Capítulo 6

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Vênus

As próximas semanas desde que saí com Darko vem sido... Normais. Ou pelo menos algo não tão longe disso. Se você tirar o fato de que Snake sumiu completamente do radar, foram bem tranquilas. O motoqueiro não foi visto por ninguém do clube desde que apareci em sua casa e acordei a bela adormecida.

Nem mesmo Rage teve notícias dele, e os dois moram juntos. Dizer que esse pequeno detalhe enviou os outros dois meninos do trio mortal a loucura. Joker está mais louco que o normal, e eu até mesmo cheguei a presenciar um dos famosos ataques de raiva de Rage.

Nada demais, realmente. Joga a faca para um lado, da um soco na parede, quebra metade das coisas na sala... Como no dia a dia. Até mesmo Crow chegou a ficar preocupado, e isso não é exatamente bom. Quero dizer, você não preocupa o Prez por absolutamente nada.

Snake não para no bar ou em sua própria casa a duas semanas agora, desde o dia em que o vi pela última vez. Ele pode estar morto em um beco qualquer e nenhum de nós teria a mínima ideia sobre isso.

E eu e Darko... Bem, nós nos aproximamos, isso é certo. Só não sei se do jeito que o menino queria. Somos amigos. Bons amigos. Saímos juntos mais algumas vezes depois da boate, para mais festas e locais aleatórios. Mas toda vez eu me sinto como se estivesse saindo com um amigo. Nada mais.

E isso é bom. Só não acho que o motoqueiro vê as coisas desse jeito ainda. Quero dizer, eu não perco seus olhares na minha direção, as pequenas iniciativas que eu corto toda vez. Mas acho que está começando a perceber que, para ser sincera, não quero nada com o garoto.

Confesso que todo esse sumiço de Snake está mais na minha cabeça do que eu gostaria. Me pergunto se ele está morto, se fez algo que tornou ajudá-lo tarde de mais. Eu sinceramente espero que não... Estava decidida a ajudá-lo, mesmo parte de mim apenas querendo deixar para lá. A parte que quer dar a ele o que eu não tive era maior, infelizmente.

Um grande fator, porém, é que Snake estava desaparecido. E eu não poderia ajudá-lo sem encontrá-lo antes.

"Vee?" Escuto a voz familiar chamar meu nome e olho para o lado, vendo Darko sentar no sofá perto de mim. "Tenho uma festa para nós mais tarde."

Para ser honesta, eu não estava muito no clima de festas. Mas Darko estava me dando aquele sorrisinho doce e torto dele, e não consegui achar forças em mim para lhe dizer não.

E, aliás, que bem vai fazer ficar no clube? Eu gosto de festas... Gosto de dançar, conhecer pessoas novas, flertar. Sempre gostei. Então, por que não ir a uma festa, certo?

Retribuo seu sorriso e assenti.

"Tudo bem. Que horas?" Seu sorriso cresce com a minha concordância e Darko pisca um olho.

"Vamos sair às oito. Use algo... Bem, você sabe." Rolo os olhos com um sorrisinho divertido no rosto.

É, eu sei.

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Snake

Eu entro e saio rapidamente de dentro da mulher embaixo de mim na cama, a névoa da cocaína ainda na minha cabeça. Eu havia cheirado... Cinco minutos atrás? Dez? Para ser sincero, eu não fazia ideia. Mas está fodendo a mulher a um tempinho agora e meu pau já estava ficando meio desesperado para gozar.

Essa era Patty? Ou Candy? Ou uma das suas amigas... Não tenho certeza. Acho que tinha transado com Patty hoje mais cedo... Ou foi ontem? Os dias estão ficando bagunçados e confusos na minha mente.

Acelero ainda mais as investidas e a garota solta um gemido alto. Um sorrisinho enrola em meus lábios e eu jogo a cabeça para trás, fechando os olhos e mordendo os lábios ao sentir a minha liberação enchendo a camisinha.

Sim, isso era exatamente o que eu precisava.

Me jogo no espaço vazio da cama, tiro a camisinha, amarro e jogo no lixo, sem prestar muita atenção no que estou fazendo. Melhores. Dias. De. Todos.

Sério, desde que conheci Patty, algumas semanas atrás, eu acho, eu vivi um fodido sonho. Não saí da casa dela desde que cheguei, sem precisar me justificar para ninguém. Claro, tinha aqueles curtos momentos em que o efeito da cocaína passava e vinha a grande e má tristeza.

Mas ela não durava, com tanto que eu tomasse mais uma dose. E eu fazia.

E, também, haviam as noites... Mas contanto que eu não dormisse muito, eu ficava bem. Precisava de uma dose de tempos em tempos, ou os sonhos voltavam. E eu apenas sonhava com duas coisas.

Ace e Thea. Nenhuma das duas lembranças são exatamente agradáveis. Então, eu simplesmente não dormia. Cochilava às vezes, por pequenos períodos de tempo, mas não o suficiente para causar pesadelos.

A minha vida se tornou um fodido parque de diversões. Ou pelo menos era isso que eu tentava dizer a mim mesmo.

Porque, toda vez que eu pensava em voltar para o clube, em sair daqui, eu não conseguia. Era como se uma fodida coisa maravilhosamente terrível me puxasse de volta. E o nome dessa coisa era cocaína.

Eu pensei que tinha atingido o fundo do poço antes... Mas assistir enquanto você destrói a própria vida, sem nem mesmo ter mais controle de sua própria mente... Isso era o fundo do poço.

Mas eu não queria admitir isso a mim mesmo. Mesmo sabendo que eu estava afundando em um buraco escuro, eu gostava daqueles pequenos e curtos momentos de êxtase. A minha vida se resumia a eles agora. Não queria voltar para a tristeza fodida culpa.

"Snake!" Escuto a voz familiar chamar o meu nome e olho para a frente, vendo Patty parada no meu quarto apenas com uma calcinha. Olho para o espaço ao meu lado na cama, onde tinha uma mulher nua e levemente divertida.

Então eu não estava fodendo Patty. OK.

"Levante. Bote uma roupa. Nós vamos para uma festa." Patty murmura, e eu assenti, suspirando.

Uma festa. Claro, porque não?

Snake- Flaming Reapers 4Onde histórias criam vida. Descubra agora