Possuídas: O Início

Capítulo 01

Era uma noite de sexta feira, estava num bar com colegas de trabalho, foi uma semana de muito serviço, então decidimos nos reunir para beber muito, eu não bebia em excesso, mas nesse caso iria aderir à maioria. Estava ao lado de meus dois colegas de secretaria, Ricardo paquerava a balconista do bar, então falava mais com Paulo, ele havia bebido muito, não falava coisa com coisa, eu não sei como ele conseguiu relacionar o fato do time que ele torcia ir pra final, com tacar fogo na casa da presidente, apesar de que o assunto me entretinha. Um pouco depois me lembrei de que não podia voltar muito tarde para casa, minha mulher reclamou da outra vez que havia atrasado para o jantar, só fui voltar às três horas do outro dia.

_Ei Paulo, tenho que ir agora.

_Por que cara, a festa tá maior de boa - ele falava como um bêbado.

_Minha mulher.

_Aa tá, elas nunca mudam, essas mulheres - soluço - então tá, bora joga uma sinuca no domingo.

_Claro que vamos. Escuta você não parece bem, não vá dirigindo hoje.

_Eu não vou, o Ricardo vai me dar carona, mas tenho que esperar o senhor ereção sair do banheiro com a balconista.

Ricardo realmente não estava mais lá, nem a garçonete, ele realmente foi rápido dessa vez, ele era do tipo pegador, usava roupas de marca, na maioria das vezes um topete, e um brinco na orelha esquerda.

_Então tá, só não deixe ele beber demais - disse isso saindo do bar.

Liguei para um taxi enquanto esperava na frente do bar. Em todo o quarteirão havia um posto aceso, que era o que me iluminava. Estava frio, ouvia poucos sons saindo do bar. Tirando isso não se ouvia mais nada naquela rua, por um momento ví uma sombras de alguém num beco, em seguida uma outra sombra de alguém apareceu, parecia a silhueta de uma mulher, ela pulou em cima da pessoa, a julgar de o que eu podia ver das sombras, ela parecia rasgar o estômago da vítima com a boca, me senti apavorado.

Enfim o taxi chegou, entrei rapidamente e informei meu endereço, partimos de lá. No caminho só me via à cabeça o que ví, havia bebido tanto que devo ter imaginado isso, quando poderiam ser gatos brigando. Ao chegar, paguei a corrida, e fui em frente a porta. Meu cabelo estava bagunçado, e meu terno amassado. Linda não ia deixar de notar que fui direto para um bar, não podia fazer nada naquela hora, então simplesmente entrei. As luzes estavam todas apagadas, já estariam dormindo? Normalmente, Linda estaria me esperando, olhei na sala e na cozinha, mas não estavam lá, subi as escadas na frente da entrada, um corredor com três portas, fui a primeira, era nosso quarto, Linda também não estava lá, fui a segunda porta, era o quarto de nosso filho, ele estava dormindo em baixo das cobertas, e olhei na terceira porta que era o banheiro, não havia ninguém lá. Onde estava Linda? Decidi acordar nosso filho para pergunta-lo, fui ao seu quarto, e lá estava ela, olhando para Fábio.

_Enfim te encontrei - falei sussurrando - queria me desculpar por demorar tanto, eu não queria dar insatisfação para o... - nesse momento, me surpreendi não conseguindo terminar a frase - o que é isso em suas mãos? - sua mão estava escorrendo algum líquido vermelho, que eu tinha até medo de saber o que era.

Ela se virou, estava com um vestido negro rasgado, com um decote que se estendia até a barriga, seus cabelo preto estava despenteado, mas seus olhos me assustavam mais, suas escleróticas estavam negras, ao invés de brancas, e suas íris estavam vermelhas, ao invés de castanhas. Estava assustado, olhei para Fabio, e sua cabeça estava decapitada na cama. Me ajoelhei e vomitei. Ao levantar um pouco a cabeça, pude ver o que parecia ser o corpo de Fábio abaixo da cama, voltei a vomitar.

_Isso é nojento! - ela disse com um tom ameaçador, enquanto erguia uma faca, suja de sangue - assim como sua espécie!

Ela desferiu um golpe, que acertou meu braço direito, eu gritava de dor, podia sentir a lâmina rasgando minha pele, perfurando meu músculo e saindo pelo outro lado.

_Eu vou arrancar sua cabeça e comer seu coração! - Seu tom de voz, engrossou repentinamente.

Eu me arrastava para a porta, ela se aproximava devagar, estava sorrindo de modo assustador.

_Linda, o que você está fazendo?!

Ela riu.

_Quem é Linda?!

Seus dentes agora eram maiores, pareciam mais afiados que faca, ela estava prestes a me morder, eu arranquei a faca com meu braço esquerdo, e atingi seu olho, ela rugiu como um monstro, se debatendo, isso me deu tempo de levantar e correr, desci às escadas rapidamente, tentei abrir a porta, mas estava trancada, apesar de eu não a ter trancado. Linda apareceu às escadas, com a faca na mão e um olho furado, eu corri para a cozinha, lá abri uma gaveta, e peguei um martelo, era o que eu podia usar, considerando que eu levei uma facada no braço, sorte minha ser canhoto. Ela correu em minha direção, na hora de me dar o bote, eu a atingi na testa.

Ela estava no chão e não se movia, se eu a havia matado, eu não sei, mas não podia ficar para esperar. Saindo de casa, sangrando, ví três mulheres comendo um homem como leões devorando uma presa. Mas que diabos está acontecendo com as mulheres?