Cap 17°

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Maryanna:

Christopher Bryant Vélez Muñoz me ama. Ainda não consigo acreditar que ouvi isso essa madrugada. Saber que um homem maravilhoso como ele me ama, me enche de felicidade. Com Chris, sinto que meu coração está se curando. E a amizade dos rapazes me deixa muito feliz. Eu comecei a me sentir completa, me valorizar como pessoa. Me doeu ver que agora eles sabem do meu segredo: a depressão. Mas faz tempo que eu fingia não ter nada.....

Acordei na manhã seguinte e estava chovendo. Me levantei e olhei para fora: estava chovendo e muito frio. Voltei correndo para a cama e me enfiei debaixo dos cobertores:
- Tão frio assim? - Chris se mexeu e falou rindo, de olhos fechados.
- Sim. E chovendo.
- Eu te esquento. Vem cá.
  Ele me puxou pela cintura, colando nossos corpos e escondeu o rosto no meu pescoço:
- Tão cheirosa... Que horas são?
Olhei no celular:
- 05:20 da manhã. - falei rindo.
  Ele resmungou e eu ri. Estava tão distraída vendo ele resmungar que nem percebi quando e ele ficou em cima de mim:
- Chris, seu gordo! Sai! Tá muito cedo...
Ele começou a beijar meu pescoço e disse:
- Pare de rir de mim, senão eu vou continuar.
- Tá, parei. Pensei que quisesse sexo a essa hora.
- Eu sempre quero, mas eu ainda tô cansado. Juro.
   Nos abraçamos e fomos dormir de novo. Só acordamos mais tarde e ainda estava chovendo.
   Desci e preparei o café,  enquanto Chris arrumava a casa:
- Amor, vem tomar café.
- Opa. O cheiro está ótimo.
  Tomamos café e os outros desceram também. Quando estava subindo para pegar meu celular, tocaram a campainha. Eu atendi, mas não tinha ninguém. Só uma caixa azul.
    Eu a peguei e entrei:
- O que é isso, nena?
- Não sei. Deixaram na porta.
  Eu abri e quase tive um infarto. Tinha uma aranha caranguejeira enorme dentro. Minha respiração aumentou o ritmo e eu não conseguia falar nada. Joel rapidamente se livrou da aranha, mas voltou com a caixa:
- Tem um envelope aqui.
  Eu o rasguei e abri:

"O medo é algo que me fascina. Todos sempre tem medo de alguma coisa. Você, por exemplo... Tem medo de aranhas, de palhaços, mas principalmente, tem medo de falhar... Ninguém pode te proteger... Se prepare, sua vida está prestes a mudar...."

*M*

Eu li aquilo em voz alta. Eu estava tremendo de medo. Não fazia idéia do que tudo aquilo significava. Então... Li de novo e entendi:
- Gente... Eu tenho que contar algo que só minha mãe sabe. Aconteceu a um ano atrás. E eu não contei pra ninguém.
- O que é?
  Todos estavam preocupados e eu era a culpada.... Então contei à eles do meu trauma...

Flashback on...

Estava terminando de me vestir para ir ao palco cantar. Estava trabalhando ali à alguns dias como garçonete e o gerente me pediu para entreter o público enquanto o DJ não chegava. Minha única opção foi cantar e o pessoal curtiu.  Então, comecei a cantar duas vezes por semana. Meu namorado, Álvaro não aprovava meu trabalho na boate. Era ciumento demais e me batia as vezes.
  Mas como ele não trabalhava e nem fazia nada, eu tinha que trabalhar, que morávamos juntos. Subi no palco e sorri para as pessoas. Estava mais cheio que das outras noites e isso me deixava muito feliz. Os clientes tinham trazido amigos. Antes que pudesse começar a cantar, vi Álvaro entrar. Ele estava bêbado e... Estava com um bastão de basebol. Tremi e me forcei a cantar, mesmo com medo.
  Ele subiu no palco e rasgou minhas roupas. Todos estavam olhando, confusos. Então ele acertou o primeiro golpe na minha perna, vieram muitas pessoas para para-lo. Mas ele ameaçava e me batia mais, sempre que alguém se aproximava. Chamaram a polícia quando eu estava desacordada. No hospital, me disseram que eu tinha ficado seis dias em coma.
   Um mês depois, ele apareceu. Disse que estava arrependido e tinha mudado. Eu o amava demais, porém estava traumatizada. Voltei com ele, mas não íamos morar juntos mais. Eu achei que resolveria algo. Nunca mais subi no palco. Até o dia em que conheci o CNCO.  Foi depois de um ano que tive coragem. Mas Álvaro fez o mesmo....

Flashback off...

Amanda me abraçava, tentando conter as lágrimas,  enquanto as minhas desciam sem controle:
- Por isso, tenho essa cicatriz aqui na barriga. - mostrei a eles.
  Recebi um abraço coletivo e retribui. Eles sim eram minha família:
- Então, você acha que ele pode estar voltando?
- Eu não sei. Talvez sim....
  Todos estávamos de mãos dadas, e sei que eu nunca devia ter entrado na vida deles.... Minha vida é um lixo, uma bagunça e eles não mereciam entrar nessa merda toda....

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