vocês pudessem pedir alguma coisa, o que seriam? —Pergunta Guga.
—Quero um boneco! —Fala sorridente um dos garotos.
—Tan Dan Dan! —Serginho brinca fazendo suspense e retira o brinquedo da sacola.
—E tem mais brinquedos pra vocês na sacola, peguem o que vocês quiserem! —Diz Guga colocando as sacolas de brinquedos em vista das crianças.
Todas as crianças correm para as sacolas e transbordam de alegria com tantos brinquedos. Serginho corre para brincar de futebol com os meninos e meninas.
Uma criança em especial fica no mesmo cantinho desde que chegou, permanecendo triste e com a cabecinha baixa.
Guga se aproxima.
—Ei pequeno, você está tristinho? Não vai pegar seu brinquedo?
O garoto não responde e permanece com a cabecinha baixa.
Guga senta do seu lado.
—Aconteceu alguma coisa?
—Eu não queria um brinquedo...
—Então, o que você queria? Me fala, quem sabe eu não faço uma mágica e aparece?
—Todo mundo sabe ler, menos eu. Os meninos sempre riem de mim.
Guga pega no queixo do menino e levanta seu rosto.
Serginho para pra observar.
—Olha, todos nós temos dificuldades, nunca vamos aprender tudo que queremos de um dia para o outro. Você estuda?
—Eu não vou todos os dias pra escola. A escola é longe e meus pais não se importam muito com estudos.
—E se eu ensinasse você a ler? —Sugere animado.
—Tá me tirando?
—Tu acha? —Brinca.
—Então eu quero, quero muito! —Levanta-se muito feliz e animado e abraça Guga.
O menino agora saltitando de felicidade corre para brincar com os outros.
Serginho se aproxima.
—Isso foi lindo! —Fala Serginho surpreendendo Guga e sem lhe dizer que viu a cena.
—Obrigado por me ajudar. —Sorri.
O dia passa, Serginho e Guga brincam o dia todo com as crianças.
A tarde vai se aproximando de seu fim e mesmo assim o gás das crianças não termina.
—Olha como eles estão felizes! —Comemora Guga.
—Graças a você! —Sorri Serginho.
—Graças a nós dois, porque sem você não teria sido a mesma coisa. —Sorri de volta.
Uma conexão especial parece surgir entre eles.
Os meninos correndo aparecem com uma corda, uns segurando numa ponta e outros na outra. Eles rapidamente vêm em direção a Sérgio e Guga e enrolam os meninos.
—O que estão fazendo? Parem! —Ordena Serginho.
Ao terminarem de enrolá-los, os meninos correm já sabendo que isso não terminaria bem.
—Soltem a gente! —Grita Guga.
—Eles estão indo embora! —Desesperado com a situação.
Os meninos tentando se soltar, acabam se desequilibrando e caindo.
Guga cai por cima de Serginho.
Os olhos deles se cruzam como nunca antes, os rostos ficam quase colados e a respiração de Guga se encontra com a de Serginho.
... Continua...
Não perca o próximo episódio| Próxima Quarta, 22:30
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THE BOY OF MY DREAMS (Romance Gay)
Sonstiges"É normal se apaixonar a primeira vista por uma pessoa que você só viu num sonho? Sem saber se essa pessoa existe, e se existe, será que é igual no sonho? É normal está perdidamente apaixonado por um sonho? O destino joga com as pessoas e olha só...