Luccoa Silverstone
Nesse dia acordei morrendo de fome, me levantando da cama e acidentalmente pisando em cima de Sam. Tirei rapidamente o pé de cima dele, percebendo que o mesmo nem notou.
Fui para a cozinha procurar algo pra comer, mas acabei não encontrando nada. Então, com certo receio, deixei um bilhete na mesa onde estava escrito "volto logo, vê se não faz merda" e saí a pé mesmo para não chamar atenção, mas acabou sendo em vão. Quando cheguei à cidade não havia mais ninguém, nenhum sinal de vida, absolutamente nada. Não faço a mínima ideia de pra onde eles foram, mas não vou reclamar.
Entrei no mercado, que estava intacto, com todos seus produtos suculentos lá parados, sem ninguém pra me impedir de roubá-los! Peguei um carrinho e coloquei um de meus pés na parte inferior do mesmo, a qual impedia que as rodas ficassem expostas, e comecei a usa-lo como uma espécie de skate, pegando tanto guloseimas quanto coisas saudáveis. Nada me impedia, então sai do mercado com o carrinho mesmo, indo para fora da cidade, aproveitando que dali até a chácara era uma enorme descida.
Fui com tudo, e quando estava perto da chácara, o carrinho passou sobre uma pedrinha, me derrubando e derrubando tudo que eu havia pego no chão. Por sorte tudo estava dentro de sacolas, então não perdi nada, mas fiquei um tempo ali jogada me perguntando o motivo de ter agido feito uma criança, até que escutei meu nome sendo chamado:
- Luccoa!? Você tá bem?!
Era aquele chato do Sam de novo. Me levantei toda ralada e com as roupas rasgadas, olhando para ele e dizendo num tom de deboche:
- Estou bem, obrigada. Poderia me ajudar aqui?
Ele veio até mim correndo e levantando o carrinho, colocando todas as coisas que peguei dentro dele num piscar de olhos. Então ele olhou com aquele sorriso bobo pra mim perguntando se íamos entrar, respondi que sim, debochando do mesmo novamente, pegando o carrinho e levando para dentro da casa. Não percebi que ele me seguiu então acidentalmente fechei a porta na cara dele, ouvi seu grito de dor e logo abri a porta pedindo desculpas, ele entrou dizendo que estava tudo bem, então começamos a guardar as coisas, e ele começou a puxar um assunto:
- Então. . . Alguém te viu lá pra você ter vindo rápido desse jeito? E, como conseguiu trazer tanta coisa e não ser pega?
- Meio que todo mundo sumiu. Não tinha ninguém na cidade, então aproveitei pra me divertir um pouco e pegar tudo isso pra gente comer, e já vou avisando, os doces são meus viu? - disse isso num tom de brincadeira, mas ele acabou concordando, então nem falei nada.
Ele não questionou nada sobre todos terem sumido, ele sempre foi meio calado, então não estranhei. Depois que terminamos de guardar aquele monte de coisas, fui ao meu antigo quarto, e ainda tinha algumas roupas da ultima vez que fui para lá antes dessa situação.
Mas não me surpreendi, porque tinha sido semana passada. No meu armário também tinham algumas toalhas de banho, peguei aquilo tudo e deixei em cima da cama, fui pro banheiro do meu quarto, (sim, meu quarto era uma suíte) entrei no chuveiro e fui tomar um banho.
Acabei esquecendo a presença de Sam e deixei a porta semiaberta. Por sorte ele não viu nada.
Então depois de terminar meu banho, saí do banheiro enrolada na toalha e dessa vez fechei e tranquei a porta do quarto, me sequei e pendurei a toalha na maçaneta da porta, começando a me vestir e, assim que terminei, me sentei na cama. Um tempo depois abri a porta e peguei meu celular, começando a mandar mensagem para todos os meus contatos por SMS (eu não tinha internet mas tinha um plano de ligação que incluía SMS). Mandei várias mensagens, mas ninguém respondeu.
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Just another Cliche
Fiksi IlmiahHá um certo tempo atrás, a raça humana desapareceu do planeta de forma curiosa, e restaram poucos humanos em nosso mundo, os quais agora tinham a missão de descobrir o que aconteceu e trazer as pessoas de volta de seja lá para onde elas foram, porém...