Estava numa rodoviária, com um revolver apontado para minha cabeça, eu não podia morrer agora.
_Por favor, não me mate, eu não sei o que tá acontecendo com vocês, mas não é motivo para sair matando...
_Você não é como os outros - ela abaixou a arma e saiu andando.
Ela não queria me matar? Por quê? Como ela?
_Parece uma pergunta idiota, mas por que você não me mata?
Ela tornou a apontar a arma para mim.
_Não me compare aquelas bestas, desgraçado!
_Desculpa, desculpa, não foi o que eu quis dizer.
Ela abaixou a arma por um minuto.
_Espera, eu não conheço você?
_Acho que não...
_Você é o amigo do Ricardo.
Me recordava agora do que se tratava.
_Você é moça que trabalha no bar!
Começamos a ouvir rugidos estranhos, e batidas na porta da rodoviária.
_Não é seguro conversar por aqui, venha comigo.
_Para onde?
_Encontrar os outros!
A medida que andávamos, eu via que possíveis entradas, como dutos de ar, janelas, entre outros, estavam bloqueados, alguns com máquinas de refrigerante, outros com tábuas de madeira.
A moça do bar, seguiu até um banheiro, a placa dizia que era feminino, ela abriu a porta, entramos e ela fechou. Era um banheiro com boxes de banho do lado direito, do lado esquerdo, na entrada porém dentro do banheiro, havia uma pia e um espelho, um pouco mais a frente, duas fileiras de assentos. Estavam sentadas no assento, uma senhora e uma criança que abraçava a senhora, por um momento hesitei, mas elas pareciam estar normais. Notei que havia um homem, Paulo também estava lá.
_Paulo!
_Rick!
Eu olhei para a senhora e a criança. O que elas tinham? Não. O que elas não tinham? Por que elas estavam normais? Por que as outras não estavam normais. Enquanto parecia estar em segurança, tentei parar de pensar nisso.
O homem estava de terno, no canto do banheiro, não falava com ninguém, ficava apenas tremendo, com um olhar fixo, deveria estar traumatizado com a realidade.
_Já que estamos seguros. Essa senhora se chama Maria, e essa mocinha é a Laura. A propósito, como era mesmo seu nome?
_Rick.
_Jéssica.
_Prazer em conhecê-la, ei, onde está o Ricardo?
Ela não respondeu, Paulo abaixou a cabeça, também não falou nada.
_Por quê vocês... Não me digam que... Isso não... - havia entendido, não segurei minhas emoções - droga Ricardo!.
_Eu sinto muito, ele era um bom homem.
_Como isso aconteceu?
_Havíamos saído do bar, estávamos de carro, Ricardo dirigia e Paulo ia de carona atrás. Uma moça de repente saltou na frente do carro, Ricardo saiu para ajuda-la. Rapidamente ele percebeu que aquilo, não era simplesmente uma mulher. Ela o mordeu na perna, ela o derrubou. Sai rapidamente do carro e atirei nela. Eu a matei, Paulo saiu do carro e me ajudou a levantá-lo.
Paulo escondeu que estava chorando.
_Como eu dizia, o som do tiro atraiu mais três delas. Tivemos de correr. Com a perna ferida, Ricardo corria mancando. Uma delas conseguiu segurar suas pernas, e o fazer cair. Ia voltar para ajudá-lo. Ele disse para eu correr, as outras o pegaram, começaram comendo suas pernas, por um momento pude ver seus olhos, de cor preta e vermelha, suas últimas palavras para mim foram: Me mate!. Pude acabar com sua dor, usando meu revolver. Lá ficou ele, com aquelas aberrações rasgando seus estômagos. Seguimos em frente a e viemos parar aqui.
_Seguiram a rua? Três mulheres? Rasgando os estômagos?, aquele homem em frente à minha casa era... - de pensar, me dava enjôo, fui à uma das privadas vomitar.
Após algum tempo, quando parei de vomitar, me sentei em frente a Jéssica, tinha de focar no que tinha de fazer agora.
_Vocês conseguiram preparar esse lugar tão rapidamente.
_Na verdade quando chegamos, o lugar já estava bloqueado, procuramos por todo o lugar mas, só encontramos essas pessoas, e pelo que a senhora Maria disse, esse homem que correu por toda rodoviária, bloqueando portas e janelas.
_Eu entrei pelas portas da frente, estavam abertas.
Nesse momento o homem se levantou e saiu do banheiro, desesperadamente, por um momento achamos estranho, depois o seguimos, ele estava pregando tábuas na porta.
_Você está bem? O que está fazendo?
Ele se virou para nós, estava com uma expressão assustada, que dava mais medo, à que ele provavelmente sentia.
_Elas já estão aqui dentro!
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Possuídas: O Início
HorreurNuma noite, Rick volta para casa e encontra seu filho morto por sua mulher que estava agindo de forma estranha, ele descobre que não era só ela que agia assim, cabe a ele agora sobreviver das mulheres que perseguirão todos os homens que ainda vivem.