Capítulo 8

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Em todos os seus 18 anos de vida, Jungwoo nunca odiou tanto alguém como odiava Kim Jinsul.

A alfa era horrível, cada dia que se passava tinha a mais absoluta certeza que aquela mulher não era flor que se cheirasse. Estava seguindo essa megera por questão de trabalho, era pago por Jung Jaehyun para descobrir onde a mulher escondia o único filho. Conheceu o Jung há algumas semanas, quando desmascarou um idiota que estava enrolando o alfa há 17 anos, fingindo ser um detetive, quando todo dinheiro que ele pegava dos clientes era investido em jogatinas.

Porém Jungwoo não culpa o picareta pela falta de vontade em seguir a mulher, ela maltratava betas, ômegas, repreendia alfas que trabalhavam como atendentes ou garçons, e principalmente, destratava a Senhora Lee, uma senhorinha que vivia na mesma pensão que Jungwoo.

O ômega mesmo fora destratado duas vezes em que cruzou com a mesma na rua, tropeçou por querer pra por um GPS e uma escuta e ela usou sua voz de alfa pra que ele se desculpasse.

Odiava alfas assim, odiava aquela mulher, simplesmente não dava, até o cheiro dela lhe dava náuseas.

Percebeu que ela, mesmo agindo de forma despretensiosa, caminhava todos os dias, proferindo insultos e preconceitos, perto da pensão onde morava, de início achou que era pura coincidência, mas realmente a mulher parecia vigiar a pensão.

O que mais dificultava o trabalho de Jungwoo era que a mulher era podre de rica, sempre que ofendia os funcionários de um estabelecimento ou até era multada por seu desacato com policiais e autoridades não alfas, ela tirava notas e mais notas do bolso para cobrir seu preconceito, então se ela mantinha o filho em algum lugar, ela com certeza tinha como bancar esse cativeiro e até subornar pessoas por um bom tempo.

O ômega sabia que a Cruella De Vil, tinha comprado seu casarão cerca de dois anos, a vizinhança era nova e a única coisa que sabiam da mulher era que ela era um ser humano horrível.

Jungwoo estava voltando de sua investigação na antiga casa da Malévola, e descobriu pela dona da lanchonete, que a Senhora Lee é a soulmate da víbora. Nunca se sentiu tão mal pela mulher. Talvez era por isso que a mulher deveria rondar a pensão, mesmo não aceitando sua soulmate, ela poderia não conseguir ficar longe.

Também descobriu que foi lá que o filho dela começou a trabalhar 8 horas por dia, aos 10 anos, pra poder comprar o que comer e o que vestir só porque era um beta.

Se Jungwoo não gostava da mulher antes, agora ele queria colocá-la atrás das grades custe o que custar.

Estava na rua da pensão, próximo a um beco, esperando Younghyun aparecer. Younghyun era um alfa de uns 13 anos que vivia fugindo da casa dos tios pra praticar seu baixo, pois os tios odiavam o som do instrumento. O ômega conheceu o menino quando o mais novo estava praticando num prédio abandonado enquanto Jungwoo trocava tiros com um suspeito. Jungwoo desde então deixa o menino praticar em seu apartamento como consentimento dos tios do menino, e hoje pediu pra ele ficar de olho na mulher, já que o garoto era bem ágil graças as suas fugas.

Younghyun não demorou a chegar, ele que parecia tão animado quando lhe pediu pra bancar o espião, agora estava com a cara amarrada.

- Nunca mais me pede pra seguir essa louca hyung, nunca mais. – O menino esbravejou.

- Um dia só e você não aguenta mais ela, imagina eu que estou há semanas atrás dessa víbora. – Jungwoo disse docemente, afagando os cabelos do menino – Você gravou tudo o que ela disse?

- Cada maldita palavra, ela tava xingando uns betas o dia todo. Eu não sei quem é Doyoung, mas essa mulher odeia ele hyung.

Jungwoo arregalou os olhos e sorriu.

- Eu sabia que podia contar com você. Toma. – Disse antes de entregar uma sacola branca pro menino.

- O que é isso hyung? – Perguntou Younghyun desconfiado.

- Recompensa.

Younghyun abriu a sacola e seus olhos brilharam, havia uma certa quantidade de doce, cordas reservas pra baixo, palhetas e um cabo conector que ele estava precisando, pois o seu já estava com mal contato.

- Meu Deus Jungwoo hyung, como você sabia que eu tava precisando?

O ômega sorriu pro garoto antes de responder.

- Você só sabia abrir a boca pra reclamar disso Young, agora me devolve meu equipamento e vai pra casa direitinho e manda um abraço pros seus tios.

- Pode deixar hyung.

O garoto devolveu os apetrechos do detetive e foi embora com um sorriso de orelha a orelha, mal sabia que essa gravação poderia mudar vidas.


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