Nada à ver ,entre Eu e Você!

Capítulo 29

💫Amor💫

Gustavo

Passar duas semanas com meus tios no litoral, não foram suficientes para esquece -la. Achei que as férias de julho serviriam para conseguir deixar de pensar em Amália, mas isso não aconteceu. O amor que sinto por ela é mais forte do que imaginava,mesmo mantendo distância eu não consigo deixar de gostar dela. E sempre, sem ao menos perceber lá estou eu olhando em sua direção, admirando sua beleza, desejando beijar sua boca e estar nem que seja por um minuto ao seu lado.

Como estou fazendo agora, observando Amália, Sofia e Igor brincando no jardim e desejando estar no lugar do meu primo, e morrendo de medo que um dia ele acaba se apaixonado por ela e conquistando seu coração.

_ Por que você não se junta à eles ? _ Tia Rebecca pergunta me tirando dos meus devaneios.

_ Melhor não!...Eu não quero impor minha presença! _ Dou de ombros.

_ Não perca as esperanças Guga!... ela ainda gosta de você! _ Ela tenta me animar, mas as vezes tenho minhas dúvidas disso.

_ Estou tentando, mas está difícil aguentar toda essa espectativa!

_ Eu te entendo!...,mas mudando de assunto, sua mãe ligou outra vez..., ela existe em querer que você volte a morar com ela! _ Minha tia afirma.

_ De repente ela resolveu lembrar que eu existo!..., principalmente depois que descobriu que aquele babaca do marido dela , estava lhe traindo!...,eu não vou voltar para aquela casa, eu já tenho dezoito anos, e decido aonde quero ficar!....é claro,se você e meu tio me quiserem aqui!

_ Como não?..., uma mãe e um pai não querem seus filhos sempre por perto? _ Tia Rebecca diz com um enorme sorriso no rosto, e em troca lhe dou um  abraço.

Um abraço carregado de sentimentos, um abraço que com toda certeza nunca tinha recebido da minha mãe. E pelo primeira vez na minha vida me sinto parte de uma família, não me sentia mas um estorvo. 

*****
A volta as aulas começaram agitadas,com todos os professores animados com os preparativos dos simulados para o Enem. E isso era um grande motivo para manter minha cabeça ocupada, tinha decidido que iria fazer faculdade de Direito para a decepção do meu pai,que queria que eu fizesse engenharia civil. Mas depois de todos esses dias trabalhando com tio Vitor, eu tive mais que certeza oque queria fazer para o resto da minha vida.
E tudo estaria mais que perfeito, se eu tivesse o amor de Amália de volta, e não precisasse mais ficar apenas à olhando de longe.

_ Você ainda está aí caidinho por aquela garota?..., mesmo ela não estando nem aí pra você, e mais interessada no Igor! _ Escuto uma voz atrás de mim, e nem preciso me virar para saber que pertence a Milena.

Ultimamente quase não à vejo, depois que o seu pai a castigou tirando todas suas mordomias e ela tem perdido seu reinado. É e quase difícil reconhece lá agora, sem toda aquela pose de rainha.

_ É ,eu ainda gosta dela!... mesmo depois de tudo que você fez para nos separar! _ Sou ríspido, se não fosse por Milena, eu e Amália estaríamos juntos._ Mas eu acho que você não sabe oque é amar alguém !..., já que nunca sentiu isso de verdade ! _ Digo, depois vou para a sala de aula encerrando o assunto. Milena não merece que eu perca sequer um minuto do meu tempo com ela.

Sou o primeiro a chegar na sala de aula, logo depois Amália chega e à vejo olhar na minha direção mas logo ela vira seu rosto, como faz todos os dias. E isso me entristece, eu sei que sou o culpado por isso. Quando acreditava que ela tinha me traído , disse e fiz coisas horríveis com ela. Consigo compreender sua mágoa, mesmo desejando que ela me perdoasse.

O professor de geografia chega,e logo vai dando um trabalho em dupla, e anuncia que ele irá escolher os alunos. Eu não me importo com isso, dês que não seja com alguma daquelas garotas que só pensam em se jogar para cima de mim. Mas assim que ouço o professor anunciar meu nome e o de Amália, quase não consigo acreditar. Engulo em seco, antes de me levantar e ir até aonde ela está. Faz tanto tempo que não trocamos uma única palavra, que me sinto como se fosse aquele garoto inexperiente de antes, tentando conversar com a garota que gosta pela primeira vez.

_ Oi! _ Digo, sentindo a garganta seca e me sentando ao seu lado.

_ Oi! _ Ela responde sem me olhar.

_ Se você..., quiser eu posso pedir para o professor mudar a dupla.

_ Não precisa! _ Ela responde rápido olhando para mim, e tê -la assim tão perto era uma tortura.

_ Tudo bem ,então! _ Digo a encarando,e me embriagando no seu perfume.

Depois disso apenas conversamos sobre o trabalho,mesmo que fosse difícil me concentrar com Amália ali tão perto de mim. Mas, resolvi aproveitar cada segundo daquele tempo do seu lado. Talvez não tivesse essa mesma chance outra vez.

_ Eu vi você...., um dia desses,entrando no depósito! _ Amália comenta de repente, me fazendo à encarar.

_ É, ...aquele é um bom lugar para se esconder!

_ Você não tem medo, que senhor Quincas te pegue lá dentro?

_ Depois de tudo de ruim que já me aconteceu este ano..., ser pego por senhor Quincas ,vai ser fichinha! _ Digo vendo seu olhar vacilar.

_ Eu também sinto falta.... do depósito!,foi o único lugar no colégio que eu realmente me senti a vontade! _ Ela diz me deixando surpreso.

_ E por isso que eu gosto de ficar lá!...por que aquele lugar me traz lembranças de um passado da qual eu queria de volta!...de uma pessoa que eu sei que não mereço..., Mas que eu faria de tudo para ter do meu lado outra vez! _ Tomo coragem para dizer tudo que estou sentindo.

Amália não desvia o olhar de mim e vejo seus olhos ficarem marejados, e esse é o sinal que me indica que ela também senti o mesmo. Sem perder tempo eu seguro sua mão, e sinto ela tremer com meu toque. Continua à encarar sentindo meu coração bater feito um louco.Estou tão perto dela que se me aproximar mais um pouco posso tomar seus labios com os meus. Ficamos ali os dois, como se estivéssemos atraídos pelo um imã, com nossas mãos entrelaçadas e o olhar um no outro, até que o sinal do fim da aula corta essa conexão.

Amália se afasta e fica em silêncio, organizando nosso trabalho para entregar ao professor. Não perco tempo, arranco uma folha do caderno e escrevo algo que não tive a chance de dizer. Dobro a folha e à entrego, e à vejo pegar com os dedos tremolos. Ela me encara como se não tivesse entendido o que eu queria com aquilo.

_ Leia ! _ E à única coisa que eu digo, antes de me virar e voltar para meu lugar.

Vejo Amália abrir a folha e ler, e depois olhar em minha direção com os olhos marejados. Dou lhe um sorriso fraco indicando à ela que tudo que está escrito lá é verdadeiro. Ela encara o papel novamente, como se tivesse que ler várias vezes para ter certeza daquilo. E eu rezava para que ela acreditasse naquelas poucos palavras,mas que demostrava tudo que eu sentia por ela....
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