Cap 23°

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Christopher:

Pi....Pi....Pi....Pi....

Acordei com o barulho incessante, bem perto. Olhei em volta e senti uma dor leve ao me mexer. Tudo voltou à minha mente, com força:
- Maryanna!!!
Um enfermeiro entrou e parou ao meu lado:
- Ei, se acalme. Sua namorada está bem. Você chamou por ela nos últimos três dias.
- Três dias?! Como ela está?
- Esta desacordada. Mas seus ferimentos estão se curando. Ela recebeu uma transfusão de sangue.
- E como eu estou?
- A bala foi retirada a tempo. Você já recebeu uma transfusão de sangue. Em poucas horas, receberá sua alta.
  Ele saiu e meus amigos entraram:
- Irmão. Nós estávamos desesperados.
  Abracei a todos, um por um:
- Eu já estou bem. Logo recebo alta.
  Eles se sentaram ao meu redor:
- O que aconteceu, enquanto eu estive desacordado?
- Álvaro tentou fugir assim que chegou do lado de fora da casa. E foi baleado, morrendo na hora. Aline morreu, como você já sabe.
Shirley morreu, com a pancada na nuca e Jasy foi presa.
Respirei fundo. Era muita informação. Conversamos por um bom tempo, até o médico me liberar.
  Fui para o quarto onde Maryanna estava, e puxei Joel junto comigo. Ela era linda, mesmo desacordada. Seus ferimentos no rosto estavam mais leve.
Acariciei seus cabelos:
- Eu não fui capaz de te proteger... Não fui capaz de cuidar de você de longe, e não serei capaz de cuidar de você de perto.
- Cara, não... Não estava em suas mãos. Você não poderia prever nada disso, nenhum de nós sabia.
- Eu não cuidei dela. De que adiantou eu ser fiel e ainda assim, não poder cuidar da mulher da minha vida?
  Joel me abraçou apertado, e eu retribui, começando a chorar. Quando me acalmei, virei Joel de frente para mim:
- Sei que teremos um tempo grande para nos recuperamos da turnê e de toda essa agitação. E é nesse tempo, que eu vou me afastar.
- Espera. O que? O que quer dizer com isso?
- Eu vou me afastar da Maryanna. Não sou o que ela precisa e não dei o que ela precisou. Não a protegi.
- Mas cara... Ela te ama. Você a ama!
- E sei que você a ama também.
- Mas... Não tanto quanto você. Eu só gosto dela.
- Sim. Mas eu quero que cuide dela. Fique com ela e cuide dela como eu não cuidei.
- Não, irmão. Ela precisa de você.
- Eu vou deixar tudo explicado pra ela. Eu vou esquecer ela. Ela tem que ser feliz.
- Não, não e não. Eu não vou ficar com ela.
- Mas então. Fique ao lado dela. E se ela se aproximar de você, aceite. Faça ela me esquecer de uma vez por todas.
  Eu sai do hospital sem falar com ninguém. Fui para a casa da Maryanna e peguei minhas coisas:
- Alô, mãe?
- Meu amor! Como vocês estão? E a minha nora?
- Mãe, eu estou voltando pra casa. Ela está bem. Quando chegar aí, eu explico tudo, mãe.
- Tá bem, meu amor. Mas não chore, por favor. Me deixa mal.
- Logo estarei aí, mama.
  Peguei minhas coisas na casa que eu dividia com os garotos, entrei no meu carro e dirigi para casa. Meu coração doía demais com minha decisão, mais do que nunca. Mas era necessário.
  Para ambos. Eu sofreria se algo acontecesse com ela novamente. Ou até pior....

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