Capítulo 1

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Doyoung estava agitado, seu menino fez 17 anos, talvez logo iria conhecer seu soulmate, ou no pior dos casos, seus soulmates. Pedia pra toda e qualquer divindade para que seu filho não sofresse como ele, mas já sabia que os deuses não ouviram.

Ficou tão imerso em seus pensamentos que nem notou o motivo de seus sorrisos e cabelos brancos chegar. Lee Jeno era a melhor coisa que aconteceu na vida de Doyoung, a única coisa boa que veio de seus soulmates. Sempre seria grato por terem lhe dado o melhor presente que poderia ter mesmo depois que ambos tivessem quebrado seu coração.

Retribuiu o sorriso gentil de seu menino e lhe acariciou os cabelos tão negros quanto os seus. Nunca pensou que amaria tanto uma pessoa como amava o filho, e disso ninguém poderia duvidar.

- O que te preocupa tanto Sr. Kim? – disse Jeno sorrindo brincalhão.

- Só estou agradecendo a todas as divindades existentes pelo melhor filho do mundo.

- Não sabia que o Renjun era seu filho. – Jeno disse se esquivando do cascudo que Doyoung estava prestes a lhe dar.

- Você e a sua paixão pelo chinês fofinho. Já esqueceu o menino de cabelo cor de rosa? Qual o nome dele mesmo?

Jeno corou violentamente, e fechou a cara, tomando seu café em silêncio.

- Não fica assim meu bebê, papai te ama. – Doyoung disse fazendo um carinho na bochecha fofinha do mais novo.

- Mal começou o dia e você já tá implicando com o menino Dodo? – Taeil disse antes de dar um beijinho no topo da cabeça de Jeno. – Não são nem 7 da manhã.

- Ele sempre faz isso pai. – o adolescente disse com um biquinho adorável.

Doyoung riu da manha do filho e lhe deu um abraço apertado, pedindo em pensamento pela milésima vez que seu filho não sofra o mesmo infortúnio que ele mesmo viveu, torcia pra estar alucinando e vendo errado as duas linhas distintas no dedo mindinho do rapaz.

- Chega Dodo, vai sufocar o menino antes de ele achar o amor da vida dele. – Taeil livrou Jeno dos braços do pai.

- Meu neném já é um homem Taeil hyung, eu não gosto nada disso. - Doyoung fazia o mesmo bico que o filho.

- Papai, eu sempre vou ser o seu bebê.

- É bom mesmo. – Doyoung ditou emburrado. – Termina de comer logo se não você vai se atrasar pro primeiro dia de aula. E lembra, se alguém chegar falando que é seu soulmate, peça pra ela puxar a linha. Você é muito bonito e qualquer um amaria ser seu soulmate.

O rapaz acenou com a cabeça e comeu envergonhado, amava seu pai, mais do que tudo, mesmo ele o fazendo passar por tanta vergonha. Sabia que ele tinha sofrido muito na vida, mas admirava como ele se reerguera e esperava um dia ser metade do homem que seu pai era, era muito grato de ser filho de Doyoung com quem quer que seja seu outro pai.

O mais novo terminou de comer e saiu apressado, abraçou seus dois pais e riu quando Doyoung o prendeu por tempo a mais do que o necessário e beijou as duas bochechas, deixando os mais velhos em suas bolhas de nostalgia.

Quando a porta se fechou Doyoung se permitiu desabar. Havia guardado tão bem sua angústia desde o ano novo, mas agora tudo parecia transbordar.

- Eu acho que ele tem duas linhas hyung, meu bebê talvez possa ter dois soulmates.

Taeil simplesmente abraçou o melhor amigo, o confortando da melhor forma que pode. Sabia que o mais novo havia passado e entendia a dor dele. Seu doce Jeno não merecia isso, suspirou e torceu pra Doyoung estar errado, já bastava seu dongsaeng sofrer, não deixaria que seu filho sofresse também, pois não se importava se o Jung ou o Lee fosse o pai biológico do garoto, ele ainda era o pai de Lee Jeno, e ninguém lhe tiraria isso.


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