Capítulo 10

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💫Inacreditável💫

Amália

Talvez tenha subestimado Gustavo, quando achei que essa amizade comigo não duraria até a próxima semana, já que estamos a quase um mês juntos,e eu ainda não vi nenhum sinal de arrependimento da sua parte.
Ao contrário disso, parece que estamos a cada dia mais próximos.

Todos os dias Gustavo me espera no portão, lanchamos   juntos,alguns dias na cantina outros no meu lugar favorito no pátio. Mas devo confessar que prefiro quando ficamos no pátio,já que ainda não me sinto à vontade na cantina sobre o olhar mortal de Milena. Mesmo ela não tendo se aproximado de mim depois que Gustavo à ameaçou, eu ainda desconfio que ela só está esperando o momento certo para atacar novamente. Gustavo diz que isso é paranóia minha,mas não confio naquela ruiva. Já os outros amigos de Gustavo,parecem ter aceitado bem ele estar andando comigo, já que sempre que nos encontramos são gentis e conversam comigo sem nenhum preconceito.

E se me dissessem a um mês atrás ,que Amália Rodrigues iria estar andando com os populares, eu diria que essa pessoa estava tendo alucinações. E algo que está mesmo eu, não consegue acreditar.

Minha mãe é que realmente ficou feliz com essa minha amizade. Não apenas por eu ter finalmente  arrumado um amigo no CMP, mas por ele ser Gustavo, pois  minha mãe ò conhecia e ò acha um bom rapaz. Eu também ò acho uma boa pessoa,bem diferente do que eu imaginava que ele era. Me sinto bem ao seu lado, como a muito tempo não me sentia.
Depois que meu irmão Bernardo foi fazer faculdade na outra cidade, fiquei muito solitária, agora com Gustavo como meu amigo não me sinto mais. Quando não estou com ele no colégio estávamos trocando mensagens. E sempre me pego rindo sozinha,das fotos ou vídeos engraçados que ele me manda. E por isso é outros motivos,que as vezes sinto medo que essa amizade acabe e eu volte a ser a garota sozinha de antes.

*****

Nunca poderia imaginar que algum dia,eu veria um dos alunos populares do colégio Murilo Pacheco andando de ônibus. É realmente hilário ver Gustavo dentro do busão lotado, e vê -lo perder o equilíbrio cada vez que o veículo dava um freada brusca. Gustavo e eu estávamos indo para minha casa, para fazer uma maquete para o trabalho de biologia, achei melhor assim,do que ir para casa do seus tios aonde teria que suporte o idiota do Igor e suas gracinhas.

_ O que está esperando....,pode rir a vontade senhorita Amália! _ Gustavo diz, depois de trombar num senhora mal- humorado que lhe disse poucas e boas.

_ Me desculpa...,mas você está mais desengonçado do que boneco de posto!._ Não consigo mas me conter,e acabo rindo dele.

_ Nos devíamos ter pegado um motorista de aplicativo.

_ E perder a chance de ver Gustavo Albuquerque andando de busão!,....nem pensar!. esse acontecimento merece um registro,.... isso com certeza vai bombar nas redes sociais._  Tiro um foto de Gustavo ,agarrado nas barras do ônibus igual um gato para não se desequilibrar novamente.

_ Isso é apenas uma desculpa, para ter uma foto minha....,eu sei  que você me acha bonito e irresistível,com certeza vai colocar como fundo de tela do seu celular. _ Ele provoca com um sorriso malicioso.

_ Você é muito convencido Gustavo Albuquerque!...,mas eu não sou igual aquelas garotas que se arrastam a seus pés....,sou totalmente imune ao seu charme! _ Ò provoco, vendo ele me encarar com um olhar indecifrável.

Nos últimos dias Gustavo tem feito muito isso, as vezes me olha tão profundamente como se ele pudesse ver todos meus  segredos. Seu olhar é tão intenso que me deixa constrangida,e me faz perguntar oque está se passando por sua mente.

_ Para sua salvação estamos chegando..., nossa parada e a próxima. _ Comento,me desvencilhando daquele seu olhar.

