_Você está louco!, se há uma aqui dentro, por que nos trancar com ela - disse eu.
_Você é idiota? O sangue delas esta em constante adrenalina, não podemos ir contra elas juntas, elas são invencíveis, temos que atacar enquanto estão separadas, não é como se elas deixassem de ser espertas, porque acha que estamos nos escondendo no banheiro feminino? Elas não procurariam homens por lá.
Me senti ofendido, mas então algo me veio à cabeça.
_ Como você sabe disso? O sangue e até mesmo o comportamento? Como pode saber de tudo isso?
Ele não respondeu.
O peguei pela camisa e o empurrei contra a parede.
_Desgraçado! Como você sabe sobre tudo isso!?
_Me larga seu merda!
Ele me deu um soco na cara, o que me fez solta-lo. Ele ia me dar um golpe com o martelo, que estava usando para martelar as tábuas na porta, eu segurei sua mão e lhe dei um soco com a mão direita, que não foi tão eficaz, já que sou canhoto. Estávamos um pouco afastados agora, íamos agora ao confronto dos punhos nos rostos um do outro. Antes do choque, Jéssica nos deu um soco, uma mão no rosto de cada, que nos separou. Foi um soco muito mais forte do que eu poderia dar, me senti atordoado, assim como o outro homem.
_Já basta vocês dois!, Não temos tempo pra isso! se for esse o caso temos que procura-la, e prendê-la.
_Por que prender e não matar?
_Se o homem estiver certo...
_Rodolfo.
_Tá, se Rodolfo estiver certo, ainda sobra um pouco de sanidade nela. Temos de tentar descobrir, o que aconteceu com elas.
_E como pretende fazer isso?
_Vou tentar conversar com ela.
_Mulher pra mulher. - Rodolfo acrescentou.
_ Isso mesmo, então vocês vão dar um jeito de encontrar ela e prende-la.
_Como vamos fazer isso?
_Vocês são homens! Usem a força bruta!
_No andar de cima, tem uma loja de utilidades, deve ter correntes por lá. - Rodolfo disse.
_Então está decidido. Vocês dois vão lá peguem uma corrente e amarrem ela, simples.
_E quanto a você?
_Vou estar cuidando das moças e do Paulo lá no banheiro, e também devo lembrar que estou armada?
_Por quê o cara não ajuda? - Rodolfo perguntou.
_Ele tem síndrome de pânico - respondi - se ver algo como aquilo vai paralisar de medo, e vai atrapalhar mais que ajudar.
_Por isso vocês dois têm de ir.
_Espero que fique bem.
_Eu vou, agora vão!
Não gostava da idéia de ter que trabalhar junto com aquele cara, mas não tinha escolha, não íamos conseguir nada brigando. Primeiro procuramos nas lojas do andar de baixo, nada de correntes ou cordas, então fomos às escadas, estávamos em frente à ela.
_Ela pode estar por aqui por baixo, eu pego as correntes e você caça ela - Rodolfo disse.
_Por quê eu tenho que procurar!? Vai você já que está com esse martelo!
Ele colocou o martelo em minha mão e subiu as escadas. Só havia uma palavra em minha mente, maldito!
Comecei a andar pela rodoviária com a marreta, olhei em novamente nas lojas e lanchonetes novamente, sempre com o cuidado para não ser pego de surpresa. Olhei em tudo, não a encontrei em lugar algum, por um lado me senti aliviado, por outro fiquei preocupado. Me questionava se Jéssica e os outros estavam bem, na verdade talvez Paulo poderia ajudar em algo. Estava indo até o banheiro, para conferir se estavam lá ainda, quando de repente ouvi gritos. Era Rodolfo, seus gritos viam do segundo andar. Corri até as escadas.
O andar de cima estava escuro, e os gritos desapareceram. Ainda com a martelo olhava inutilmente para os lados, tentando enxergar alguma coisa.
_Você está aí Rodolfo? - na tentativa estupida, me arrisquei perguntar.
Comecei a ouvir uma respiração intensa, seguido de uma risada feminina.
_Merda! - desci as escadas correndo.
_Me espera! - era a voz de Rodolfo
Me virei e ele já estava na minha frente. Coberto de sangue e com as roupas rasgadas.
_Está tudo bem, eu acabei com ela - ele falava com um tom calmo.
Ele estava me assustando, eu recuava alguns passos mais ele adianta uns também.
_Para onde está indo? Vamos voltar para o esconderijo.
_C-claro, mas não se lembra que já estávamos indo para lá, e o monstro te atacou?
_É verdade, então vamos voltar - ele começou a subir as escadas.
Fiquei parado por um momento e ele chamou minha atenção.
_Ei, você não vem para o esconderijo?
_Claro que vou!
O segui subindo as escadas.
_Não sei quem é você, mas o Rodolfo sabe que no esconderijo não fica aí! - eu o atingi na nuca com o martelo.
Ele se sentiu atordoado por um tempo, em seguida veio em minha direção e me deu um chute que me fez rolar escadas a baixo, deixei cair o martelo. Estava no chão, seja lá no o que era aquilo, quebrou o martelo apenas pisando nele. Em seguida veio e me levantou pelo pescoço, tentei soltar, mas estava apertando muito, ele me jogou na parede.
_Você quer terminar a briga agora? - disse com um tom irônico.
_Vou quebrar todos os seus ossos - a voz dele estava mais grave.
Ele rugiu, e veio em minha direção. Ainda caído, tentei me arrastar para levantar. Não deu tempo, ele me pegou pela perna e me jogou na parede do outro lado da rodoviária.
Senti o choque em todo o meu corpo, por um momento cuspi sangue. Ele veio correndo em minha direção, estava desmaiando, realmente com tanta dor, estava pronto para morrer. Ouvi um estouro. Perdendo a visão e a audição, consegui ver Rodolfo no chão, Jéssica estava lá, ela havia atirado nele. Nos meus últimos segundos de consciência, pude sentir Jéssica me arrastando pelo ombro, ela disse algo, parecido com.
_Tenho que te levar de volta para o banheiro, descobrimos uma coisa sobre Rodolfo.
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Possuídas: O Início
TerrorNuma noite, Rick volta para casa e encontra seu filho morto por sua mulher que estava agindo de forma estranha, ele descobre que não era só ela que agia assim, cabe a ele agora sobreviver das mulheres que perseguirão todos os homens que ainda vivem.