Descemos do ônibus e vejo Gustavo respirar fundo,acho que nunca mais ele vai querer andar num coletivo novamente. Andamos duas quadras e enfim chegamos em frente a minha casa,e oque me preocupava estava lá dentro descansando para seu turno a noite; meu pai. E a primeira vez que trago um garoto em casa,e mesmo Gustavo sendo apenas meu amigo, não sei como meu pai vai reagir.
Quando Catarina trouxe seu primeiro namorado em casa,meu pai parecia que iria ter uma síncope. Encheu o rapaz de perguntas, acho que ele foi capaz de até perguntar o número do CPF do pobre coitado.Espero que ele não faça isso com Gustavo,ou irei morrer de vergonha.

_ Gustavo,eu tenho que avisar um coisa sobre meu pai._ Digo um tanto constrangida antes de entrar.
_ Ele é um pouco possessivo em relação à suas filhas,.... então como eu nunca trouxe um rapaz aqui antes,.... ele pode te encher de perguntas, e só responde las sem hesitar que ele te deixará em paz.

_ E claro!...., então quer dizer que eu sou o primeiro cara que você traz na sua casa, mas os caras que você namorou nunca vieram aqui? _ Gustavo pergunta me encarando.

_ Oque!?, ...não! Não era nada sério...então, vamos entrar logo. _ Minto descaradamente,e posso jurar que ele percebeu. Pois vi que ele esboçar um pequeno sorriso,mas mesmo assim eu não diria a ele que eu nunca namorei,e que nunca beijei ninguém.

Ao entrar encontro meu pai na cozinha, então acho melhor acabar logo com isso e apresentar Gustavo,e esperar pelo terremoto que vira. Acho não ficarei mais constrangida, do  que já fiquei minutos atrás com Gustavo e suas perguntas sobre namoro.

_ Oi paí! _ Digo,dando um beijo nele.

_ Oi, flor do dia! _ Ele diz como sempre fazia quando eu chegava em casa.

_ Bom pai, esse é o Gustavo o amigo do colégio, que vai fazer o trabalho comigo._ Falo ò vendo enfim olhar para Gustavo.

_ Guga! ...., não acredito, quanto tempo!_ Meu pai diz indo em direção de Gustavo e ò abraçando.

_ Senhor Antônio, que bom vê -lo novamente!_ Gustavo retribui o abraço,me deixando confusa. Já que eu esperava tudo, menos por isso.

_ Espera,....da onde vocês se conhecem?

_ Gustavo, morra no condomínio a onde eu trabalho,.... ele sempre ia até a portaria e ficava conversando comigo durante a noite, ou jogávamos uma partida de cartas_ Meu pai explica,me deixando surpresa.

_ É,e o senhor sempre trapaceava,.... escondendo as cartas boas.

_ Eu?,... você que é ruim no jogo!...., você faz muito falta, rapaz! _ Meu pai diz rindo.

_Acho,... que só o senhor sentiu minha falta!_ Gustavo dá de ombros com um olhar triste.

Eu não sabia qual era o motivo pelo qual Gustavo tinha ido embora da sua casa,ele nunca tinha comentado isso. Mas desconfio que meu pai saiba, mas não adiantava perguntar,ele nunca me diria nada. Segundo meu pai,ser porteiro era como ser padre, saber cada mínimo segredo dos condomínios mais guarda -los a sete chaves para si mesmo. Deve ser por essa razão que ele está trabalhando no mesmo lugar a mais de dez anos.

_ Então, vamos almoçar? ..., pois estou morrendo de fome. _ Digo, quebrando o silêncio e vendo o sorriso aparecer novamente no rosto dos dois.

E bem diferente do que eu imaginava, não tivemos momento constrangedor com meu pai , para meu alívio. Mas sim, um almoço bem alegre com uma conversa  animada entre nós três.
Me fazendo concluir ,que Gustavo tinha o dom de cativar as pessoas por onde ele ia. E nesse momento eu me sentia privilegiada, por ele ter me escolhido como sua amiga.....

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Nada à ver ,entre Eu e Você!Onde histórias criam vida. Descubra agora